Zico encabeça desejo de atletas por eleições diretas em confederações
Eduardo Ohata
Elo entre os atletas brasileiros e o governo federal, no papel de presidente da Comissão Nacional dos Atletas (CNA), o ex-jogador Zico defende a participação em massa de atletas, técnicos, entre outros funcionários da área, no colégio eleitoral das confederações esportivas nacionais.
Não é à toa que Zico foi um dos primeiros a ligar para Guy Peixoto, da Confederação Brasileira de Basquete por conta da iniciativa da CBB em lançar proposta para democratizar as eleições da entidade, cuja participação hoje está limitada quase somente às federações.
''Liguei para o Peixoto para dar os parabéns, foi um momento histórico e um grande exemplo'', explicou Zico ao blog por meio de ligação telefônica. ''Hoje em cada confederação apenas um em cada dez mil, cem mil atletas tem direito a voto. Não tem sentido, atletas, técnicos, árbitros têm o direito de participar das eleições diretas, que seriam uma demonstração de transparência e dou meu apoio.''
Ao ser questionado se em seu papel como presidente da CNA faria gestões com o ministro do Esporte, Leonardo Picciani, pela mudança na lei em prol de eleições diretas nas confederações, o ''Galinho de Quintino'' informou que Picianni já tem conhecimento.
''Antes de eu assumir a comissão, na gestão anterior já haviam passado para o ministro que esse é o desejo dos atletas'', informou Zico.
O presidente anterior da CNA era o iatista e medalhista olímpico Lars Grael. Não foi mera coincidência que a primeira confederação a adotar eleições diretas foi a de vela.
A eventual obrigatoriedade da implantação de eleições diretas nas confederações e eventualmente até no Comitê Olímpico do Brasil passaria por uma nova alteração na lei, tarefa que está fora do âmbito da CNA, mas que poderia que ser proposta pelo ministério.
''A comissão é independente. Nós, representantes dos atletas, nos reunimos, levantamos questões importantes, dialogamos, e colocamos nossa posição para o ministro. Não nos compete propor projetos de lei ao Congresso'', justifica Zico.