O Complexo Desportivo Constâncio Vaz Guimarães, o Ibirapuera, completa hoje 60 anos.

Uma das estrela que ajudaram a abrilhantar sua história, porém, deu uma bronca no Ibirapuera, ou melhor, ao Estado que o mantém e fez um pedido.

O bicampeão mundial de boxe, Eder Jofre, reconhecido e lembrado até hoje como um dos melhores campeões da história, reclama do descaso com que é tratado material que doou à cidade e cujo destino original seria um museu esportivo do Ibirapuera.

“Há até pouco tempo, meu pai reclamava que o material esportivo que ele doou, como troféus, estavam amontoados em uma sala fechada no Ibirapuera”, conta o filho do “Galo de Ouro”, Marcel. “Algumas peças já estavam danificadas, e há memorabília de outros atletas lá.”

Segundo Marcel, o que Eder quer é que esse material seja preservado e exposto como era a ideia inicial.

O Ibirapuera foi palco de inúmeras lutas de Eder, a mais inesquecível, talvez, a unificação de títulos com o irlandês Johnny Caldwell. Cerca de 23 mil pessoas prestigiaram o duelo entre o brasileiro, campeão galo pela revista “The Ring” e NBA (futura Associação Mundial de Boxe) e que estava invicto e Caldwell, reconhecido como campeão pela União Européia e que não havia perdido até então.

Caldwell, entre outras coisas, dissera que não havia atravessado o oceano para deixar seu título aqui, mas foi exatamente o que fez ao ser nocauteado pelo brasileiro em dez assaltos (de 15 previstos).

Ao ser questionado pelo blog durante uma breve entrevista telefônica se considera a vitória sobre Caldwell sua melhor luta no Ibirapuera, Eder respondeu que “foram tantas [lutas no Ibirapuera], essa foi uma”.

Quem deu uma ótima notícia relacionada a Eder e ao Ibirapuera foi seu genro, Antonio Oliveira, que informou que pretende em breve levar novamente Eder para fazer treinos no Centro Olímpico, que fica justamente no Ibirapuera.

No aniversário de 80 anos de Eder Jofre, um dos principais dirigentes do pugilismo internacional fez questão de cumprimentar o legendário “Galo de Ouro” no dia de seu aniversário. O presidente do Conselho Mundial de Boxe, Mauricio Sulaimán, encaminhou a este blog, nesta sexta-feira (25), véspera do aniversário de Eder, uma mensagem especial sobre o brasileiro bicampeão mundial:

“Eder Jofre. Um dos maiores campeões da história do boxe, talvez o melhor de todos os galos da história e um dos principais campeões latinos da história, ao lado de Roberto “Mano de Piedra” Duran, Julio Cesar Chavez, Carlos Monzon e [o campeão em 3 categorias de peso] Alexis Arguello. Aos 80 anos de idade, é um ícone do boxe e um embaixador da paz, sempre um modelo para a juventude e um verdadeiro representante do boxe. Ainda conhecido, mesmo enquanto a era moderna do boxe evolui, e embora tenha lutado em uma época em que não existiam as mídias sociais, só a TV, e a vida era muito mais simples.” Mauricio Sulaimán Saldívar.

Verdade.

Vale lembrar que na época em que Eder foi campeão não existiam as categorias intermediárias de peso que surgiram depois, como supermoscas, supergalos ou superpenas e havia menos entidades a controlar o boxe.

Se estivesse em atividade hoje em dia, Eder poderia ter sido campeão em PELO MENOS quatro categorias de peso.

Além disso, se tivesse desenvolvido a carreira nos EUA, ou se tivesse nascido lá, onde estavam concentrados os formadores de opinião dos ringues, Eder com certeza hoje estaria em todas as listas dos dez melhores lutadores de todos os tempos independente da categoria de peso.

Parabéns campeão,