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‘Podemos quebrar sigilos bancários e banir tenistas’, ameaçam entidades

Eduardo Ohata

Em resposta à reportagem da rede de TV britânica BBC, que apontava participação de 16 tenistas entre os top 50 em esquemas de resultados forjados, inclusive em Grand Slams, a Federação Internacional de Tênis, a Junta dos organizadores dos 4 Grand Slams, a ATP e a WTA encaminharam, por e-mail, um comunicado conjunto a seus associados apontando que cinco tenistas e um oficial foram banidos após comprovação de que estavam ligados a esquemas de corrupção.

''Nenhum atleta ou oficial está imune de investigações, não importa seu status ou sua posição no esporte. Onde houver evidências, haverá uma investigação'', explicou o presidente da ATP, Chris Carmode.

O comunicado lembra que a Unidade de Integridade do Tênis (em inglês, TIU, espécie de regulamento anticorrupção da modalidade), à qual as quatro entidades aderiram, dá às entidades o poder de ''quebrar sigilo telefônico, bancário, obter acesso às informações contidas em seus computadores, além de questionar quaisquer pessoa cujos relatos julgue relevante para as investigações. ''A TIU não dá salvo conduto a nenhum tenista ou árbitro de ser investigado por envolvimento em atos ligados à corrupção'', alerta repetidamente o texto do e-mail enviado aos associados das quatro entidades.

Desde que a TIU introduziu sua política anticorrupção em 2009, foram tomadas no total 18 ações disciplinares.

Um dos casos se refere a uma investigação que teve início em 2011, mas que foi engavetada por falta de evidência. O caso foi reaberto em 2013, quando novas evidências foram encontradas, quando o jogador foi declarado culpado por ter infringido três itens do Programa Anticorrupção do Tênis. Ele acabou suspenso por cinco anos e multado em US$ 25 mil. Ele chegou a apelar à Corte Arbitral do Esporte, que julgou sua apelação improcedente em 2014.

''Durante quatro anos a TIU insistiu nesse caso, que terminou com a remoção de um jogador corrupto por um período substancial'', lembra Kermode.

O e-mail também reafirma que há uma política de ''tolerância zero sobre qualquer aspecto ligado à corrupção''.

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