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Arquivo : Jon Jones

Georges St-Pierre explica o porquê de luta com Anderson não ter acontecido
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Eduardo Ohata

Logo que foi anunciado que Georges St-Pierre, ex-campeão meio-médio do UFC, retornará aos octógonos, o primeiro duelo em que todos pensaram foi uma superluta com o brasileiro Anderson “Spider” Silva, ex-campeão dos médios do UFC.

Mas, em 2014, durante passagem pelo Brasil para evento promocional da Under Armour, sua patrocinadora, logo após o anúncio de sua aposentadoria, o canadense já havia explicado porque um duelo com Anderson Silva jamais havia acontecido.

“Não me sentiria confortável subindo para a categoria dos médios, e jamais me fizeram uma oferta para uma luta em um peso combinado [entre meio-médio, cujo limite é de 77 quilos, e médio, peso que vai até 83 quilos]. Sempre que se falou no assunto comigo, era para eu subir para o peso dele”, justificou à época St-Pierre, considerado um dos melhores lutadores de MMA da história, quando perguntei sobre a “superluta”.

Ao ser confrontado com a informação de que no Brasil a versão era de que a oferta havia sido em um peso combinado, o canadense desmentiu prontamente. “Não, nunca houve isso. Sempre foi para eu lutar no peso dele”, reiterou o lutador.

Mas, de fato, desde aquela época, o canadense era o adversário favorito de Anderson para uma superluta.

O brasileiro rechaçava a ideia de enfrentar o meio-pesado Jon Jones [limite de 93 quilos], mas falava sempre em St-Pierre.

Contra St-Pierre, Anderson teria a vantagem no tamanho, já que por vezes compete como meio-pesado, uma categoria àcima da sua, e já demonstrou ter mais pegada do que o canadense.

Pior, ao subir de peso, e contra um adversário naturalmente maior, a tendência é de que os socos de St-Pierre percam ainda mais a efetividade.


Odiado, McGregor impulsiona crescimento de vendas de pay-per-view no Brasil
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Eduardo Ohata

Odiado pelo público que o vê como um falastrão, além de uma pedra no sapato do ídolo José Aldo, o irlandês Conor McGregor, ironicamente, foi um dos ingredientes que permitiu que o canal do UFC no Brasil não apenas passasse batido à crise financeira que atinge o país, mas apresentasse crescimento robusto nesse período, na casa dos dois dígitos.

Na contramão do que aconteceu no mercado de canais pagos, o UFC Combate cresceu 13% de 2014 para 2015, e a luta entre McGregor e José Aldo foi uma das grandes vendas do canal em 2015. Mesmo a derrota dele para Nate Diaz, que não repetiu a performance de vendas do duelo com o brasileiro (claro!), indicou que tem potencial no Brasil, independente de quem seja o seu oponente.

O público brasileiro virou a casaca e passou para o lado do irlandês?

Muito pelo contrário!

Se repete com ele o fenômeno que aconteceu na década de 60, quando muita gente assistia as lutas do campeão dos pesos-pesados Muhammad Ali torcendo para que alguém calasse a boca daquele (não coincidentemente) falastrão.

Também pudera, ao contrário de Joe Louis, que foi um grande campeão que media as palavras, Ali desafiava a tudo e a todos. Não tinha medo de se auto-declarar o “maior de todos”, fez campanha contra a Guerra do Vietnã, que não pegou bem em um país extremamente patriótico, e aderiu ao movimento negro. Não. Nem de longe McGregor é o Muhammad Ali do MMA, mas segue sua escola de auto-promoção.

“Percebemos que muitas pessoas querem assisti-lo, pois querem vê-lo [McGregor] perder”, comenta Daniel Quiroga, gerente geral do UFC Combate. “Mas já existe uma legião grande de fãs do McGregor no Brasil. Não há como negar, é um fenômeno. Lutadores como ele são importantes para o negócio, pois inflamam os fãs, geram interesse e atraem o público periférico [que não acompanha o MMA].”

Apesar dos bons números, o canal enfrenta o desafio da crise dos brasileiros dentro dos octógonos e pela crise financeira do país.

“O consumo do MMA está muito relacionado aos ídolos brasileiros. Apesar dos atletas estrangeiros que caíram nas graças do público brasileiro, como [o ex-campeão meio-pesado] Jon Jones, [a ex-campeã] Ronda Rousey e McGregor, sabemos que dependemos muito dos ídolos para manter uma curva positiva nos negócios”, admite Quiroga.

“Não queremos deixar que aconteça com o MMA o que aconteceu com a F-1 e o tênis, que tiveram grandes ídolos brasileiros como Ayrton Senna e Guga, mas cujo encerramento de seu ciclo também levaram junto o interesse do esporte pela população brasileira.”

Segundo o executivo, para evitar que isso aconteça, estão em andamento uma série de iniciativas para a renovação dos ídolos brasileiros, desenvolvimento de novos talentos e fomento da prática dos esportes de luta.

Daniel Quiroga, executivo do canal UFC Combate

Daniel Quiroga, executivo do canal Combate

Quiroga não afasta os efeitos da crise econômica, mas crê que o canal poderá repetir a performance do ano passado e continuar apresentando crescimento.

“A crise é para todos os segmentos, todas as marcas que possuem algum tipo de operação e negócio no Brasil estão sendo afetadas pela crise. Claro que poderíamos ter tido um crescimento maior caso o poder aquisitivo da população estivesse mais estável, mas nossa base de assinantes vem crescendo. Temos uma oferta de lutas muito boa no primeiro semestre e a previsão é que o segundo semestre também acompanhe o primeiro.”

Além disso, cita também investimentos em novas plataformas, como os aplicativos abertos (voltados ao público em geral) e fechados (exclusivos para assinantes), redes sociais e no Combate Play, por meio do qual o assinante pode assistir ou rever lutas onde estiver.


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