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‘Que ‘presente’ é esse que temos que pagar R$ 950 milhões?’, rebate Andres
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Eduardo Ohata

O ex-presidente corintiano Andres Sanchez rebateu a acusação do presidente do conselho de administração do grupo Odebrecht, Emílio Odebrecht, de que a Arena Corinthians teria sido um presente para o ex-presidente Lula em retribuição a suposta ajuda do ex-presidente Lula ao grupo.

A edição deste domingo da “Folha de S.Paulo” traz reportagem sobre acordo de delação de Emílio, em fase de negociação, na qual fez tal afirmação.

“Dizem que [o estádio] foi dado de presente para o Lula, e o Corinthians tem que pagar um financiamento de R$ 950 e tantos milhões? Que tipo de presente é esse?”, perguntou ao blog Andres, de forma retórica, ao ser questionado sobre a declaração de Emílio Odebrecht.

Foi durante a gestão de Andres, hoje deputado federal, que o estádio foi viabilizado. O ex-presidente se mantém à frente das operações ligadas à arena, incluindo a busca por um parceiro para fechar o contrato dos “naming rights” do estádio.

A Arena Corinthians tem protagonizado uma série de polêmicas envolvendo clube e empreiteira. Técnicos que trabalharam na obra alegam que ela ainda não foi completamente entregue e que faltam detalhes para torná-la totalmente funcional.

Clube também já ameaçou processar o fundo da arena, integrada pela Odebrecht, caso toda a papelada referente ao estádio não seja entregue para a realização de uma auditoria, o que ainda não aconteceu.

Ao blog, Andres afirmou que tem esperança que isso aconteça dentro de 30 a 45 dias.

Na tarde deste domingo, o ex-presidente do Corinthians reforçou sua posição enviando um comunicado à imprensa sobre a polêmica. Veja a íntegra do texto a seguir:

Quanto à matéria da Folha de SP de 23/10/16, sobre suposta afirmação de Emilio Odebrecht, publicada como destacada manchete afirmando que o estádio do Corinthians foi um presente para o ex presidente Lula, constato que da leitura de tal notícia em momento algum se desprende tal afirmação já que o próprio texto deixa claro os esforços que o clube realiza para fazer frente ao pagamento.

Alguém, por mais mal informado que seja, afirmar que o estádio foi um presente para quem quer que seja, quando a Arena Corinthians custou R$ 985 milhões mais juros do empréstimo, é no mínimo não ser razoável em sua forma de pensar.

Como alguém dá algo para outro alguém e depois exige pagamento por isso?

E mesmo não sabendo qual conotação desejou-se dar, faz-se necessário deixar claro que, através dos trabalhos que estão sendo realizados pela auditoria geral da obra, há objetivos bem definidos.

O Corinthians cobrará da Construtora Odebrecht tudo o que deve, seja pelo não executado, superfaturado, o que tiver de ser refeito ou o que mais for detectado em prejuízo à instituição Corinthians.

E ainda, quaisquer pessoas que participaram de atos que prejudicaram o Clube, também serão cobradas.

O Clube em qualquer caso é a vítima, o lesado, logo deve ser ressarcido.

Este é o motivo da Auditoria Geral da Obra da Arena, a qual está sendo realizada de forma independente, envolvendo diversas áreas e, trazendo publicamente desde já, que a falta de entrega de documentos pela construtora ou Arena Fundo, está sendo interpretada como algo que merece maior aprofundamento ainda.

O Corinthians e seu torcedor são maiores e mais importantes do que qualquer um de forma individual, seja ele quem for.

E toda a imprensa sabe que tenho assessor de imprensa e nem ele e nem eu fomos procurados, como a matéria afirma, para falar sobre este o assunto.

Durante a semana, quando retornei de Brasília, na quinta-feira, fui a diversos programas que estavam marcados e atendi todas as solicitações de entrevistas.


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Primo de Aidar é nomeado para comitê de finanças do São Paulo
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Eduardo Ohata

Primo do ex-presidente são-paulino Carlos Miguel Aidar, Gabriel Aidar Abouchar foi indicado para o Comitê de Finanças do clube durante sessão do Conselho Deliberativo que terminou agora há pouco.

Gabriel foi um dos nove executivos que assinaram um acordo de leniência da empreiteira Toyo Setal, citada na Operação Lava Jato, com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Assumiram estar “envolvidos em condutas anticompetitivas”, o que pode amenizar as penas de incriminados no final da investigação.

O próprio Carlos Miguel esteve presente à sessão, sentando-se à primeira fila e tirando fotos de slides apresentados na reunião.

O empresário Abílio Diniz também se pronunciou, ao afirmar que a gestão do São Paulo está “muito longe de ser uma administração profissional”. Em seu discurso, apenas a gestão financeira escapou de críticas, sendo inclusiva alvo de elogio.

O presidente do Conselho Deliberativo, Marcelo Pupo, elogiou a diretoria pela transparência nas informações sobre as negociações dos direitos da TV fechada com Esporte Interativo e Globosat. O clube fechou com esta última.


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