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Em evento, ex-diretor corintiano diz que usou até saia, mas não roupa verde
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Eduardo Ohata

Um evento de lançamento de livro nesta terça à noite (10), no Mube, se transformou em um ringue de sparring verbal entre ex-cartolas de Corinthians e Palmeiras, respectivamente, Raul Corrêa (ex-diretor financeiro) e Roberto Frizzo (ex-vice de futebol). O duelo, que aconteceu durante um debate, arrancou risos da plateia.

O ex-dirigente corintiano afirmou à platéia que se recusa a usar qualquer coisa verde.

''[Quando fui para uma cerimônia no Reino Unido], cheguei a usar até aquela saia típica [kilt], mas as meias eram verdes, e então eu me recusei a usá-las'', lembra Corrêa, que se mostrou irredutível. ''O cerimonial teve que sair para arrumar meias cor de creme para completar a minha indumentária para a cerimônia.''

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O ex-diretor financeiro do Corinthians Raul Corrêa usa kilt em cerimônia durante visita ao Reino Unido

Em outro momento, os cartolas falavam sobre a invasão corintiana do Rio, quando Corinthians enfrentou o Fluminense em uma semifinal de Brasileiro, em 1976. O time do Parque São Jorge venceu.

''Calculo que foram entre 60 mil a 80 mil corintianos, a Dutra parecia mais a marginal com aquele trânsito da hora do rush…'', relatou animadamente Corrêa, que foi interrompido por Frizzo.

''Eu também estava nesse jogo…'', disse o palmeirense, provocando surpresa a todos. ''…Para torcer contra o Corinthians…''

''Ah, então você pode confirmar o que eu falei sobre o trânsito na Dutra, Frizzo…'', disse Corrêa, aproveitando para usar o próprio rival para corroborar que não houve exagero em seu relato.

''Ih, nem sei, Raul…'', respondeu Frizzo. ''… Fui de avião.''

Corrêa também lembrou de uma oportunidade em que como resultado de uma briga entre torcidas de Corinthians e São Paulo, um são-paulino ficou gravemente ferido. ''Mesmo sendo corintianos, fomos visitá-lo no hospital, para saber se estava bem, ficamos preocupados…'', disse.

''Vocês foram é desligar o oxigênio dele'', finalizou, em tom de brincadeira, Frizzo, provocando risos.

Dadas as farpas de ambos os lados, o executivo da Panini, que é são-paulino e participava da discussão, quase nem se pronunciou. O evento marcou o lançamento de uma publicação da editora sobre campos, estádios e arenas.

 

 

 

 

 

 

 

 


CBF domina grupo que dará pontapé inicial em modernização de lei do esporte
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Eduardo Ohata

A CBF é a entidade esportiva com o maior número de juristas ligados a ela na lista de notáveis convocados pelo Senado que trabalham em uma comissão, que tem como missão formatar uma Lei Geral do Desporto Brasileiro. A chamativa foi assinada por Renan Calheiros (PMDB), presidente do Senado.

Além de a CBF ter a maioria numérica de representantes de qualquer outro setor, o grupo será presidido pelo presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva da CBF, Caio César Vieira Rocha. O objetivo é produzir um documento que sirva de ponto de partida para a modernização da legislação desportiva brasileira.

Do total de 11 juristas que formam a comissão, 6 são ligados à CBF: Além de Vieira Rocha, Carlos Eugênio Lopes é diretor-jurídico da CBF, Alvaro Melo Filho é consultor da CBF, e Flávio Zveiter e Luiz Felipe Alves Ferreira são membros do STJD. A entidade que comanda o futebol no Brasil tem maioria numérica no grupo, se for considerado que o advogado Roberto de Acioli Roma integra o TJD da Federação Pernambucana de Futebol, que por sua vez é subordinada à CBF.

O Comitê Olímpico Brasileiro tem uma representante no grupo: sua gerente-jurídica, Ana Paula Terra. Outra entidade ligada ao esporte amador, a Confederação Brasileira de Clubes, que recebe verba federal para distribuir aos clubes sociais para que fomentem o esporte, tem um jurista ligado a ela, Wladimyr Vinicius de Moraes Camargos, ex-Ministério do Esporte.

Pedro Trengrouse, coordenador de curso na FGV e professor convidado de Harvard, integra a lista.

Os clubes, de certa forma, têm sua visão representada na comissão com Luiz Felipe Santoro, advogado do Corinthians.

Completa os 11 do time Alexandre Sidney Guimarães, que é consultor legislativo do Senado.


Com aluno de projeto social, Lars Grael se torna campeão mundial da Star
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Eduardo Ohata

Em dupla com um iatista formado no projeto social mantido pelo clã Grael, Lars Grael conquistou neste domingo (8) o título mundial da classe Star no Mundial, na Argentina.

Ele formou dupla com Samuel Gonçalves, que começou sua trajetória como aluno do projeto Grael, de cunho social, cujo objetivo inicial era levar a vela para garotos oriundos de comunidades. O projeto também serve de alternativa para quem tem penas pequenas a pagar na Justiça e opta pelo trabalho comunitário.

''Gostaria de dedicar esse Mundial a Deus, à minha esposa, à minha família e ao Lars e [a esposa de Lars] Renata Grael, que acreditou em mim e me convidou para velejar a seu lado'', agradeceu Gonçalves. '' Muitas pessoas fazem parte desse título, como a equipe do Projeto Grael, que me iniciou na vela'', agradeceu Gonçalves.

 

Lars Grael e Samuel Gonçalves, aluno de projeto social, festejam mundial

Lars Grael e Samuel Gonçalves, aluno de projeto social, festejam mundial

Lars lembra, porém, que a aposta em jovens em situação de risco era visto de forma bem diferente há alguns anos.

''No início o pessoal de elite dos clubes de iatismo torcia o nariz e dizia, 'mas aí essa gente [das favelas] vai começar a frequentar nossos clubes?'', lembra Lars, que como atleta olímpico tem duas medalhas de bronze, sobre o impacto do projeto que começou a funcionar em 98 e foi fruto de conversas de Lars com o irmão Torben. ''Hoje, até quem torcia o nariz para a ideia pega nossos alunos para compor as tripulações de suas embarcações.''

''Mas assim como temos alegrias, a gente viveu momentos de muita tristeza também, como quando alunos acabaram enveredando para a criminalidade e foram mortos'', lamenta Lars, que perdeu uma perna em um trágico acidente durante uma competição em 1998.

Lars e Gonçalves conquistaram o Mundial ao terminar a última regata desde domingo na terceira colocação.

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Planilha confirma 1º lugar de Lars e Gonçalves

Agora Lars, que conta com o patrocínio da Light, e Gonçalves se preparam para a final da Star Sailors League, competição que reunirá os velejadores mais bem ranqueados da classe em Nassau, nas Bahamas, no início de dezembro.


Empresário de luta mais célebre da história, Don King contrata brasileiros
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Eduardo Ohata

O promotor de boxe mais famoso da história, a ''Rumble in the Jungle'', Don King acaba de assinar contrato com dois brasileiros invictos: o supermosca Natan Coutinho e Wanes de Jesus Souza, campeão superleve pela Fedebol, informou a este blog o manager dos atletas, Mauro Katzenelson.

Coutinho tem 12 vitórias, 10 antes do limite de tempo, e vem de uma sequência de 7 nocautes.

Souza também tem 12 vitórias, 9 por nocaute.

O norte-americano foi o promotor da luta mais famosa da história, a ''Rumble in the Jungle'', na qual Muhammad Ali reconquistou o cinturão mundial dos pesados diante de George Foreman. O combate virou livro de Norman Mailer e documentário vencedor do Oscar ''Quando Éramos Reis''.

Don ''Only in America'' Don King já teve brasileiros sob contrato, como quando contratou o invicto Edson ''Xuxa'' do Nascimento, que no amadorismo venceu Popó, e Rogério Lobo.

A dupla, Coutinho e Souza, devem lutar na Praia Grande, no dia 14.

 


Cinderela do Paulista, Água Santa exibe laudo para jogar na elite
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Eduardo Ohata

A diretoria do Água Santa, time que conseguiu três acessos seguidos no Paulista, protocolou na noite desta quinta (5) dois laudos técnicos que mostram que o Estádio de Inamar tem capacidade de 10.179 lugares, superior à exigida pela Federação Paulista de Futebol para que as equipes que disputam a primeira divisão do Estadual em 2016.

Equipe do Água Santa entregou documentos para FPF nesta noite

Equipe do Água Santa entregou documentos para FPF nesta noite

No sorteio das chaves, na manhã desta quinta, no grupo que reúne Corinthians, Red Bull e Rio Claro, o quarto time do grupo foi chamado de ''Acesso 4'', já que se o time de Diadema não comprovasse a capacidade de seu estádio, quem entraria em seu lugar seria o Mirassol, que foi o quinto colocado na Série A2.

Carta endereçada pelo clube ao presidente da FPF, Reinaldo Carneiro Bastos, pede que a equipe que conseguiu o acesso à elite este ano seja incluída na tabela de jogos do Paulista de 2016.

''Essa é uma história de Cinderela'', diz o presidente do Água Santa, Paulo Sirqueira Korek Farias. ''É o que a torcida, a cidade inteira está esperando após termos conseguido três acessos seguidos.''

Segundo o dirigente, além dos laudos dos engenheiros, foram encaminhados à federação um laudo do Corpo de Bombeiros e um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) firmado com o Ministério Público.

Os laudos serão, agora, examinados pela FPF.

 

 


Stallone emociona elenco ao contar como soco na costela perfurou seu pulmão
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Eduardo Ohata

Astro do sétimo episódio da franquia “Rocky”, Sylvester Stallone emocionou colegas de filmagem de “Creed” ao contar para eles estórias que marcaram as produções anteriores da série. O filme, com estreia prevista para o fim do mês nos EUA, traz Stallone de volta ao papel que lhe trouxe fama, desta vez como mentor do filho do ex-rival Apollo Creed.

“Uma noite ele nos chamou para jantar e contou como foi parar na UTI depois de levar um golpe real de Douph Lundgren durante a gravação das cenas de luta de ‘Rocky IV’”, conta o boxeador Tony Bellew, que em “Creed” faz o papel de “Pretty” Ricky Conlan.

“Rocky IV” se passava em plena guerra fria e Lundgren fazia o papel do boxeador russo Ivan Drago.

“Lundgren deu um soco nas costelas de Stallone, só que foi tão forte que [a costela quebrou] e perfurou seu pulmão. Ele teve que ser levado para a Unidade de Terapia Intensiva do hospital”, diz Bellew, sobre o filme de 1985. Stallone e Lundgren voltaram a contracenar juntos nos filmes “Os Mercenários” e “Os Mercenários 2”.

“Stallone já fez sparring com o ex-campeão dos pesados Joe Frazier. Ele subiu no ringue com os ex-campeões Larry Holmes e Roberto Duran”, diz Bellew.

Segundo o boxeador peso-cruzador, que foi três vezes campeão amador britânico, o ator americano deu dicas, inclusive sobre como atuar.

“Foi legal estar perto do Sly, que estava sempre dando conselhos. O melhor deles foi para visualizar o rosto de outra pessoa no lugar do rosto de Michael B. Jordan, que faz o papel de Adonis Creed. Então imaginei o rosto do [seu rival na vida real] Nathan Cleverly no corpo de Jordan.”

“Ryan [Coogler, diretor do filme] queria um boxeador, não um ator, para o papel que eu faço. Acredito que posso ganhar um título mundial. O lugar no mundo onde eu me sinto totalmente no controle, em casa, é no ringue”, conclui em seu relato à revista ''The Ring'' o tricampeão amador britânico, hoje profissional.

Além de Bellew, outro boxeador que também atua no filme é Andre Ward, campeão supermédio.


Ronda tem soco de boxe de nível amador, diz técnico de academia onde treina
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Eduardo Ohata

A aparição da campeã feminina dos galos do UFC, Ronda Rousey, na capa da publicação de boxe “The Ring”, gerou polêmica. Que ela tem uma chave-de-braço letal todos já sabem. Mas qual opinião melhor do que as de experts que presenciaram os treinos da medalhista olímpica de judô para avaliar o nível de seu boxe?

O técnico Abel Sanchez, que tem entre seus pupilos o campeão dos médios Gennady Golovkin e que abriu as portas de sua academia em Big Bear, na Califórnia, para Ronda, foi bastante crítico em seu testemunho à “The Ring”.
“Ronda ainda golpeia como uma amadora, os braços não estão esticados quando ela desfere socos. Ela ainda tem o que aprender no boxe”, disseca Sanchez. “Mas notei evolução na forma como ela prepara os golpes”.

Na opinião de Sanchez, as três maiores boxeadoras da história são Laila Ali, filha de Muhammad Ali, Christy Martin e Lucia Rijker.

“Ela [Ronda] jamais chegará ao nível delas, porque MMA não é boxe. Se ela estivesse se concentrando só no boxe, definitivamente, ela chegaria ao mesmo patamar. Ela está dividida entre duas artes”, prevê.

Nas sessões de sparring, Ronda exibe tem traços de um profissional na forma como controla o ringue. Porém ela lança os golpes de forma previsível, não os desfere de  ângulos diferentes [que poderiam surpreender as rivais], seu jab é inconsistente e os golpes muito abertos. Ronda tampouco apresenta uma boa movimentação de cabeça.

Já Edmond Tarverdyan, treinador de boxe de Ronda e ex-técnico do ex-campeão Vic Darchinyan, a compara com Gennady Golovkin.
“Ronda sabe como encurtar a distância, e trabalha na curta distância, ou pode golpear da meia distância. Ela consegue te dar uma surra com o jab [golpe preparatório de esquerda] e é muito precisa. À curta ou média distância, ela vai pressioná-la [a rival] e superá-la em todas as áreas. Ela é como [Gennady] Golovkin”.

Curiosamente, a aparição de Ronda na capa da “The Ring” acontece às vésperas de sua defesa de título, no dia 14 de novembro, na Austrália, contra uma das maiores boxeadoras da história, Holly Holm, boxeadora do ano de 2005 e 2006 e que deixou os ringues em 2013 com 33 vitórias e 2 derrotas. Nos ringues, ela bateu Christy Martin, Mary Jo Sanders Chevelle Hallback e Diana Prazak.

No MMA, Holly está invicta com 9 vitórias, 2 delas no UFC.


Ronda revela 2 títulos que ainda quer ganhar e porque o UFC pode impedi-la
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Eduardo Ohata

A americana Ronda Rousey quer ser campeã de boxe e jiu-jitsu, revelou a campeã do UFC à revista “The Ring”, publicação conhecida como a Bíblia do Boxe, que trará a campeã olímpica de judô na capa de sua próxima edição de janeiro.

Ronda diz que pretende ser conhecida como uma das melhores lutadoras de todos os tempos, independente de gênero, e para isso terá que seguir quatro passos: medalhista olímpica (feito), campeã do UFC (feito), campeã de jiu-jitsu e conquistar um título mundial de boxe.

Reprodução de artigo com Ronda Rousey na ''The Ring''

Mas a própria lutadora reconhece que esse objetivo está distante. E coloca a culpa no UFC.
“Conversei com o UFC sobre o boxe. Não fui a primeira. O UFC não é um grande fã [da ideia]”, explica Ronda. “Eu ‘pertenço’ ao UFC. Eles me têm por mais lutas que vou conseguir fazer [em minha carreira], e até após me aposentar.”

Outro lutador que pediu permissão para subir a um ringue de boxe e ouviu um “não” foi Anderson Silva. O “Spider” queria enfrentar um de seus ídolos, o ex-campeão mundial Roy Jones Jr., mas o UFC vetou a ideia.

Ronda define a animosidade entre MMA e boxe como “estupidez”. Rosenthal reconhece que os mais puristas não gostarão de vê-la na capa da mais tradicional publicação do boxe, fundada em 1922. O ataque dos tais ''puristas'' foi abordada ontem pelo blog ''Na Grade do MMA'', de Jorge Corrêa e Mauricio Dehò.

Em seu editorial, o editor da “The Ring”, Michael Rosenthal classifica Ronda de “embaixadora”, capaz de erguer uma ponte que ligue o MMA ao boxe. “Talvez sua aparição na capa contribua nesse sentido.”

Rosenthal não para por aí. Acrescenta que imagina a atenção que Ronda traria para o boxe feminino e termina com uma ousada previsão: “ isso pode, sim, acontecer”. E repete o mantra de que ''o objetivo de Ronda é se tornar a melhor lutadora do mundo, não apenas do UFC''.

Será que Rosenthal sabe de algo que não sabemos? Há alguns anos a “The Ring” foi comprada por Oscar de la Hoya, cujas programações já foram elogiadas pelo presidente do UFC, Dana White. E De la Hoya está ajudando a promoção do UFC 193, dia 14 de novembro, que é protagonizado justamente por… Ronda! Alguém aí pode ligar os pontos? Coisas mais estranhas e improváveis já aconteceram…

De fato, a reportagem pode ser classificada como positiva, mas traz pelo menos um erro de informação. Ela informa que Ronda é a primeira mulher a ser capa da “The Ring”, o que não é verdade. Na década de 70, a lutadora Cathy “Cat” Davis a precedeu como capa da “The Ring”.

Como já era esperado, Ronda não resiste e lança mais uma provocação na direção de Floyd “Money” Mayweather Jr., que fez sua (suposta) última luta no mês passado.

“Estou tentando, à medida que amadureço, ter mais fé nas pessoas e julgá-las menos. Estou realmente impressionada com todo o trabalho que Mike Tyson fez ao longo dos anos para se tornar um homem melhor. Gostaria de ver um esforço de Floyd nesse sentido”, compara. “Se eu vir, vou parabenizá-lo. Mas infelizmente não vi [isso acontecer]. Não estou mencionando seu nome para chamar a atenção. Estou atraindo a atenção de outras formas, e não preciso usar o seu nome.”

A dupla andou trocando várias farpas. Tudo começou quando Floyd perguntou ''quem é esse?'', ao ser questionado se aceitaria enfrentar Ronda. A lutadora, ao receber o prêmio ESPY de melhor lutadora, ironizou: ''Imagino como Floyd se sente ao ser batido pelo menos uma vez por uma mulher''. Uma clara alusão ao histórico de violência doméstica de ''Money''. Outras provocações posteriores tiveram um pano de fundo econômico.

 


Carta de apoio da CBF a Zico não significa votar nele, mas dar voz a ele
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Eduardo Ohata

Se fizesse parte do colégio eleitoral da Fifa você votaria no Zico?

Por um lado, o “Galinho de Quintino” tem experiência internacional com futebol dentro e fora dos gramados e, que se saiba, reputação ilibada.
Por outro, sua atuação como gestor à frente da Secretaria Nacional do Esporte e em cargo diretivo no Flamengo não deixaram grandes saudades.

Não sei se votaria em Zico. Mas o ponto desse post não é esse.

O que é discutível é a CBF condicionar sua carta de apoio à candidatura de Zico a ele primeiro conseguir as outras quatro com confederações de futebol de outros países. A Fifa exige cinco. Fosse ele um famigerado mau caráter ou inimigo declarado da CBF, daria até para entender a razão.

Nem se trata de a CBF se comprometer a votar em Zico na eleição da Fifa. Mas apenas ajudar que um sulamericano, brasileiro, conhecido fora do Brasil, participe do processo eleitoral, dar a ele voz para que ele possa falar de suas idéias.

Agora, se no próprio quintal o pré-candidato não consegue apoio, como fica quando vai bater nas portas dos outros?

Na Conmebol, por exemplo, imagino que as federações tenham visões e interesses diversos.

Chile, Colômbia, Equador e Bolívia, federações que saíram ilesas dos escândalos internacionais de corrupção, devem votar diferente de Venezuela, Uruguai e Argentina, onde houve respingos. O Paraguai, com quem o Brasil aparenta estar alinhado, é simpático a Michel Platini.

Zico poderia muito bem aproveitar essa divisão. Mas, imagino, seus respectivos presidentes devem fazer a fatídica pergunta, “mas por que será que Zico não tem o apoio em sua própria casa?”

Diante de uma situação em que a população brasileira ainda se lembra do “7 a 1”, o ex-presidente da CBF está detido, o atual não viaja para fora do país, e um dos maiores empresários ligados a esporte se tornou o pivô de um escândalo internacional de corrução, a candidatura de Zico, apesar de não passar uma borracha sobre essas mazelas, colaria a imagem do Brasil a uma agenda internacional mais, aham, positiva.

O próprio Zico deu alguns tiros no pé de sua candidatura quando disse que decidiu sair pré-candidato durante um jantar com sua família, viajou para a Índia no meio de sua campanha e rejeitou acordos políticos. Uma eleição é, afinal de contas, um processo político.

Durante a campanha, pessoas ligadas à campanha de Zico se irritaram ao ouvir de uma ou outra federação internacional, “mas o que vocês oferecem em troca [de nossa carta]?” ou um mais simpático “até queríamos votar, mas não dá, estamos sofrendo pressão para apoiar Fulano…”

Outra justificativa para não dar as cartas a Zico é que os países votam “em bloco”, o que teoricamente não “bate” com a geopolítica dessa eleição, já que só a Ásia, por exemplo, já tem três pré-candidatos e a Europa, dois.

Dentro do comitê de campanha de Zico um dos principais argumentos pró-Zico é o fato de os dois mais fortes pré-candidatos serem o príncipe da Jordânia, Ali bin Hussein, e o presidente da Uefa, Michel Platini. O primeiro ainda tem que ver seu país se classificar para uma edição da Copa do Mundo e o segundo está suspenso após a descoberta de que recebeu cerca de US$ 2,1 milhões da Fifa.

Acho que está claro que Zico é, na verdade, o anticandidato, aquele com chances mínimas de ser eleito. A candidatura folclórica.

Mas em muitas as eleições há espaço para o candidato alternativo, importante para colocar certos temas em discussão. Não foi o que aconteceu, por exemplo, na última eleição presidencial no Brasil?

Dentro do comitê de campanha do “Galinho de Quintino” ainda acreditam que conseguirá as cartas. Dizem que há federações “apalavradas”.

“Nossa candidatura será uma opção aos engravatados de sempre que dominam o cenário na Fifa”, argumenta Ricardo Setyon, consultor sênior de relações-internacionais e comunicações, e que em determinado momento também trabalhou na Fifa.

A resposta está próxima, já que dia “D” para a candidatura de Zico (e dos demais pré-candidatos) será hoje, data-limite para a apresentação das cinco cartas de apoio.


Brasileiro de 47 anos paga até rival em volta aos ringues; família é contra
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Eduardo Ohata

Representante do Brasil nos Jogos Olímpicos de Barcelona, em 1992, o boxeador Lucas França, aos 47 anos, volta aos ringues esta semana.

Além de não receber nada para flertar com o risco -já sofreu um início de descolamento de retina-, ainda pagará do próprio bolso a bolsa de R$ 800 do adversário e as taxas da Federação Paulista de Boxe para a realização do combate, previsto para seis assaltos, sábado, em São Paulo. No total, os custos para França voltar a lutar ficarão entre R$ 2 mil e R$ 3 mil.

Cartaz da luta de retorno do ex-lutador olímpico Lucas França

Cartaz da luta de retorno do ex-lutador olímpico Lucas França

Os custos impõem um impacto considerável no orçamento mensal de França, que ganha a vida como técnico em cinco academias da região de Sorocaba, onde mora. Não haverá renda de bilheteria, já que não serão cobrados ingressos para a programação. Além disso, França teve que diminuir a quantidade de aulas que dava para se dedicar aos treinamentos para seu retorno aos ringues.

Além de ter participado da Olimpíada de Barcelona, França foi também aos Jogos Pan-Americanos de Havana-91 e foi pentacampeão brasileiro de boxe entre os anos de 80 e 90. Como treinador, atividade à qual Lucas França vem se dedicando nos últimos 19 anos, dirigiu a promessa Juliano Ramos, que despontou no profissionalismo, e lutadores do UFC, como o ex-campeão Maurício “Shogun” Rua e o meio-pesado Fabio Maldonado.

“Eu falava para o Shogun, ‘quando eu voltar a lutar, vamos fazer uma luta [treino de sparring] forte’. Mas percebia que ele fazia aquela cara de quem não acreditava”, lembra França. “Pois aí está, este é meu retorno, não importa o resultado da minha luta [com o rival Marco Talebi, 40 anos].”

Lucas é casado e tem duas filhas adolescentes, Yolanda, 15, e Antonieta, 9, que são contra a luta e não irão assistí-la. “Passei um ‘cortado’ com minha mulher, que ficou ‘beiçudinha’ um tempo quando falei que ia voltar a lutar. Quem gosta de mim diz para eu não voltar. Aliás, noventa por cento das pessoas que conheço pedem para eu não lutar. Parece que estou indo para o matadouro.”

Mas, segundo França, há apoiadores, como Luís Claudio Freitas, irmão do ex-campeão Acelino “Popó” Freitas. “[Luis Claudio] disse, volta e arrebenta”, lembra França. Segundo ele, seus apoiadores lotarão duas vans que vão sair de Sorocaba para a academia do Clube Prime, no bairro da Penha, onde acontecerá a programação.

“Muita gente diz que eu não deveria lutar porque corro risco. Mas o que é pior, eu subir ao ringue ou um cara que fuma, bebe, está fora de forma e no fim de semana põe a bola debaixo do braço e vai jogar uma pelada?”, questiona França, que integrou a famosa esquadra de boxeadores da Pirelli. “No caso do ocioso que vai jogar bola o pessoal até elogia, diz, ‘olha, só, que exemplo…’”

O presidente da FPB, Newton Campos, explica que desde que Lucas passou nos exames médicos não há o que fazer para impedi-lo. “Ele trouxe tudo que pedi, então não tem o que fazer. Ele foi mordido pelo bicho do boxe”, explica, aos risos, Campos.

O lutador de Sorocaba tem orgulho que sua luta promete reunir boxeadores como os colegas da época de Pirelli Peter Venâncio, um dos melhores amadores brasileiros e ex-desafiante ao título mundial, Hamilton Rodrigues, bronze no Mundial amador, e Marinho. Aquele mesmo, muito lembrado até hoje por ter protagonizado ao vivo, em rede nacional, na TV, uma discussão com o apresentador esportivo Jorge Kajuru.

Lucas diz que nunca deixou o condicionamento físico de lado, participa de corridas de rua, da tradicionalíssima São Silvestre, e que por isso sente que mesmo aos 47 anos ainda tem condições.

Ele aponta para os exemplos de George Foreman, que retornou aos ringues após uma década parado e recuperou o cinturão dos pesados que havia perdido para Muhammad Ali e para Bernard Hopkins, que só foi perder o título mundial dos meio-pesados aos 49 anos no ano passado.

Curiosamente, é justamente uma luta com Hopkins que o inspira. “Quero continuar minha carreira [para ficar ranqueado] e enfrentar o Hopkins. Quem sabe não consigo enfrentá-lo aqui no Brasil?”, pergunta, de forma retórica, França.