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Arquivo : Conor McGregor

Confira como May-McGregor pode se tornar a luta mais milionária da história
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Eduardo Ohata

O slogan do desafio entre o multicampeão de boxe Floyd Mayweather Jr. e a estrela do UFC Conor McGregor, “The Money Fight” (“A Luta do Dinheiro”, marcado para o próximo dia 26, não deixa dúvida sobre a origem e o objetivo da luta.

Porém, para May-McGregor se tornar a luta mais milionária da história, pelo menos alguns dos recordes do combate entre Mayweather e o filipino Manny Pacquiao terão que ser derrubados primeiro:

Pacotes de pay-per-view comercializados nos EUA:  4,6 milhões de pacotes vendidos

Arrecadação com pay-per-view:  US$ 455 milhões (R$ 1,43 bilhão)

Público: 16,219 mil pessoas

Renda: US$ 79,1 milhões (R$ 249,1 milhões)

Patrocínio:  US$ 13,2 milhões (R$ 41,5 milhões)

Patrocínio pessoal: US$ 2,25 milhões (valor pago pelas marcas no calção de Pacquiao; valor em reais de R$ 7 milhões)

Outras das principais fontes de receitas ligadas à luta: Merchandise, circuito fechado, direitos de TV fora dos EUA, que inclui o Brasil, onde a luta será disponibilizada por meio de pay-per-view pelo canal Combate

Não se engane, a promoção do desafio capitalizará sobre tudo o que for possível para ter lucro.

Basta lembrar que Mayweather não estava simplesmente “tirando onda”, ao se dirigir ao ringue onde enfrentou Paquiao acompanhado por um mascote do Burger King. Pela exposição que durou poucos minutos, a franquia de fast food desembolsou US$ 1 milhão.

Ajuda a derrubar alguns recordes o fato de o desafio acontecer na T-Mobile Arena, cuja capacidade é de 20 mil pessoas. Mayweather-Pacquiao foi disputado no MGM Grand Garden, que abriga entre 16 mil e 17 mil pessoas. Ou seja, se a promoção fizer direito sua lição de casa, nada impede que os recordes de renda e público sejam substituídos.


Mayweather-McGregor: O que diz técnico que já trabalhou no boxe e no MMA
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Eduardo Ohata

‘Para ter chance contra Mayweather, McGregor teria que treinar a vida inteira’.

O prognóstico é de um técnico que tem uma perspectiva privilegiada: Pitu. Ele é técnico de boxe do brasileiro Demian Maia, que no fim de semana desafia Tyron Woodley pelo título do UFC, e ex-treinador de Sertão, um dos quatro brasileiros campeões mundiais de boxe.

Ou seja, Pitu, 35, já esteve “dos dois lados do balcão”. A pedido do blog, ele analisou as chances de McGregor e foi categórico ao afirmar que: “McGregor teria que treinar a vida inteira para ter chance contra Mayweather; o boxe usado no MMA não é o tradicional, que valerá no desafio com Mayweather; e se fosse no boxe puro, talvez McGregor não tivesse aplicado aquele nocaute em José Aldo”.

“Contra Mayweather, esse irlandês nem vai ver a cor da bola. Ele é um estreante. Se o McGregor lutasse [o torneio paulista para estreantes] Forja de Campeões, perderia. O boxe que ele tem não é um boxe para lutar boxe, é algo parecido com o boxe tradicional. O que aconteceu com o Falcão, do futsal, quando ele foi para a grama? Ele vai tomar tanto soco que ele nem vai saber de onde veio.

O boxe que eu ensino para o Demian não é o mesmo que eu ensinava para o Sertão, é outra coisa, são totalmente diferentes.

Há o boxe puro, que tem as ações e reações peculiares do boxe, e o boxe adaptado para o MMA, onde você dá um jab [golpe preparatório de esquerda] e pode tomar um chute na cara. Você dá um jab para manter o cara à distância ou dá um jab com o objetivo de grudar na perna do cara. No boxe tradicional não existe isso. O boxe que o Demian faz não tem nada a ver com o boxe do Sertão.

O McGregor acha que faz o boxe do Mayweather, mas não faz. Ele pode até fazer um boxe show no MMA, mas é aquele ditado de que “em terra de cego, caolho é rei”.

Quando o Aldo foi para dentro do McGregor [que o nocauteou no UFC 194], se fosse uma luta de boxe, talvez aquele contragolpe que o McGregor meteu não pegasse. Porque a distância no MMA é outra, as intenções são outras. Depois daquele direto ele podia ter emendado um chute na cabeça, no boxe não tem isso.

Ele vai se deparar com situações totalmente diferentes quando entrar no ringue, desde a forma de caminhar. No octógono você tem oito lados para “fugir”. No ringue é diferente, quando você se der conta, já estará cercado, pois só há quatro lados.

O irlandês vai se sentir muito desconfortável quando estiver andando para dentro do Mayweather, não vai ver nada, porque o Floyd vai dar aqueles jabs duros no peito dele e quando estiver querendo fugir, não vai saber.

O McGregor faz uma firula, fica jogando com a mão canhota da frente mais baixa, justamente para fazer aquelas fintas de MMA. O posicionamento que ele faz, na verdade, é parecida com postura de carateca, não de boxeador. Seu estilo diferente, não é ortodoxo.

Tem muita gente achando que o McGregor pode nocautear o Mayweather, mas isso é impossível. Mayweather tomou soco inteiro do [argentino] Marcos Maidana, e não caiu. Tomou golpes duros do Shane Mosley e segurou. O cara lutou com os melhores do mundo e foi bem. O McGregor não tem um pingo de experiência. Quando toma um gancho duro na zona hepática, ele pula nas pernas do adversário. Quando recebe um direto duro na cabeça, vai para o chão e fica esperando o adversário vir por cima dele para grudar o cara. As reações que teve a vida inteira foram de MMA. Ele não tem reação de boxeador, de tomar um golpe na zona hepática e rodar, contrair o abdome, soltar jabs e não deixar o adversário perceber que sentiu. Ou em uma troca de golpe no meio do ringue, tomar um golpe duro no queixo, travar num clinche, e não deixar o rival perceber que sentiu o cruzado curto. Ele não tem essa experiência.

Para enfrentar o Mayweather, ele teria que se preparar o mesmo tempo que o [ex-desafiante] Canelo Alvarez, o mesmo tempo que todos os outros [rivais de Mayweather], uma vida inteira. O Mayweather é um dos melhores de todos os tempos. Tem como pegar hoje, por exemplo, um [brasileiro boxeador olímpico] Joedison Chocolate, que é um moleque bom pra c…, e por na frente do Mayweather? Então, é essa comparação, com o McGregor no lugar dele, e com o detalhe de que o moleque já é bom pra c… no boxe.

McGregor teria que se preparar a vida inteira, e não estaria pronto ainda.

Na luta vai acontecer o que o Mayweather quiser. Se quiser que a luta dure mais tempo, vai andar para trás, jabear, dar show de esquivas, chamar o cara para as cordas, ficar lá esquivando, fazer graça, dar show. Se quiser pressionar, apertar o McGregor para a luta terminar rápid0, vai acabar rápido.

A luta vai seguir o que ele quiser fazer.”


Mayweather-McGregor: Custo faz Brasil correr risco de ficar sem ver desafio
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Eduardo Ohata

Pelo menos uma emissora de TV já apresentou proposta à gigante do marketing IMG pelos direitos de transmissão no Brasil do desafio entre o multicampeão de boxe Floyd Mayweather Jr. e a estrela do UFC Conor McGregor, marcado para 26 de agosto.

Porém executivos abordados pela IMG se preocupam com o custo para bater o martelo. Um deles citou a “alta expectativa financeira dos organizadores do evento para o mercado brasileiro atual”. Outro, inicialmente animado, já pôs o pé no freio pela mesma razão.

No mercado, do lado comprador, o mantra é o de que ninguém fará loucura para comprar essa luta, dentro do contexto de que nos próximos meses estarão em disputa os direitos da Champions League, partidas da seleção brasileira e Libertadores.

A crise econômica que o país atravessa é outro complicador, já que demandará tempo montar e levar a mercado um plano comercial de venda de cotas, no caso da TV aberta ou por assinatura, ou promover o desafio, no caso do pay-per-view. Ou seja, o tempo é um inimigo, já que a luta está prevista para acontecer daqui a pouco mais de um mês.

O material promocional distribuído pela IMG, claro, busca convencer as emissoras de que se trata de uma luta imperdível ou, em suas próprias palavras, “uma das lutas de boxe mais esperadas em toda a história”.

“Floyd Mayweather Jr. procura solidificar sua posição como o maior lutador, independente da categoria de peso, da história ao deixar a aposentadoria para enfrentar um dos atletas mais populares do UFC, além de seu atual campeão dos leves, Conor McGregor. Apesar de estar fora dos ringues desde 2015, a reputação de Mayweather permanece igual, com um cartel de 49 vitórias sem derrota. McGregor, conhecido como um dos mais perigosos golpeadores do MMA, usará sua natureza competitiva e impetuosa na tentativa de superar a invicta lenda do boxe”, destaca o material promocional.

O material traz ainda ainda idade, altura, peso e envergadura dos lutadores, além de seus cartéis: a do boxe de Mayweather, com 49 vitórias; e no caso de McGregor, seu cartel no MMA, 21 vitórias, 3 derrotas e 18 nocautes, já que será sua estréia no boxe profissional.

 


Até maior crítica de Mayweather-McGregor já projeta recorde de pay-per-view
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Eduardo Ohata

Principal crítica do desafio entre o multicampeão Floyd Mayweather Jr. e Conor McGregor, a publicação especializada “The Ring” reconhece que a luta deve quebrar o recorde de vendas de pay-per-view, atualmente de 4,4 milhões de pacotes.

A “The Ring”, mais antiga entre todas as revista de esportes, fundada em 1922, em sua edição de setembro (sim, datada de setembro de 2017), da qual o blog obteve um exemplar, reconhece que o boxeador e a principal estrela do UFC são “a maior estrela do boxe a e maior estrela do MMA” e que “por isso a luta será um sucesso do ponto de vista [econômico]”.

A revista admite que a promoção deve “ficar próxima ou ultrapassar o número de pacotes de pay-per-view, de 4,4 milhões, comercializados” na “luta do século” entre Mayweather e o filipino Manny Pacquiao.

Apesar de reconhecer o potencial comercial do desafio, e admitir que uma parte sua quer assistir “o acidente de carro”, o artigo assinado pelo editor da publicação, Michael Rosenthal, define a luta como “uma farsa, um golpe, uma piada, ou do que que quer que você queira chamá-la”.

“É um evento, uma curiosidade, não se trata de um evento esportivo… Pense bem sobre isso antes de gastar seu suado dinheiro [com o pay-per-view]”, conclui o artigo entitulado “Não Seja Feito de Bobo”.

 

 

 


TV que pagar por Mayweather x McGregor vai ter até reality dos atletas
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Eduardo Ohata

A TV que adquirir a luta entre Floyd Mayweather Jr. e Conor McGregor levará, além do próprio desafio, um pacote que inclui um reality show com a intimidade dos atletas, um programa semanal, imagens exclusivas, além de uma turnê mundial dos lutadores.

Os horários da programação, marcada para 26 de agosto, em Las Vegas, já estão definidos: O duelo entre o multicampeão de boxe e a principal estrela do UFC tem previsão para acontecer a partir das 0h30 (horário de Brasília) da madrugada do dia 27, segundo o material distribuído no mercado internacional por quem oferece os direitos da programação, ao qual o blog teve acesso.

Trata-se de uma agressiva estratégia de promoção, com um conjunto de produtos (ou duração), que nem as principais lutas por títulos mundiais de boxe contam.

A turnê mundial para a realização de entrevistas coletivas, segundo os representantes do desafio, terá paradas entre três e cinco cidades.

Está prevista a veiculação de quatro programas de meia-hora cada, além de um reality show com sete episódios que, ao estilo “Embedded” do UFC, permitirá ao telespectador dar uma espiada na intimidade dos lutadores e em sua preparação.

Trata-se de um formato que cai como uma luva para Mayweather, que em programas similares, em rompantes teoricamente espontâneos, como no episódio no qual discutiu com o pai, o faz olhando na direção do cinegrafista. McGregor também é reconhecido como um grande promotor de eventos do UFC.

As preliminares da programação, entre duas e três lutas, iniciam a partir das 20h do dia 26, e o card principal do pay-per-view, que contará com quatro combates, às 22h, também de acordo com quem negocia os direitos das lutas com emissoras de TV.

Mayweather, invicto em 49 lutas, é reconhecido como o melhor lutador de sua era e estará deixando a aposentadoria. McGregor faz sua estreia no boxe.


Mayweather x McGregor vai passar no Brasil? Nem as TVs sabem ainda
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Eduardo Ohata

O desafio entre o multicampeão de boxe Floyd Mayweather Jr. e a estrela do UFC Conor McGregor já chamou a atenção de canais de brasileiros dedicados ao esporte, interessados no encontro, o que criou uma situação no mínimo curiosa: Executivos de TV não fazem ideia sobre com quem negociar, já que ninguém até o momento se apresentou como representante dos direitos de transmissão no país.

A repercussão na mídia da luta entre “Money” Mayweather e “Notorious” McGregor tornou impossível ignorar o desafio, mesmo que encarado mais como evento do que como esporte. O combate foi definido por um executivo de TV como “um evento interessante, sem dúvida”, ao demonstrar interesse e ao mesmo tempo ressaltar que há dúvidas sobre como estruturar a transmissão, “já que não se sabe ainda quem venderá os direitos efetivamente”.

Até esta terça-feira ninguém havia se apresentado como representante oficial dos direitos do evento, confirmou outro executivo, de um canal concorrente, apesar de acreditar que em todas as emissoras voltadas ao esporte estão tentando descobrir.

Tradicionalmente, as negociações dos direitos são feitos por um intermediário.

O último combate a gerar um grau semelhante de interesse foi o duelo entre Mayweather e o filipino Manny “Pacman” Pacquiao, em 2015.

Após ser oferecido a canais da TV por assinatura e até a pelo menos uma TV aberta, no caso a Record, que chegou a apresentar proposta, a luta terminou no pay-per-view, por meio do canal Combate, da Globosat. À época, quem quis assistir a mais essa “luta do século” foi obrigado a desembolsar um valor que variou entre R$ 80 e R$ 90.

Porém uma figura-chave naquela bem-sucedida operação, um norte-americano especialista em negociar direitos esportivos com canais brasileiros e que atua no país há muitos anos, não está envolvido na comercialização este combate.

Segundo declarações do presidente do UFC, Dana White, durante entrevista após o anúncio do desafio, sua empresa não terá ingerência nesse combate.

Nos EUA, o desafio entre Mayweather e McGregor será exibido no pay-per-view pela Showtime.


McGregor só passa do primeiro assalto se Mayweather quiser
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Eduardo Ohata

McGregor só tem uma chance de sobreviver a um assalto com Floyd Mayweather Jr., na luta que finalmente foi oficializada para 26 de agosto: Se Mayweather quiser. Mas… Pode acontecer! (Explicação um pouco mais à frente).

Logo de cara eu digo, o irlandês não tem chance contra Mayweather. Zero. Nenhuma. Acho que consegui deixar minha opinião clara.

Primeiro, porque Mayweather é um dos melhores boxeadores de todos os tempos. Lembre-se, Mayweather já esteve aposentado, ficou quase dois anos fora do ringue, voltou contra um dos melhores mexicanos da história, Juan Manuel Marquez, e venceu facilmente.

Em segundo lugar, porque McGregor nunca lutou boxe. Esta será sua estréia, como todos sabem.

Michael Jordan é o melhor jogador de basquete de todos os tempos, certo? Mas seu sucesso nas quadras não se converteu automaticamente em sucesso nos campos de beisebol.

Não adianta argumentar que a superfarsa, ops, superluta, entre Muhammad Ali e Antonio Inoki terminou empatada. Não foi nas regras do boxe, e o japonês passou mais tempo deitado, chutando as canelas de Ali, do que em pé, trocando golpes.

E tampouco adianta lembrar o quão fácil foi para o irlandês bater Zé Aldo, que tem boxe adequado para um lutador de MMA.

Naquele combate, o brasileiro na ânsia de calar a boca do irlandês falastrão abriu-se todo, materializando o maior medo de seu técnico, André Pederneiras, que pedia antes da luta que as pessoas parassem de “pilhar” o pupilo para que arrebentasse McGregor.

Para quem acha que é uma pegação no pé de McGregor, vamos inverter a situação: O que aconteceria se Mayweather fizesse sua estreia, nas regras do MMA, logo em um combate contra McGregor ou Zé Aldo? Acho que demonstrei meu ponto.

Só há um quesito no qual McGregor se compara, ou talvez até supere, Mayweather, que é a habilidade em promover um combate (e o motivo real para essa farsa, quer dizer, luta, estar acontecendo).

Mas há, sim, uma chance de McGregor passar do primeiro assalto.

Mayweather provavelmente tem frescas em sua memória as críticas e até ameaças de processos da parte do público irritado por a “Luta do Século” contra Manny Pacquiao ter entregado um mero traque no lugar dos prometidos fogos de artifício.

A luta ficou muito aquém da luta do século original, entre Ali e Joe Frazier, por exemplo.

Mayweather sabe que para a imagem do Mayweather agora promotor de lutas seria desastroso tê-la ligada a uma farsa ou a algo que seja percebida dessa forma pelo grande público, que acredita que essa é uma luta de verdade.

Para evitar uma nova enxurrada de críticas do público e dos consumidores de pay-per-view, é possível que Mayweather permita que McGregor sobreviva alguns assaltos no ringue para que não fique caracterizada uma marmelada.

Mas o resultado da “luta” foi selado no momento em que o evento foi oficializado nesta quarta por Mayweather via mídias sociais.


‘Luta entre McGregor e Mayweather é uma farsa’, dispara ‘Bíblia do Boxe’
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Eduardo Ohata

A revista “The Ring”, mais antiga publicação esportiva do mundo, traz na edição datada de agosto de 2017, matéria entitulada “Sombria Comédia”, na qual define a luta entre o ex-multicampeão de boxe Floyd Mayweather e a estrela do UFC Conor McGregor como uma “farsa”.

Segundo o UFC, McGregor, inclusive, já assinou contrato.

“McGregor não impressiona nos teipes em que aparece fazendo sparring [treino com luvas]”, analisa a publicação, fundada em 1922 e apelidada de “A Bíblia do Boxe”. “Alguns boxeadores muito bons e experientes enfrentaram Mayweather e não conseguiram tocá-lo; um cara que nunca boxeou profissionalmente tampouco irá tocá-lo.”

Porém a revista reconhece que tal combate atrairia não apenas uma base de fãs, mas duas (do boxe e do MMA), que a “luta” tem potencial para ser um grande sucesso no pay-per-view, e que McGregor foi escolhido a dedo por Mayweather para tal combate “em termos de ser um falastrão e de ter um armário cheio de roupas caras”.

A publicação aponta que não foi Mayweather que inventou as lutas que na verdade são farsas e cita um dos maiores mestres nessa arte. Ninguém mais, ninguém menos do que o ex-campeão dos pesados Muhammad Ali.

A “The Ring” lembra que Ali, logo após sua derrota para Joe Frazier, em 1971, começou a negociar uma luta com o jogador da NBA Wilt Chamberlain, prevista para acontecer no Astrodome.

Depois, continua a publicação, Ali tornou realidade a maior farsa de todos os tempos, um desafio em Tóquio contra o legendário lutador de telecatch Antonio Inoki, que tinha um background em artes marciais. Ali sempre teve interesse em lutar na capital japonesa, mas como não há pesos-pesados japoneses de qualidade internacional, quando a empresa que promovia os espetáculos de Inoki entrou em contato, Ali concordou. Ali, aliás, sempre foi um fã de telecatch.

Diferentemente da luta proposta entre Mayweather e McGregor, que aconteceria no boxe tradicional, no desafio entre Ali e Inoki, cada um lutou dentro de suas próprias características. Ali de pé, e Inoki, apoiado de costas na lona.

Após 15 assaltos, no Budokan Hall, a luta foi considerada um empate. “Se ele [Inoki] tivesse lutado em pé como homem…”, lamentou Ali ao “New York Times” após a luta. “Eu teria acabado com ele.”

Ali acabou no hospital, por conta dos chutes que Inoki acertou em seus tornozelos.

A “The Ring” lembra de várias outras “farsas”, envolvendo os campeões pesos-pesados Jack Johnson, Jack Dempsey, Floyd Patterson e Larry Holmes.

 

 


Veja qual ‘autoridade’ chama Mayweather x McGregor de ‘marmelada’
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Eduardo Ohata

A “The Ring”, principal publicação de boxe, dispara em sua edição de maio de 2017 contra o iminente combate entre o falastrão do UFC Conor McGregor e o ex-campeão de boxe Floyd Mayweather Jr., que anunciou estar deixando a aposentadoria para este duelo.

“A coisa toda é ridícula… Trata-se mais de um evento do que de uma luta de verdade, lembra muito uma luta de pro wrestling [a popular marmelada], na qual o vencedor já está predeterminado”, critica o editor da “The Ring”, Michael Rosenthal.

Na sequência, ele diz quais as chances de vitória de McGregor: “Zero!”.

A “The Ring”, fundada em 1922 e conhecida como a “Bíblia do Boxe”, conquistou status de autoridade no mundo do boxe.

O ranking da publicação, independente, é frequentemente utilizado como referência por narradores, comentaristas e especialistas para explicar ao público qual campeão é melhor do que o outro, já que há quatro campeões por cada categoria de peso atualmente.

O “título” de campeão da “The Ring” é mencionado nas apresentações sobre o ringue antes das lutas, durante transmissões pelas emissoras norte-americanas, e chegou a ser usado na promoção de combates históricos, como Mike Tyson x Michael Spinks.

A seguir, a íntegra do texto da “The Ring” sobre a possível luta entre “Money” Mayweather e McGregor:

“A “luta” entre Floyd Mayweather Jr-Conor McGregor é uma unanimidade do ponto de vista dos negócios. O volume de pacotes de pay-per-view negociados pode superar  o de Mayweather-Manny Pacquiao, o que se traduziria em bolsas na casa dos nove dígitos para cada um deles. Não vejo como eles podem esnobar isso. O aspecto negativo disso é que a coisa toda é ridícula. Nós já sabemos o resultado, desde que Mayweather e McGregor lutem nas regras do boxe e McGregor não as viole. O irlandês conquistou muito no MMA, mas ele é um boxeador “verde”, assim como todas estrelas do UFC. E um boxeador “verde” teria zero chance -zero!- de vencer Mayweather, talvez o melhor boxeador defensivo dos últimos cinquenta anos. Trata-se mais de um evento do que de uma luta de verdade, parece mais uma luta de pro wrestling [o telecatch, a popular marmelada], na qual o vencedor já está predeterminado. Suspeito que muitos que pagariam para assistir sabem da verdade, que McGregor estaria usando sua imagem para lucrar. Se é esse o caso -e essas pessoas ainda pagariam para assistir- tudo bem. Só espero que ninguém acredite que essa é uma luta de verdade.”

Ironicamente, na mesma edição em que praticamente chama o duelo entre Mayweather Jr.-McGregor de “farsa”, a “The Ring” presta homenagem a Holly Holm, que tirou a invencibilidade da badalada Ronda Rousey em um duelo no UFC.

A publicação fez um “mea-culpa” ao lembrar que a várias vezes campeã de boxe Holm bateu Ronda, pelo título do UFC, justamente quando ainda estava nas bancas a edição da “The Ring” que trazia em sua capa a até então maior campeão feminina da organização.

 


‘Conor McGregor nunca boxeará em alto nível’, critica ‘Bíblia do boxe’
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Eduardo Ohata

A mais tradicional publicação de boxe, a “The Ring”, publicada desde 1922, não usou meias palavras. Em sua edição de março de 2017, à qual o blog teve acesso, a revista afirma que um duelo entre o ex-campeão Floyd “Money” Mayweather e o campeão do UFC Conor “Notorious” McGregor definitivamente não acontecerá em 2017.

O motivo?

“Parte do que faz McGregor um grande lutador de MMA é a velocidade de seus punhos e a habilidade no boxe”, admite a revista. “[Mas] há uma grande diferença entre ter bons punhos no octógono e bons punhos para lutar no ringue. Ele nunca conseguirá competir no boxe no alto nível, o único no qual ele competiria se fosse para fazer tanto dinheiro quanto ele faz no UFC.”

O artigo, em tom respeitoso, ainda tenta consolar o falastrão irlandês.

“Não há vergonha nisso. Boxeadores tampouco conseguem competir no alto nível do MMA. McGregor é uma grande estrela em seu próprio esporte. Nem ele e tampouco o UFC o colocarão em risco.”

Os rumores em torno de um duelo entre Mayweather, considerado o melhor lutador da atualidade entre todos os pesos, e McGregor, principal atração do UFC, se recusam a morrer.

Nesta quarta-feira, Mayweather, 39, reafirmou que a única luta que o faria encerrar sua aposentadoria seria um duelo com McGregor.

“A única luta em que estou interessado é em uma com McGregor”, afirmou o boxeador. “Sou um homem de negócios, e a luta faz sentido como negócio.”

Mayweather diz que iniciou conversas com representantes de McGregor, mas que a negociação não avançou.