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Dia dos Pais: Um ano após ouro na Rio-16, Robson passa noite na maternidade
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Eduardo Ohata

Um ano após ser campeão na Rio-16, o boxeador Robson Conceição vive a expectativa de uma tripla comemoração nos próximos dias.

Além de comemorar o Dia dos Pais, neste domingo, e a conquista do ouro olímpico, que completa um ano nesta quarta-feira (16), o baiano revelou ao blog que será pai de uma segunda menina dentro de até quatro dias: A data prevista para o nascimento, coincidentemente, é a mesma da conquista da medalha olímpica.

“Passei a madrugada [de sexta para sábado] na maternidade com a minha mulher, Erika, nem consegui dormir”, contou Robson, sobre um “alarme falso”. “Mas os médicos avisaram que vai nascer em até cinco [agora quatro] dias.”

A segunda filha do casal já tem nome, vai se chamar Stephane.

“O Robson é muito caseiro, a vida dele é ir da casa para o treino, e do treino para casa. Com a primeira filha dele, a Sophia, é uma coisa, é muito apegado”, definiu o técnico Luis Carlos Dórea, ao concluir com uma brincadeira. “Agora, com duas filhas, vai ter que trabalhar dobrado.”

O Dia dos Pais teve um papel especial na campanha de Robson durante a Olimpíada do Rio. Pouco antes da data comemorativa, Robson prometera à filha Sophia, então com quase dois anos, uma medalha olímpica.

Bem-humorado, depois de passar das quartas-de-finais e assegurar o bronze, o pugilista afirmou à imprensa que precisava se auto-presentear, alterando a cor da medalha.

Exatamente no Dia dos Pais, disputou a semifinal contra o cubano Lázaro Alvarez, campeão olímpico e tricampeão mundial. Ao batê-lo, garantiu sua passagem à final e uma medalha de outra tonalidade: prata ou ouro.

Mas Erika, sua mulher, não deu moleza, revelando que Robson havia prometido o ouro à filha. Sem problema. Uma luta depois, Robson cumpria a promessa ao bater o francês Sofiane Oumiha na final no Riocentro.

Apesar do bom-humor da família, havia sido uma trajetória muito difícil até o ouro, já que nas duas Olimpíadas anteriores, Robson fora eliminado logo na primeira rodada. Em Pequim-08, caiu diante de Li Yang, e quatro anos mais tarde, em Londres-12, perdeu para o lutador da casa, Josh Taylor, a quem havia surrado em uma sessão de sparring preparatória para os Jogos.

Após os Jogos, Robson assinou com a firma promocional norte-americana Top Rank, por meio da qual passou ao profissionalismo. Invicto, Robson disputará seu quinto combate em 31 de outubro, contra o argentino Carlos Osório, nos EUA.


Técnico de seleção brasileira de boxe afasta risco de tragédia na Rio-2016
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Eduardo Ohata

“Não digo que é impossível, mas acho muito difícil [acontecer uma morte no boxe da Rio-2016].” O autor da frase é Mateus Alves, técnico da seleção brasileira olímpica de boxe. Ele é membro da Confederação Americana de Boxe, entidade ligada à Aiba (Associação Internacional de Boxe), que controla o boxe na Olimpíada e que definiu que profissionais competirão ao lado de amadores na Rio-16.

Não caíram bem para Mateus as palavras de Maurício Sulaiman, presidente do Conselho Mundial de Boxe, mais importante entidade do boxe profissional, que afirmou a este blog que misturar profissionais e amadores era receita de “tragédia” na Olimpíada do Rio-16.

“Hoje, no boxe de nível olímpico, só tem lutador com 18 anos ou mais e geralmente com cem lutas. Na olimpíada [atualmente] só tem lutador rodado”, enumera Mateus, que acredita que o prazo de 60 dias até os Jogos afastará os grandes nomes da Rio-2016.

As regras diferentes do boxe amador também fazem Mateus acreditar que não haverá massacres.

“No boxe profissional, os atletas pesam no dia anterior e têm 24 horas para recuperar 10, 12, 14 quilos de peso até a hora da luta. No amadorismo, você pesa todos os dias, às 7h e se bobear às 11h já está lutando. Ou seja, não tem o tempo para recuperar tanto peso como no profissionalismo. Se o [russo campeão mundial] Sergey Kovalev vier mesmo para o Rio como saiu em um site, ele não poderá lutar na categoria dele no profissionalismo, mas em outra seis quilos acima, por conta de a pesagem ser no mesmo dia.”

“[Na olimpíada] as luvas são maiores [10 onças, ao invés de 8], as ataduras são feitas de modo diferente ao profissionalismo”, compara Mateus. “É possível que algum grande nome mantenha no amadorismo a pegada que tem no profissionalismo? Sim, mas acho difícil. Pode até acontecer, mas acho difícil acontecer uma tragédia nos ringues da Olimpíada do Rio.”

“Não vai ter nenhum menino contra assassino na Rio-2016”, resume Mateus.

 

 

 

 

 


Regra que permite que profissionais lutem na Olimpíada do Rio-16 é aprovada
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Eduardo Ohata

Em uma das decisões mais polêmicas da história dos Jogos Olímpicos, a Aiba (Associação Internacional de Boxe) aprovou a participação de boxeadores profissionais na Olimpíada do Rio-2016, este blog apurou com dirigentes que participaram da votação em congresso da entidade nesta manhã. Foram 88 votos a favor e 4 abstenções.

Como parte da promoção dessa nova era, está quase acertada a participação do legendário “Sugar” Ray Leonard no sorteio das lutas dos Jogos Olímpicos do Rio.

A Aiba ainda enviará os critérios às confederações nacionais para que os profissionais possam participar. O que já está certo é que os profissionais poderão participar da última qualificatória olímpica apenas nas categorias em aberto, nas quais ninguém ainda se classificou. Ou seja, profissionais não tomarão as vagas de ninguém que já esteja classificado, que era um dos principais temores da parte de atletas e dirigentes.

A decisão da Aiba vale apenas para os Jogos Olímpicos. Competições como os mundiais, por exemplo, seguem fechados para boxeadores profissionais.

A idade para participação em Olimpíada segue com o teto de 40 anos.

As entidades do boxe profissional, como o Conselho Mundial de Boxe, têm criticado a decisão da Aiba, que inclusive mudou sua nomenclatura. Sob o comando do presidente CK Wu, retirou o “Amador” do antigo nome “Associação Internacional de Boxe Amador” e agora é apenas “Associação Internacional de Boxe”.

Campeões olímpicos do passado, como George Foreman, por exemplo, já se manifestaram contra profissionais na olimpíada.

Mas CK Wu defende a mudança, citando a participação do “Dream Team” nos Jogos.

Os Jogos do Rio terão outras duas novidades: a retirada do capacete protetor e a mudança no sistema de pontuação, que privilegiará mais a agressividade do que o simples toque das luvas no adversário.

 

 

 


Popó desiste de lutar por vaga olímpica após Pacquiao abrir mão de Rio-2016
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Eduardo Ohata

O ex-campeão mundial Popó desistiu de lutar por uma vaga na seleção brasileira que disputará a Olimpíada do Rio-2016, após ser informado por este blog que o filipino Manny “Pacman” Pacquiao desistiu de competir nos Jogos Olímpicos.

“Não vou mais buscar vaga na seleção brasileira, meu interesse era enfrentar o Pacquiao”, justificou Popó, ex-campeão dos superpenas e dos leves. “Minha participação nessa olimpíada será como comentarista de boxe da Globo [Sportv].”

A notícia de que Pacquiao desistiu de vez de participar da Olimpíada do Rio foi divulgada pelo jornalista Ryan Songalia, da versão online da tradicional publicação “The Ring”, que cita como fonte a federação filipina de boxe, que havia garantido uma vaga nos Jogos do Rio para Pacquiao. O filipino afirmou que prefere focar sua atenção em sua carreira como político.

A possibilidade de Pacquiao participar dos Jogos motivou Popó a pedir uma vaga na seleção brasileira. A confederação brasileira havia se mostrado aberta à possibilidade.

A Aiba (Associação Internacional de Boxe) define no próximo dia 1º se profissionais poderão ou não participar da Olimpíada do Rio.

 

 


Popó pede vaga par lutar na Rio-2016 e argumenta ser ‘resultado garantido’
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Eduardo Ohata

 

O ex-campeão mundial de boxe Acelino “Popó” Freitas, 40, se colocou à disposição da Confederação Brasileira de Boxe para representar o Brasil na Olimpíada do Rio-2016. A Aiba (Associação Internacional de Boxe) decide em assembleia no próximo dia 1º se permitirá ou não a participação de pugilistas profissionais na competição nos Jogos Olímpicos do Rio.

“Se a confederação permitir, quero participar da Olimpíada, seria uma honra, um sonho, poder representar o país”, afirmou Popó a este blog. “Tem gente que participou de três, quatro, cinco olimpíadas e nunca trouxe nada. Comigo, é resultado garantido.”

“Queria muito ter participado da Olimpíada de Atlanta [em 1996], mas por causa da minha situação financeira tive que passar para o profissionalismo antes [dos Jogos] para não passar fome”, complementa o boxeador, que tem como principal incentivador na empreitada olímpica Armando Fernandes, proprietário da Monumento Sports, que apoia Popó desde a época do amadorismo.

O baiano, que como profissional foi campeão mundial nas categorias superpena e leve, tem uma motivação especial para integrar a seleção olímpica. “Dizem que o [Manny “Pacman”] Pacquiao vai participar da Rio-2016, para mim seria uma honra enfrentá-lo.”

Há tempos Popó insiste em enfrentar o filipino. “Seria uma disputa entre dois boxeadores que se tornaram políticos”, não se cansa de repetir Popó, que ocupou uma cadeira no Congresso como deputado federal pela Bahia.

Popó, que pesa atualmente 78 quilos, afirma que poderia competir em qualquer categoria entre 64 quilos e 69 quilos, já que durante sua carreira conseguia perder vários quilos às vésperas de suas lutas. Se a Aiba aprovar a participação de profissionais e Pacquiao confirmar sua participação, o filipino deverá competir na categoria até 64 quilos (meio-médios).

“Já estou acertado como comentarista na Olimpíada do [canal] Sportv, mas abro mão disso se me derem a chance de competir na Olimpíada.”

Da parte da confederação, não haveria objeção, caso a Aiba aprove a participação de profissionais nos Jogos.

“É quase certo que a Aiba irá aprovar a mudança”, afirma Mauro Silva, presidente da CBBoxe. “Se o Popó quiser, ele pode disputar a vaga da categoria até 79 quilos [médios] com o Roberto Custódio. Eles fariam um confronto entre eles e o vencedor iria para o Azerbaijão, em julho, buscar a classificação olímpica.”

“Mas não sei se o Popó poderia participar por conta da idade”, aponta Silva. “O regulamento atual proíbe quem tem mais de 40 anos de participar de Olimpíada, e o Popó completará 41 anos em setembro [a Olimpíada acontece em agosto]. Mas isso pode mudar.”


Olimpíada do Rio adia reencontro de Esquiva Falcão com algoz de Londres-12
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Eduardo Ohata

Os Jogos Olímpicos do Rio, que acontecem em agosto, ironicamente adiaram um dos sonhos do brasileiro Esquiva Falcão, medalhista de prata na Olimpíada de Londres-12. Um combate, em solo brasileiro, contra um lutador de “nome”, com a participação do campeão olímpico Ryota Murata na principal preliminar da programação, não acontecerá antes de 2017, este blog apurou junto a fonte ligadas à Top Rank, empresa que promove as lutas de Esquiva. O japonês Murata derrotou Esquiva por pontos na decisão olímpica.

Possíveis parceiros comerciais da Top Rank para a empreitada no Brasil alegam que no momento todo o foco -e dinheiro- estão sendo dirigidos aos Jogos Olímpicos. Isso permitiria que a grande luta envolvendo um lutador “de nome” ficasse na melhor das hipóteses para outubro, o que seria uma péssima data já que a diferença de fuso em relação à costa leste dos EUA seria de três horas.

A ideia é que a luta aconteça em um horário que seja convidativo ao público brasileiro, mas que ao mesmo tempo permita que o duelo seja televisionado para os EUA.

Nesse cenário, a programação no Brasil ficará para depois do Carnaval, provavelmente para março, quando a diferença de fuso voltará a ser de apenas uma hora.

Porém Esquiva não ficará inativo até lá. Neste sábado, por exemplo, o brasileiro enfrenta o mexicano Paul Valenzuela, em Los Angeles.

Entre os adversário em potencial, “de  nome”, mencionados inicialmente na Top Rank estão o perigoso ex-desafiante ao título Joshua Clottey e o ex-campeão mundial Antonio “Tornado de Tijuana” Margarito, que abandonou a aposentadoria. Qualquer um dos dois nomes seria o melhor adversário da carreira profissional de Esquiva até agora.

Dentro da Top Rank, após um período “morno”, causaram boa impressão as últimas performances de Esquiva. Diz-se que o brasileiro está em um “ponto de virada” rumo à “grandeza”. Palavras que não são reservadas a qualquer pugilista.

 


Promessa dos ringues emagrece 24 quilos e sonha com Jogos Olímpicos do Rio
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Eduardo Ohata

Campeão dos Jogos Olímpicos da Juventude. Campeão mundial juvenil amador. Por conta desses dois títulos o boxeador David Lourenço, 24, acaba de ser convidado para ser um dos condutores da tocha olímpica no Brasil.

Ele ficou feliz, mas não quer apenas correr com a tocha, mas participar da Olimpíada do Rio. Afinal, era isso que todos projetavam para ele há alguns anos. Não apenas isso, ele era tido como uma das grandes esperanças de medalha na Olimpíada que acontece este ano por conta de suas conquistas.

Porém nesse percurso, se desiludiu com familiares, que segundo ele mesmo, o viam apenas como um “cofrinho”, uma fonte de renda. Começou a beber, protagonizou episódios de desaparecimento, abandonou os treinamentos e, de 79 quilos, viu seu peso aumentar para 93 quilos. A renda mensal, que segundo o atleta ultrapassava os R$ 15 mil na época de garoto prodígio, encolheu para os R$ 800 atuais.

Antes e depois: David com 93 quilos e atualmente, com 69 quilos

Antes e depois: David com 93 quilos e atualmente, com 69 quilos

Foi quando, por acaso, ao entrar no Facebook, começou a conversar com Ricardo Rodrigues, técnico que o descobriu, mas com quem não falava há anos. Mas as lembranças eram boas. E engraçadas.

Foi Rodrigues quem usou o dinheiro que serviria para sua lua de mel com a mulher Valéria para pagar a passagem para David ir disputar seu primeiro Brasileiro de cadetes (o treinador levou uma baita bronca de sua mulher), o que lhe abriu a porta da seleção brasileira. Que em pouco tempo lhe rendeu os títulos de campeão mundial juvenil, em 2010, quando nenhum brasileiro havia chegado a nenhum título mundial amador de qualquer espécie.

No mesmo ano foi campeão nos Jogos Olímpicos da Juventude, competição que projeta os destaques do esporte que, pelo menos na teoria, dentro de poucos anos estarão brilhando nas suas respectivas modalidades.

A partir da conversa via mídia social, em 2014, o técnico o resgatou.

Em cerca de um ano, David perdeu os 24 quilos de excesso de peso. Ao comparar uma foto de quando estava com 93 quilos a uma atual, David ri, tampa o rosto com as mãos. “Parece aquelas propagandas [comerciais] de antes e depois.”

Sob o olhar de Rodrigues, David participou de algumas competições, voltou a treinar firme. Casou, o que ajudou a estabilizar sua vida pessoal. E, recentemente, voltou a frequentar a seleção. Bem, de uma certa forma. O boxeador foi convidado para colaborar como “sparring” (parceiro de treinos com luvas) de atletas da seleção.

“Eu acredito que nada é impossível”, diz Rodrigues, lembrando de uma passagem de sua própria história. “Nos meus tempos de atleta, eu já era ‘carta fora do baralho’, mas fui convocado faltando apenas 20 dias da seletiva olímpica [para os Jogos de Atlanta-96].”

“Se não acreditasse que o David será campeão olímpico, não estaria investindo esses últimos dois anos nele. Ele não está participando de tantas competições, mas está em ritmo de preparação olímpica. Aceitamos voltar à seleção como sparring para que os técnicos da seleção pudessem ver a forma dele”, argumenta o treinador. “Dizem que a seleção está fechada, mas sei que tudo é possível.”

Porém a seleção que disputará a última seletiva olímpica já está formada, e não inclui David.

“Sparring é sparring, ele está nos ajudando, mas não quer dizer que irá para a Olimpíada”, explica Claudio Aires, técnico da seleção brasileira de boxe. “O titular da categoria até 69 quilos é o Roberto Custódio.”

“Mas… Se o Roberto cair e quebrar o braço, o pessoal da seleção sabe que pode contar com o David”, contra-argumenta Rodrigues.

“Hmmm. Mas se começar a pensar nesse tipo de coisa, estamos sendo muito pessimistas”, argumenta Aires.

E David? O que pensa aquele que há não muito tempo era aposta certa de pódio para a Rio-16?

“Estou treinando como se a vaga fosse minha, vou ser campeão olímpico de novo”, diz, um fio de suor escorrendo por seu rosto logo após encerrar mais uma sessão de treinos, David.


‘Olimpíada é por honra, não por dinheiro’, diz Foreman sobre pros na Rio-16
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Eduardo Ohata

Ex-campeão mundial dos pesos-pesados e ex-campeão olímpico, o americano George Foreman criticou a polêmica iniciativa de permitirem que lutadores profissionais participem dos Jogos Olímpicos divulgado recentemente pelo presidente da AIBA (Associação Internacional de Boxe), CK Wu.

“Sou contra profissionais na Olimpíada, nunca gostei dessa ideia”, posicionou-se Foreman, durante contato telefônico com este blog. “Os Jogos Olímpicos têm a ver com honra, não com dinheiro. Profissionalismo quer dizer ‘por dinheiro’. Quando fui campeão olímpico, lutei pela honra, não por dólares ou centavos. Ao abrir [a Olimpíada] para profissionais, tudo passa a ser em função do dinheiro.”

Durante a Olimpíada do México, Foreman festejou o ouro olímpico acenando do pódio para o público com uma bandeirinha norte-americana. Durante toda a carreira de “Big” George, a imagem foi usada na promoção de seus combates mais importantes. E é justamente esse momento que faz Foreman criticar a participação de profissionais na Olimpíada, ao ser questionado sobre o que acharia se a novidade estivesse em vigor em 1968.

“Ohhh, teria sido terrível. Eu não teria tido chance”, imagina o ex-campeão. “[Se implantarem essa regra] será o fim de uma coisa boa, o fim do amadorismo. Fim de jogo, sem chance. Não dá para um amador competir com um profissional. [A Olimpíada] passará a ser sobre o dinheiro, e eu acho que todos devem ter a oportunidade de ser felizes.”

Foreman, porém, nutre a esperança de que os dirigentes mudem de ideia e não coloquem em prática a ideia.

“Espero que eles [dirigentes da Aiba] mudem de ideia, senão será uma boa coisa que eles estarão estragando. Não dá para você falar para os profissionais não participarem, todos vão querer [lutar na Olimpíada].”

Após se tornar campeão olímpico, seguindo os passos de Joe Frazier e Muhammad Ali (este na categoria dos meio-pesados), só aí Foreman passou para o profissionalismo. Conquistou o título mundial dos pesos-pesados.

“Big” George participou da luta mais famosa da história do boxe, a “Rumble in the Jungle” (“Batalha na Selva”), que rendeu livro de Norman Mailer (“A Luta”) e o documentário ganhador do Oscar (“Quando Éramos Reis”). Tornou-se pastor, ficou fora dos ringues durante dez anos, voltou a lutar e recuperou o título mundial dos pesados aos 45 anos de idade.

#LENDAS10: Muhammad Ali só ganhou um ouro olímpico. E quase ficou sem por causa do medo de avião


Veja o que diz agora a revista de boxe que estampou Ronda Rousey na capa
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Eduardo Ohata

A tradicionalíssima revista de boxe “The Ring”, a mesma que estampou Ronda Rousey na capa em sua última edição, agora diz que a ex-campeã do UFC “não conseguiria enfrentar nenhuma boxeadora que valha algo”. A publicação afirma que “mesmo antes da brutal derrota para a ex-campeã de boxe Holly Holm no mês passado, ninguém deveria ter esperado que seu sonho se tornasse realidade”.

“Além de todo o dinheiro que o UFC lhe oferece, Rousey também tem várias propostas para atuar em filmes quando ela não está treinando para suas lutas no octógono”, argumenta a publicação na seção intitulada “O que não veremos acontecer em 2016”, que inclui “a estreia de Ronda Rousey no boxe profissional”.

O que a “The Ring” não explica, porém, é o porquê de colocar Ronda em sua capa, e não alguma boxeadora.

Foto em artigo que, agora, diz que Ronda não irá estrear no boxe profissional

Foto em artigo que, agora, diz que Ronda não irá estrear no boxe profissional

Em outra parte da publicação, o colunista Thomas Hauser fez críticas a Ronda mesmo antes de a luta começar. “O corpo dela pareceu um pouco flácido quando ela entrou no ringue”, apontou Hauser.

“Ela pareceu exausta ao fim do primeiro assalto. Luta é uma profissão de tempo integral. Neste ano, [Ronda] fez bicos como modelo, atuou em filmes e viveu a vida de uma celebridade, além dos dramas com o namorado do momento e com sua mãe. É uma velha história, o campeão popular fica um pouco preguiçoso na academia, a intensidade de antigamente não está mais lá”, disparou Hauser.

Porém Hauser também elogiou a estratégia de Holly. “Ela pareceu mais forte do que Ronda. Ela controlou a distância entre ela e Ronda com um belo jogo de pernas e um bom jab [golpe preparatório]. Isso, e sua postura canhota [com o braço direito à frente, o que confunde o adversário], permitiram que golpeasse com eficiência enquanto a luta se desenrolava com as duas em pé”.

A última palavra, porém, ficou com os leitores, que ironizaram a decisão da revista de colocar Ronda na capa, a segunda vez na história da publicação que uma mulher ocupou com destaque a frente da publicação.

“É irônico que sua garota da capa, que teve um texto de 8 páginas, foi derrotada por uma ex-boxeadora para quem vocês dedicaram um parágrafo. Com tantas boxeadoras do passado e do presente que vocês poderiam ter colocado na capa, vocês escolheram uma lutadora de MMA”, disparou o leitor Walter Zabicki.

 

 

 

 


Ronda revela 2 títulos que ainda quer ganhar e porque o UFC pode impedi-la
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Eduardo Ohata

A americana Ronda Rousey quer ser campeã de boxe e jiu-jitsu, revelou a campeã do UFC à revista “The Ring”, publicação conhecida como a Bíblia do Boxe, que trará a campeã olímpica de judô na capa de sua próxima edição de janeiro.

Ronda diz que pretende ser conhecida como uma das melhores lutadoras de todos os tempos, independente de gênero, e para isso terá que seguir quatro passos: medalhista olímpica (feito), campeã do UFC (feito), campeã de jiu-jitsu e conquistar um título mundial de boxe.

Reprodução de artigo com Ronda Rousey na “The Ring”

Mas a própria lutadora reconhece que esse objetivo está distante. E coloca a culpa no UFC.
“Conversei com o UFC sobre o boxe. Não fui a primeira. O UFC não é um grande fã [da ideia]”, explica Ronda. “Eu ‘pertenço’ ao UFC. Eles me têm por mais lutas que vou conseguir fazer [em minha carreira], e até após me aposentar.”

Outro lutador que pediu permissão para subir a um ringue de boxe e ouviu um “não” foi Anderson Silva. O “Spider” queria enfrentar um de seus ídolos, o ex-campeão mundial Roy Jones Jr., mas o UFC vetou a ideia.

Ronda define a animosidade entre MMA e boxe como “estupidez”. Rosenthal reconhece que os mais puristas não gostarão de vê-la na capa da mais tradicional publicação do boxe, fundada em 1922. O ataque dos tais “puristas” foi abordada ontem pelo blog “Na Grade do MMA”, de Jorge Corrêa e Mauricio Dehò.

Em seu editorial, o editor da “The Ring”, Michael Rosenthal classifica Ronda de “embaixadora”, capaz de erguer uma ponte que ligue o MMA ao boxe. “Talvez sua aparição na capa contribua nesse sentido.”

Rosenthal não para por aí. Acrescenta que imagina a atenção que Ronda traria para o boxe feminino e termina com uma ousada previsão: “ isso pode, sim, acontecer”. E repete o mantra de que “o objetivo de Ronda é se tornar a melhor lutadora do mundo, não apenas do UFC”.

Será que Rosenthal sabe de algo que não sabemos? Há alguns anos a “The Ring” foi comprada por Oscar de la Hoya, cujas programações já foram elogiadas pelo presidente do UFC, Dana White. E De la Hoya está ajudando a promoção do UFC 193, dia 14 de novembro, que é protagonizado justamente por… Ronda! Alguém aí pode ligar os pontos? Coisas mais estranhas e improváveis já aconteceram…

De fato, a reportagem pode ser classificada como positiva, mas traz pelo menos um erro de informação. Ela informa que Ronda é a primeira mulher a ser capa da “The Ring”, o que não é verdade. Na década de 70, a lutadora Cathy “Cat” Davis a precedeu como capa da “The Ring”.

Como já era esperado, Ronda não resiste e lança mais uma provocação na direção de Floyd “Money” Mayweather Jr., que fez sua (suposta) última luta no mês passado.

“Estou tentando, à medida que amadureço, ter mais fé nas pessoas e julgá-las menos. Estou realmente impressionada com todo o trabalho que Mike Tyson fez ao longo dos anos para se tornar um homem melhor. Gostaria de ver um esforço de Floyd nesse sentido”, compara. “Se eu vir, vou parabenizá-lo. Mas infelizmente não vi [isso acontecer]. Não estou mencionando seu nome para chamar a atenção. Estou atraindo a atenção de outras formas, e não preciso usar o seu nome.”

A dupla andou trocando várias farpas. Tudo começou quando Floyd perguntou “quem é esse?”, ao ser questionado se aceitaria enfrentar Ronda. A lutadora, ao receber o prêmio ESPY de melhor lutadora, ironizou: “Imagino como Floyd se sente ao ser batido pelo menos uma vez por uma mulher”. Uma clara alusão ao histórico de violência doméstica de “Money”. Outras provocações posteriores tiveram um pano de fundo econômico.

 


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