Comitê acata denúncia contra Leco, e penas incluem indenização de R$ 4,9 mi
Eduardo Ohata
O presidente do São Paulo, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, em plena campanha pela reeleição, viu ser protocolado no conselho deliberativo do clube nesta segunda-feira o inquérito do ''caso Jorginho'', em que a empresa Prazan cobrou na Justiça R$ 4,6 milhões por comissão na transação do jogador e posteriormente teve a causa ganha na Justiça.
O inquérito dá o prazo de 15 dias para Leco apresentar sua defesa, que será analisada pelo conselho, e que pode sair ileso do episódio.
Mas, por outro lado, se for considerado culpado, as punições a Leco vão do pagamento de uma multa de R$ 4,9 milhões (valor corrigido a título de ressarcimento), uma simples admoestação, passando por uma suspensão de 90 dias e, no caso mais extremo, chega até à exclusão do conselho. As duas últimas penas, por motivos óbvios, teriam impacto direto na campanha de Leco à reeleição.
O contrato que deu margem ao processo da Prazan foi assinado por Leco durante a gestão de Marcelo Portugal Gouvêa, e Leco é acusado de ter causado prejuízo ao clube por abuso de autoridade.
O valor cobrado pela Prazan à época era de R$ 732 mil, mas com os reajustes ao longo dos anos, passou a ser milionário.
Leco afirma que só assinou porque o presidente e o diretor jurídico estavam ausentes para assinar o documento.
Leco tem enfrentado uma série de dificuldades na reta final na campanha à reeleição à presidência do clube do Morumbi.
A denúncia da Prazan foi apresentada pelo grupo de oposição de Newton do Chapéu.
Além disso, Leco viu nos últimos dias diretores abandonarem a gestão, a renovação do contrato de TV aberta com a Globo ser vetada no conselho, além do antagonismo do empresário Abílio Diniz.
''Finalmente o presidente terá a oportunidade de apresentar a defesa para um caso que estranhamente demorou para ser apreciado pela comissão de ética, e sobre o qual ele está totalmente tranquilo e resguardado. Finalmente poderá mostrar que não houve irregularidade, ainda que tenha de faze-lo a um órgão presidido por uma pessoa que se coloca como candidato à presidência do clube pela oposição'', posicionou-se a atual gestão, por meio de nota oficial.
Consultado pelo blog, Blum negou que seja candidato.