Blog do Ohata

CBF é criticada por ‘falta de diálogo’ com jogadores, que pedem mudanças

Eduardo Ohata

À CBF foi encaminhada uma proposta de alterações no calendário do futebol brasileiro de 2018 pela Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol. A entidade se queixa que a programação de jogos é feita sem uma consulta prévia a atletas e treinadores.

''Nossa relação com a CBF sempre foi de respeito mútuo, mas é injusto que o calendário do futebol brasileiro não seja discutido com os protagonistas do espetáculo. Ignorar a palavra do atleta não parece ser a melhor estratégia'', avalia o presidente da Fenapaf, Felipe Augusto Leite.

Há poucos meses, a Fenapaf organizou um protesto, que contou com a adesão de jogadores das Séries A e B, contra a precarização da profissão de jogador de futebol, além de ter negociado com a CBF o respeito de um período de 68 horas entre jogos para descanso. A entidade ganha força à medida que conta com um clube de capitães, cujos membros tem se engajado em seus assuntos.

Uma das reivindicações é a alteração no calendário para permitir uma inter pré-temporada no período da Copa do Mundo. Sobre a pré-temporada propriamente dita, a entidade pediu a obrigatoriedade da mesma, após as férias coletivas de 30 dias.

A entidade também pede que se condicione a inscrição de atletas no BID (Boletim Informativo Diário da CBF) à exigência da assinatura da carteira de trabalho e previdência social.

Outras demandas se referem à forma de disputa das séries C e D do Brasileiro, com a igualdade na forma de disputa da Série C à divisão principal e à Série B, e modificação no regulamento da Série D para que seja evitada a exclusão de 60% dos clubes já no mês de junho e consequentemente incremento de desemprego entre os jogadores de futebol.

''O modelo das divisões de acesso não favorecem a profissionalização do futebol brasileiro. Hoje, início de junho, 80% dos clubes brasileiros estão parados. Isso contribui para o amadorismo do nosso futebol e para a demissão em massa dos nossos atletas, gerando cada vez mais demandas judiciais'', argumenta Leite.

Em tempos de mudança na estrutura do esporte nacional, Leite acredita que soluções poderiam surgir a partir da organização de um grande debate entre governo federal, CBF, Fenapaf, Federação Brasileira dos Treinadores de Futebol, entre outros.