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Arquivo : Leila Pereira

“Não vou renovar o patrocínio para uma pessoa inimiga”, diz Leila
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Eduardo Ohata

Em meio a uma guerra política com o ex-padrinho político Mustafá Contursi, que passa pela campanha pelo aumento do mandato do aliado e presidente do Palmeiras, Mauricio Galiotte, Leila Pereira acena com a possibilidade de a Crefisa deixar de patrocinar o clube. Em entrevista ao blog durante evento com sócios e conselheiros pelo “sim” à reforma do estatuto, a empresária afirmou que se a coalização que trabalha pelo “não” eleger um candidato de oposição à presidência, a Crefisa deixa o clube.

Em prol da alteração do estatuto do Palmeiras, que por tabela facilita uma eventual candidatura à presidência em 2021, Leila argumentou que aqueles que trabalham contra (leia-se Mustafá) são “retrógrados”. Está nos seus planos estender o embate com Mustafá, que chegou à esfera policial por causa de um suposto caso de cambismo com ingressos da Crefisa, à eleição do Conselho Deliberativo em fevereiro do ano que vem, quando buscará minar a influência do ex-presidente no órgão e, por consequência, na vida política do Palmeiras.

Leila Pereira fala a sócios e conselheiros durante evento

Blog do Ohata: Nesta semana o Comitê de Orientação Fiscal do Palmeiras rejeitou outro balancete da gestão. Você pretende colocar o pé no freio nos investimentos em jogadores enquanto isso estiver se repetindo?

Leila Pereira: Os problemas nesse órgão são eminentemente políticos, isso é obvio. O clube é superavitário, vai fechar o primeiro trimestre com lucro de R$ 40 milhões. Isso vai ser resolvido no Conselho Deliberativo, que dá a última palavra. O presidente não nos pediu mais ajuda financeira em novas contratações, mas se tiver, terá de ser nos termos desse novo contrato, como foi o caso do Lucas Lima, no qual contribuímos na aquisição através desse novo modelo. De lá para cá, não houve nova solicitação do presidente [Mauricio Galiotte]. Não posso dizer, ‘nunca mais vou fazer isso’. Se tiver condições, se o valor for dentro do orçamento, estou sempre aqui para contribuir com o Palmeiras. Essa dificuldade que está se criando é de caráter político, vem do grupo que patrocina o ‘não’ às reformas que serão votadas na assembleia geral do dia 4 [de agosto], são os mesmos que derrubaram o Palmeiras duas vezes à segunda divisão. [Enfática] são esses.

Você está se referindo aos ex-presidentes Mustafá e Tirone?

Não quero citar nomes, mas todos sabemos. São essas pessoas que estão lutando pelo não, que encabeçam a reprovação das contas. Se não são só essas, são pessoas que estão indo na linha dessa gente. O que eu acho mais estranho é que até poucos meses atrás [esses grupos] eram rivais. Todos se uniram contra a votação do ‘sim’. Conceitualmente não tem como você votar pelo ‘não’, contra o mandato de três anos, então eles encontraram essa válvula para atormentar a vida do clube e de um patrocinador [Crefisa] que já colocou mais de meio bilhão de reais no clube. Como um patrocinador desses pode dar prejuízo ao clube? Tem duas vertentes, dos dirigentes ultrapassados, que ficam agarrados ao clube e não soltam de jeito nenhum. Eles querem que fique dois anos para que, ano sim, ano não, fique aquela balbúrdia, para sempre o candidato a presidente ficar negociando cargos com eles. E tem as pessoas que no início da reforma estatutária, em 2013 [na gestão Paulo Nobre], eram a favor dos três anos, sempre foram, mas agora como eu sou conselheira e eles vislumbraram a possibilidade de eu querer ser candidata a presidente, ficam fazendo conta, ‘se aprovar isso agora, daqui a três anos a Leila pode ser presidente’, então é uma forma de me barrarem. Mas sou uma conselheira comum, se não for candidata em 2021, posso ser em 2022, 2024, isso não impede um conselheiro de ser candidato…

Então você quer ser candidata a presidente?

Gente, não sou candidata a nada. Nunca vi ninguém fazer campanha eleitoral com três, quatro anos de antecedência. Eles têm o receio de que daqui a três anos eu possa ser candidata. E qual o problema? Sou uma mulher que não tem medo de ninguém, se eu achasse que é o melhor para o clube me candidatar em 2022, eu me candidato, contra quem quer que seja. Mas esse não é o motivo para apoiar os três anos, estou apoiando pela modernidade, porque toda essa gente que nunca deixou o clube crescer está apoiando o lado contrário, eles querem que continue como está, e nós não queremos isso.

Depois do bate-boca após a última reunião do conselho deliberativo, reclamaram de arrogância por você ter perguntado quem colocaria o dinheiro pago pela Crefisa se ela saísse. Concorda que isso pode ter trabalhado contra?

Sou muito clara, só falei a verdade. O Brasil inteiro sabe que nosso patrocínio é o maior da história para o futebol nas Américas. Eles são irresponsáveis. A partir do momento em que tentam indispor o patrocinador com o clube, para que o patrocinador saia, eles teriam que ter a responsabilidade de dizer, ‘patrocinador, você caia fora, mas vou pôr uma empresa que coloca um valor tão relevante como o que você coloca’. Mas ninguém dos que reclamam põe um centavo, não apresentam alternativas, então não acredito que falar a verdade seja ferir susceptibilidades. A grande maioria dos conselheiros apoia o patrocinador.

Qual as outras prioridades para a assembleia geral do dia 4?

A Lei de Incentivo Fiscal, da qual a o Palmeiras já poderia estar se beneficiando há tempos, mas nenhum desses ex-presidentes se interessaram. Foram colocados alguns requisitos no estatuto para que isso aconteça. Podemos arrumar empresas que aportem para os esportes amadores, basquete, vôlei, natação. A vantagem para o sócio é que a partir do momento em que o clube não precisa desembolsar para os esportes amadores, sobra receita para as áreas sociais do clube.

Com só uma reeleição de presidente, como é hoje, o estatuto não está adequado? Foi o que um conselheiro me disse.

É mentira. A Lei de Incentivo exige alguns requisitos que o estatuto não tinha, e que não têm a ver com o mandato.

Outro ponto questionado é o valor de R$ 20 milhões que a Crefisa poderia investir por meio de incentivos fiscais, classificado como “impossível” por membros do grupo que defende o ‘não’.

[Irritada] Ele sabe quanto eu pago de imposto? Não sabem, então como ele sabe que é impossível? Não vou ficar discutindo valores com você agora. Mas quando aprovar, vou te mostrar, ‘olha quanto nós aprovamos…’ Fora que não é só a Crefisa, vou tentar buscar parceiros que aportem também aqui no clube. Gostaria que dessem uma entrevista para você falando, ‘trouxemos essa, essa e essa empresa que irão apoiar o Palmeiras’. Mas ninguém faz nada pelo Palmeira, só falam…

Como ficou na reforma do estatuto a questão da diminuição do número de vitalícios?

Eu pessoalmente votei pela diminuição, acho importante para oxigenar o conselho, mas não passou. Numa próxima reforma, a gente vai colocar novamente em pauta a diminuição dos vitalícios.

Você falou em ‘oxigenar’ o conselho. Soube que você já está pensando nas eleições do conselho em fevereiro para minar o curral eleitoral do dirigente a quem você chama de ultrapassado. Você confirma?

Sim, não só dele, como os dos satélites que orbitam em torno dele e que também são totalmente ultrapassados. A gente precisa ter cabeças novas, pensando no Palmeiras para a frente, não pensando no Palmeiras na obscuridade, em reuniões que ninguém sabe o que eles conversam, o que é tratado. Nossas reuniões são assim [gesticula para o salão do Palmeiras ocupado por sócios e conselheiros convidados], abertas, como esta que tem 700 pessoas, o importante é abrir para as pessoas ouvirem. Aqui tem gente que quer um Palmeiras moderno.

Mas então você reconhece que o clube está dividido?

Sim. Mas a outra parte é um grupo muito pequeno, que faz um barulhinho.

Mas a vitória de vocês que votaram pelo ‘sim’, foi por uma margem muito pequena, por três votos.

Se você pensar bem, foi uma votação muito relevante, foram 143 votos que a gente precisava do total de conselheiros mais um. Se você imaginar que vieram 143 conselheiros votando ‘sim’ pela reforma, é muita gente. Com a modernidade vencendo o ultrapassado. Não estou desmerecendo as pessoas antigas, pelo contrário. Votam pelo ‘sim’ pessoas que estão no clube desde que nasceram. Luto contra essas pessoas que querem o Palmeiras pequeno, na balbúrdia, pois só assim eles conseguem aparecer.

Quanto você lucrou com negociações de jogadores do Palmeiras?

Nunca recebi um centavo. Um dos contratos era do Victor Hugo, que foi vendido, o presidente solicitou que fosse adquirido outro jogador, e nós não recebemos. Vamos receber no futuro. Então essa celeuma dos aditivos é uma falácia. O Palmeiras nunca teve, e nunca terá prejuízo com esse patrocínio, que é tão grande, que ele próprio ‘paga’ esses jogadores. Dizem que estou diminuindo o Palmeiras quando digo que o patrocínio é um valor acima ao de mercado. Não estou diminuindo o Palmeiras, pelo contrário, eu acho que vale. Sabe porquê? Porque sou palmeirense, eu acho que vale. Mas veja que outros times grandes recebem valores bem menores. Então com essa gordura, em um ano e meio, eu pagaria todos esses contratos. Então como esse contrato pode dar prejuízo ao clube? Quem dá prejuízo ao clube são pessoas que estão agarradas ao clube, que vivem do clube e que nunca fizeram nada pelo Palmeiras. É essa gente que age de má fé que queremos tirar daqui. Prejuízo haveria se não houvesse o patrocinador como o Palmeiras tem, de apaixonados pelo clube. É isso que eles querem, que o patrocinador saia.

O contrato do Palmeiras com a Crefisa vence em 2019, e a eleição do presidente do executivo, em novembro deste ano. Se o presidente Galiotte não for reeleito, vocês podem ir embora?

Não sei se o Mauricio vai ser candidato, mas é óbvio que se forem eleitas essas pessoas que estão atacando violentamente o patrocinador, é óbvio que não vou renovar o patrocínio, tendo a caneta na mão, para uma pessoa que é minha inimiga. Uma pessoa que ofende o patrocinador nos quatro cantos. Mas não acredito que isso vá acontecer, o Palmeiras não pode retroceder. Se a oposição vencer, eles que atacam tanto o patrocinador, eles tem que ter a responsabilidade de arrumar outro patrocinador. Eles atacam tanto o patrocinador, que querem ver o patrocinador pelas costas, não é? Se eles conseguirem eleger alguém que não gosta do patrocinador, não é o patrocinador que vai sair daqui, eles vão tirar o patrocinador daqui, e eu acho que eles é que vão ter a responsabilidade de colocar outro. Se esses críticos ganharem a eleição, eles não vão querer a Crefisa e a FAM como patrocinadoras, isso eu tenho certeza, e o que eles terão que fazer, já que se indispuseram com o patrocinador, não o quiseram aqui, eles terão de arrumar outro, será deles a responsabilidade.

Falando sobre futebol, você está satisfeita com o futebol do Palmeiras?

Eu gostaria que o Palmeiras estivesse entre os dois primeiros da tabela, é claro que não, todos nós torcedores gostaríamos que estivesse melhor. Mas está no início do campeonato, na 15ª rodada? Mas é claro que esperamos mais.

A falta de títulos incomoda?

Claro que sim. Estamos mal acostumados; título nacional em 2015; outro título nacional em 2016; e em 2017 fomos vices. Mas não podemos esquecer o que passamos em 2014, quando não caímos [Palmeiras] por um milagre. Antes, a emoção forte era quando não caía, isso é uma vergonha.

Como está acompanhando a negociação entre Palmeiras e Globo do contrato de transmissão na TV aberta do Brasileiro a partir de 2019? Como patrocinador, qual a importância da visibilidade de ter a marca estampada no canal?

Sou uma grande patrocinadora da Globo, [é importante] para qualquer marca, pela visibilidade, pela audiência, ter minhas marcas em jogos transmitidos pela Globo. Espero que dê tudo certo, mas quem negocia é o presidente Galiotte. Eu não me meto nisso.

 


Leila promete lobby com empresas para atrair incentivo fiscal ao Palmeiras
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Eduardo Ohata

Leila Pereira, conselheira do Palmeiras e dona da patrocinadora Crefisa, prometeu nesta terça-feira (17) durante evento com sócios do clube pelo “sim” à reforma do estatuto, dirigir verba adicional ao Palmeiras por meio da Lei de Incentivo Fiscal ao Esporte, além de trabalhar junto a outras empresas para convencê-las a fazer o mesmo pelo clube, caso a alteração estatutária seja aprovada. O evento foi realizado no salão localizado sobre a pizzaria do clube que, pelos cálculos da organização, teve uma assistência total de cerca de 700 sócios.

A patrocinadora explanou aos sócios que, por meio da renúncia fiscal, tem à disposição R$ 20 milhões que poderiam ser utilizados anualmente em projetos esportivos de base. Esse dinheiro é “carimbado” e não pode ser utilizado em futebol profissional. Parte desse montante já é dirigido pela Crefisa a outros projetos por meio da Lei Rouanet de incentivo à cultura.

Evento de Leila Pereira com sócios do Palmeiras

Além da questão da Lei de Incentivo, estava na pauta da reunião na qual também tomaram a palavra o diretor-administrativo, Paulo Buosi, e o presidente do conselho deliberativo, Seraphim del Grande, a explicação de que a votação dos itens da reforma do estatuto será individual. Ou seja, o “sim” para o aumento do mandato do presidente não significa automaticamente o “sim” para as outras nove alterações.

Da parte de quem trabalha pelo “não” à alteração, questiona-se dois pontos sobre a questão do incentivo fiscal. “A lei limita a utilização a um por cento do que seria recolhido à Receita Federal, então ela não poderia aplicar R$ 60 milhões por meio da Lei de Incentivo”, aponta o conselheiro Savério Orlandi, do grupo do ex-presidente Paulo Nobre. “E condicionam o uso do incentivo fiscal à adequação do estatuto, mas já estamos adequados à Lei de Incentivo, que proíbe duas reeleições, mas hoje temos só uma reeleição.”

Orlandi se refere ao fato de Leila ter acenado com a possibilidade de investir até R$ 60 milhões por meio da Lei de Incentivo, porém esse cenário depende de uma mudança na legislação em tramitação no Congresso Nacional.

O grupo que trabalha pelo “sim” planeja mais duas reuniões até a votação dos sócios pela ratificação da alteração do estatuto, prevista para 4 de agosto.

 


Leila x Mustafá: Ex-presidente deixa hospital e comanda evento pelo ‘não’
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Eduardo Ohata

O ex-presidente palmeirense Mustafá Contursi, afastado da vida política do clube por três semanas por motivo de saúde, presidiu uma reunião com cerca de 80 conselheiros nesta segunda-feira (16). No encontro, na casa do conselheiro Mario Gianini, foram planejadas ações pelo “não” na votação dos associados à mudança no estatuto que aumenta para três anos o mandato presidencial e que, por tabela, facilitaria os planos de Leila Pereira, dona da patrocinadora Crefisa, para uma eventual candidatura à presidência do clube em 2021.

O evento contou com o apoio de um ex-aliado de primeira hora de Leila, o ex-presidente Arnaldo Tirone, que municiou o encontro com beirutes, sanduíches, sobremesas e bebidas graças à estrutura móvel de seu restaurante. Os mais nostálgicos lembraram de vários paralelos à campanha de Tirone à presidência do clube, que também contou com o serviço do restaurante, cuja maioria das reuniões foram realizadas na casa de Gianini, e o fato de estarem presentes na reunião de segunda seus vices Edvaldo Frasson, Valter Munhoz e também o vice de futebol de sua gestão, Roberto Frizzo, que estava acompanhado pelo filho Bruno e por cinco de seus correligionários.

Enquanto o presidente do executivo, Galiotte, e o presidente do conselho deliberativo, Seraphim del Grande, prestigiaram o evento em um hotel de luxo no qual Leila deu o pontapé inicial na campanha pelo “sim”, a reunião desta segunda foi prestigiada por três dos quatro vices de Galiotte, Genaro Marino, Vitor Fruges e José Carlos Tomaselli, pelo vice do conselho deliberativo, Carlos Faedo, e pela advogada Rita Cosentino, que secretariava Del Grande no conselho até entregar o cargo, o que mostra uma divisão política no clube se intensificando.

A presença em peso de remanescentes do grupo político do ex-presidente Paulo Nobre, desafeto de Leila, ex-adversários políticos de Tirone, também marcou o encontro, que durou aproximadamente cinco horas. Entre os cerca de 80 a 90 conselheiros presentes estavam pelo menos dez que votaram pelo “sim” à alteração do estatuto, que acompanharam as exposições.

O discurso de Mustafá e de outros conselheiros que pediram a palavra foi simples e direto, ao explicarem que ninguém é contra o patrocínio, mas que se separe a Leila conselheira da patrocinadora. Foi orientado que os presentes alertassem os sócios sobre questões que apontam ser polêmicas relacionadas ao aditivo contratual com a Crefisa, que resultou na rejeição do balancete de janeiro pelo Conselho de Orientação Fiscal, e à alteração estatutária, que classificam de casuística por não englobar todos os pontos sugeridos anteriormente.

Os associados votarão no próximo dia 4 para referendar, ou não, a decisão do conselho deliberativo pela reforma no estatuto.

Apesar de membros da própria coalizão pelo “não” acreditarem ser muito difícil reverter o quadro junto aos associados, eles querem aproveitar a aliança que se formou para trabalhar uma oposição para as eleições presidenciais previstas para novembro.

 

 


Rivais se aliam contra mudança que facilitaria planos de Leila no Palmeiras
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Eduardo Ohata

Desafetos históricos se uniram no Palmeiras de olho na votação dos sócios do clube em agosto para ratificar a mudança do estatuto que facilitaria o plano de Leila Pereira, dona da patrocinadora Crefisa, de lançar uma eventual candidatura à presidência do clube já em 2021. A oposição larga atrasada, pois há duas semanas Leila e correligionários deram, em um hotel de luxo de São Paulo, o pontapé inicial em uma campanha pelo “sim” à alteração estatutária.

Em meio à “ressaca” da eliminação da seleção da Copa e de comentários de associados que ressaltavam o fato de o Brasil jamais ter sido campeão sem escalar um jogador do Palmeiras e que exaltavam o título da Copa Rio-51, que o ex-presidente da Fifa, Joseph Blatter disse reconhecer como Mundial, Mustafá traçava no clube, domingo (8), sua estratégia, a poucos metros de Leila e José Roberto Lamacchia.

Na mesma “trincheira” de Mustafá, de volta ao dia-a-dia do clube após um hiato de três semanas por motivo de saúde, formou-se um grupo no mínimo heterogêneo, com a participação de desafetos históricos, como o ex-secretário-executivo dos Ministérios do Esporte e do Transporte, José Luiz Portella, oriundo da UVB de Luiz Gonzaga Belluzzo; o vereador Xexéu Tripoli, do Palestra, do grupo de Paulo Nobre; e o filho do ex-presidente Afffonso Della Monica e presidente do Conselho de Orientação Fiscal, Carlos Della Monica, entre outros.

Outro ex-presidente, Arnaldo Tirone, aliado de Leila e de Mustafá, pode reforçar a aliança, já que não compareceu à votação da reforma.

Dadas as diferenças entre os membros da coalizão, nem todos conversam diretamente com Mustafá. O ex-vice de futebol Roberto Frizzo, do grupo de Mustafá, conversou por telefone com Portella. Frizzo, por sua vez, articula com membros de seu subgrupo. Xexéu é um crítico de Mustafá, mas interlocutores em comum informaram o ex-presidente de que o vereador é contra o aumento do mandato do presidente.

Os opositores de Leila, e por tabela do presidente Mauricio Galiotte e do presidente do conselho deliberativo, Seraphim del Grande, na questão específica do estatuto, planejam explorar a questão do aditivos no contrato de patrocínio da Crefisa, que causou a rejeição do balancete de janeiro do clube pelo COF, e a ausência de um título na atual gestão da equipe profissional de futebol, apoiada pela Crefisa com aportes financeiros adicionais ao patrocínio regular.

Outro ponto que apostam que possa fazer alguma diferença é a participação de membros da gestão de Paulo Nobre, que tiveram contato próximo com associados durante sua gestão. Uma das principais forças políticas do clube, o próprio Nobre, no entanto, se mantém distante do cenário eleitoral. Enquanto isso, Genaro Marino, do grupo do ex-presidente, tampouco decidiu se lançará ou não uma candidatura de oposição à presidência, sujeita ao filtro do conselho deliberativo, para concorrer em novembro contra Galiotte.

O grupo de oposição se reunirá na próxima segunda-feira, na casa do conselheiro Mario Gianini, no Pacaembu, para discutir estratégias.

Membros da aliança admitiram ao blog que é difícil reverter o quadro da votação da reforma entre os associados. O objetivo da aglutinação de membros de grupos pretende, no mínimo, evitar uma diferença de votos grande e já iniciar um trabalho para as eleições de novembro.


Tropa de Paulo Nobre ressurge e acusa Leila de trabalhar contra o Palmeiras
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Eduardo Ohata

Aliados do ex-presidente do Palmeiras Paulo Nobre têm ressurgido em meio ao racha político no clube, e voltado a brigar por espaço.

Recentes manifestações de Leila Pereira, dona da patrocinadora Crefisa, se tornaram alvo de críticas do vereador Xexéu Tripoli, membro da “tropa de choque” de Nobre, em cuja gestão ocupou o papel de diretor-administrativo. Outro aliado bastante próximo de Nobre, Genaro Marino, estuda a possibilidade de lançar candidatura de oposição e diz ser incompatível Leila ser patrocinadora e conselheira do clube.

O próprio Paulo Nobre, porém, está distante da vida política do clube e faz mistério sobre o seu futuro e as aspirações no Palmeiras.

“É inadmissível alguém que se considera conselheira desvalorizar a camisa do clube na imprensa. Para mim, a camisa vale exatamente o que ela paga”, disparou Xexéu, ao acusar Leila de supervalorizar o patrocínio da Crefisa quando ela questionou quem investiria o mesmo montante que a Crefisa no Palmeiras. “O presidente do conselho deliberativo não pode admitir. Quero ver se vai tomar alguma posição contra alguém que trabalha contra o Palmeiras no mercado ou deixará de repreender quem leva a família dele para passear em Nova York.”

O valor do patrocínio anual da Crefisa ao Palmeiras gira em torno de R$ 80 milhões, com a previsão de bônus adicionais para eventuais conquistas de título do Estadual, Copa do Brasil, Libertadores, Brasileiro e Mundial que, somados, chegariam a R$ 40 milhões por ano.

O presidente do conselho deliberativo do clube do Parque Antarctica, Seraphim del Grande, negou ter viajado a Nova York com Leila Pereira, e argumentou que há instrumentos dentro do conselho deliberativo para Xexéu questionar as manifestações da patrocinadora.

“A última vez em que fui para Nova York foi há 50 anos; para Buenos Aires, fui eu e minha mulher, assim como outros casais, para uma partida do Palmeiras, no jato da Leila, o que não gerou custo ao clube”, explicou Del Grande. “Se ele acha que a Leila fez algo errado, pode entrar com pedido de sindicância, mas tem que ter coragem e base, porque se a estiver denegrindo [difamando], talvez seja processado.”

Procurada pelo blog por meio de sua assessoria, Leila Pereira não se pronunciou sobre as declarações de Xexéu.

Apesar de ter criticado Leila e se distanciado de Galiotte, Xexéu não é aliado político do ex-presidente Mustafá Contursi, o que dificulta costuras políticas do lado da oposição. Mustafá foi padrinho político de Galiotte e Leila, mas desde então rompeu com a patrocinadora.

O grupo de Mustafá trabalha pela não-aprovação do aumento do mandato do presidente para três anos, que indiretamente facilita o plano de Leila de ser candidata à presidência do clube.

Na última quinta-feira, Leila deu o pontapé inicial na campanha para que os sócios votem pelo “sim” da reforma do estatuto e também atacou Mustafá.


Em evento de luxo, Leila inicia campanha por mandato maior e ataca Mustafá
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Eduardo Ohata

Crédito: Eduardo Ohata/UOL

Leila Pereira, dona da Crefisa, recebeu na noite desta quinta (28) mais de duas centenas de conselheiros e associados do Palmeiras para um jantar em um luxuoso hotel no Jardim Paulista, cujo slogan era “Eu voto sim! Pela modernidade”. No pontapé inicial de sua campanha pelo “sim” dos sócios à alteração no estatuto que aumenta o mandato do presidente e facilita uma eventual candidatura da dona da patrocinadora já em 2021, ela mencionou e tom crítico o ex-padrinho político e agora desafeto Mustafá Contursi.

A alteração foi aprovada pelo conselho deliberativo, mas precisa ser ratificada pelos sócios por maioria simples. Leila tem previstos outros eventos para fazer um corpo-a-corpo com sócios pelo “sim” e pretende que conselheiros aliados acionem suas bases eleitorais para convencê-los. A votação foi marcada pelo presidente do conselho deliberativo, Seraphim del Grande, para logo após a Copa do Mundo.

Ao mencionar as vantagens da extensão do mandato de dois para três anos, a patrocinadora citou o ex-presidente Mustafá, que mantém força política nos bastidores do clube.

“O mandato de três anos é melhor porque dá mais tranquilidade ao presidente para ele trabalhar, ele não vai precisar parar a cada dois anos para negociar cargos com o Mustafá [Contursi]”, disse Leila a jornalistas, pouco antes do início do evento, para depois se referir a um dos slogans mais associados a Mustafá. “[Time] bom e barato, isso não existe, tem que extirpar essa gente de lá [Palmeiras].”

Ela questionou as críticas das quais a Crefisa foi alvo durante a sessão do conselho deliberativo na segunda-feira (25), que a fez pela primeira vez desde que foi eleita a uma cadeira no conselho pedir a palavra para se defender.

“Todos os clubes de São Paulo procuraram a Crefisa [para patrociná-los], é incrível que de dentro do clube, mesmo que da parte de membros de um pequeno grupo, partam críticas à patrocinadora”, reclamou.

Leila viu como um ato totalmente político a rejeição do balancete de janeiro pelo Conselho de Orientação Fiscal na noite de terça-feira (26),  por causa do aditamento no contrato com a Crefisa para atender exigência da Receita Federal por meio do qual o clube assume dívida de cerca de R$ 120 milhões com a empresa conforme o UOL Esporte noticiou.

“Como rejeitam o balancete de uma gestão apresentou uma arrecadação de mais de meio bilhão [em 2017]?”, perguntou, Leila, de forma retórica. “É claro que fazem isso só para atingir a patrocinadora.”


Críticas fazem Leila pedir a palavra pela 1ª vez no conselho do Palmeiras
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Eduardo Ohata

Leila Pereira, dona da Crefisa, pediu a palavra pela primeira na vez no conselho deliberativo do Palmeiras para rebater questionamentos da parte de colegas conselheiros. A sessão desta segunda-feira (25) que começou sob um clima festivo, à luz da declaração do ex-presidente da Fifa, Joseph Blatter, de que o Palmeiras tem um título mundial, rapidamente ficou pesado.

Quem capitalizou sobre as declarações de Blatter foi o ex-vice de futebol Roberto Frizzo, que “pilotou” o projeto que culminou no reconhecimento do título pela Fifa. Frizzo ouviu palavras de incentivo para novas ações junto à Fifa, que posteriormente passou a ignorar o título da Copa Rio como Mundial, e estímulos para conversar com o presidente do Palmeiras, Mauricio Galiotte, para que o uso da estrela vermelha, que simboliza a conquista de 1951, seja estendida aos uniformes secundários.

O presidente Mauricio Galiotte fez um apanhado geral, elogiou o futebol profissional e enalteceu a equipe sub-17 do clube, que conquistou no início do mês o título mundial sobre o Real Madrid. Todos os conselheiros presentes foram homenageados com medalhas referentes à conquista da base em uma espécie de rito. O mandatário aproveitou para falar sobre a filosofia que levou o time principal a um papel de protagonismo no Campeonato Brasileiro e na Libertadores.

Mas o clima festivo mudou radicalmente após conselheiros pedirem a palavra e questionarem a Crefisa e os resultados do departamento de futebol.

O conselheiro José Corona, eleito pelo grupo do presidente Mustafá Contursi, discordou da filosofia, dos resultados das contratações, do papel de protagonismo, que a seu ver viria só com a conquista de títulos, da querela do clube com a Federação Paulista de Futebol e, finalmente, do aditamento no contrato de patrocínio da Crefisa, que transformou o que seriam doações para contratações e pagamentos de salários na casa dos R$ 100 milhões em empréstimo (o caso ainda está sob análise no Conselho de Orientação e Fiscalização do clube). Por fim, argumentou que durante a gestão de Arnaldo Tirone e Roberto Frizzo, com menos dinheiro e sem estádio, que à época estava em obras, a equipe do Parque Antarctica conquistou o título da Copa do Brasil.

Logo na sequência, quem pediu a palavra foi Ricardo Galassi, oriundo do grupo de Paulo Nobre, que, embora em um tom mais comedido e sem fazer juízo de valores, insistiu na tecla de que os conselheiros deveriam ter acesso ao aditamento do contrato da Crefisa e ouvir explicações detalhadas da patrocinadora.

O terceiro a falar foi Paulo Estevão, em linha com Mauricio Galiotte, elogiou a atual gestão, confirmou que o time, vive, sim, papel de protagonismo e, no que foi interpretada como uma ironia à gestão ex-presidente Mustafá Contursi, disse que acabou a era do time “barato e ruim”.

Apesar de não estar inscrita para falar, Leila pediu a palavra como um direito de resposta, por a Crefisa ter sido citada. Ela reiterou por algumas vezes que a doação foi transformada em empréstimo depois da uma denúncia à Receita Federal, mas não mencionou nomes. Aliados de Leila citam o ex-presidente Mustafá Contursi, ex-padrinho político de Leila, como autor da denúncia, mas ele já negou ter sido o autor da tal denúncia.

Depois de citar que a denúncia fez a Crefisa sofrer uma multa milionária, Leila, de forma firme e enfática, perguntou se quem estava criticando a Crefisa estaria disposto a colocar o mesmo dinheiro do patrocínio da financeira no clube se ela deixasse o clube do Parque Antarctica. Leila aproveitou para rebater e alfinetar Corona ao citar que foi durante a gestão de Tirone, outro ex-aliado de Leila, que a equipe do Parque Antarctica foi rebaixada à segunda divisão.

Àquela altura o clima já estava bastante tenso pelo rumo que a discussão ia tomando, Corona pediu a tréplica, que lhe foi negada, e um quarto conselheiro, Reinaldo Palazzi, em tom apaziguador, pediu o fim da sessão, no que foi acolhido pelo presidente do conselho deliberativo, Seraphim del Grande.

Ao fim da reunião, os conselheiros foram chamados para comer uma pizza, convite que foi prestigiado majoritariamente por aliados de Leila. Por outro lado, conselheiros afinados com Paulo Nobre, Mustafá Contursi e Genaro Marino, potencial candidato à presidência, deixaram o local.


Sócios do Palmeiras votarão mudança que ajudaria Leila Pereira após a Copa
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Eduardo Ohata

O Palmeiras marcou para dia 4 de agosto, após a Copa do Mundo, a votação dos sócios do clube para ratificar, ou não, a alteração no estatuto que aumenta o mandato do presidente do clube e que por tabela facilita a candidatura de Leila Pereira, dona da patrocinadora Crefisa, à presidência do clube.

Não será montado de novo um comitê eleitoral para receber os associados em uma casa próxima ao clube, como ocorreu na campanha de Leila para uma cadeira no conselho do clube do Parque Antarctica, mas ela pedirá a associados o voto pelo “sim” à alteração do estatuto segundo o blog apurou. Ela já acenou com a possibilidade de injetar R$ 60 milhões em incentivos fiscais no clube.

Originalmente, a previsão era de que a votação acontecesse em julho, mas o presidente do conselho deliberativo, Seraphim del Grande, decidiu adiá-la por conta de reformas no ginásio do clube, onde os associados votarão.

A votação da reforma do estatuto no conselho deliberativo aumentou a divisão interna no clube, com decepções tanto do lado de Leila quanto de seu ex-padrinho político Mustafá Contursi em relação a votos que eram dados como certos, conselheiros abandonando grupos por discordar de lideranças e até rachas entre familiares que adotaram posturas diferentes.

Depois da votação, diretores que votaram pelo “não” ou se ausentaram foram desligados da direção do clube, e foi sugerido que diretores da Federação Paulista de Futebol que deixaram de ir à votação se licenciem do clube por suposto “conflito de interesse”.


Embate político no Palmeiras: diretor é dispensado após 25 anos no cargo
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Eduardo Ohata

O “pacote” de diretores dispensados pelo Palmeiras após a polêmica alteração no estatuto inclui nomes que faziam parte do quadro do clube há décadas, como o médico José Alcione Macedo de Almeida, desde fevereiro de 1993 no departamento médico do clube de forma ininterrupta, e Luciana Santilli, integrante do grupo do ex-presidente palmeirense Paulo Nobre, diretora no clube há uma década e que trabalhava diretamente com as cheerleaders nas partidas da equipe.

Conforme o UOL Esporte relatou, o presidente palmeirense Mauricio Galiotte decidiu dispensar de cargos diretivos no clube conselheiros ligados a Mustafá Contursi e de outros grupos que votaram contra ou faltaram à votação de reforma do estatuto no último dia 21. A mudança facilita os planos de Leila Pereira, dona da patrocinadora Crefisa, de disputar a presidência do clube do Parque Antarctica já em 2021.

Conselheiros dispensados vêem em suas demissões um componente político, e apontam que foram alertados para votar com a situação na reforma do estatuto.

“Uma semana antes da reforma do estatuto um diretor da parte administrativa me avisou que o clube iria dispensar quem não ‘estivesse junto'”, conta Luciana. “Avisei à tarde de que não iria votar porque minha mãe estava com um problema de saúde, o diretor disse que estava tudo bem. Fui pega de surpresa, quando estava indo para um dos jogos trabalhar e me ligaram dizendo que não estava mais no cargo. Em um segundo contato, justificaram que eu ‘não estava junto’.”

Uma estratégia de opositores do aumento do mandato de Galiotte era tentar esvaziar a reunião do conselho deliberativo para que o quórum não fosse atingido.

“Fui dispensado porque votei contra os três anos, até votaria a favor se não valesse para o atual mandato, mas não vou contra minhas convicções, as regras tem que valer para todos”, lamenta o conselheiro vitalício Edevaldo Bellucci, assessor especial da presidência desde a gestão de Luiz Gonzaga Belluzzo. “O Galiotte falou [antes da votação] que independente do resultado o importante seria a união no clube, mas depois aconteceram as demissões, já passo a temer pela paz.”

Os comentários de pessoas ligadas à gestão é de que embora o voto ou campanha contra o aumento do mandato tenha pesado nas demissões, em alguns dos casos já haviam sido identificadas diferenças de filosofia entre direção e conselheiros dispensados. Foram dispensados cerca de oito conselheiros com cargos.

Inquirido pelo blog sobre Luciana, Alcione e Bellucci, o Palmeiras não se manifestou oficialmente sobre o assunto.

 


Leila x Mustafá: Palmeiras quer que diretores da FPF se licenciem do clube
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Eduardo Ohata

O Conselho Deliberativo do Palmeiras recebeu um pedido de conselheiros para abertura de sindicância para apurar se houve pressão da Federação Paulista de Futebol sobre três de seus diretores, que também são conselheiros do clube, para faltarem à votação da reforma do estatuto do clube semana passada.

O presidente do conselho, Seraphim del Grande, após examinar o pedido, agendou reuniões entre esta terça (29) e sexta (dia 1º) com os conselheiros Américo Calandriello (vice de relações institucionais da FPF), Domingos Cangiano (ouvidor de competições) e Luis Antonio Vidal (vice do Tribunal de Justiça Desportiva). O cartola conversará com o trio e sugerirá que se licenciem do Palmeiras enquanto ocuparem seus cargos na federação para evitar mais desgastes.

O motivo apontado para justificar o pedido de sindicância foi um possível conflito de interesse entre os cargos de direção na federação e a posição de conselheiros do clube, já que a direção do Palmeiras e a FPF estão em guerra desde a final do Paulista. Desde então, o presidente Mauricio Galiotte chamou o Estadual de “Paulistinha”, tentou impugnar o resultado no TJD, e foi suspenso pelo tribunal pelo ataque ao Estadual. Informalmente, conselheiros perguntam de que lado o trio ficaria se acontecesse uma nova polêmica envolvendo o clube e a federação. A ausência de quórum poderia ter inviabilizado a votação e, consequentemente, o aumento de mandato que já tem efeito na atual gestão de Galiotte. A mudança terá de passar agora pelo crivo dos associados do clube.

A votação aumentou o tempo de mandato do presidente de 2 para 3 anos, o que facilita os planos de Leila Pereira, dona da patrocinadora Crefisa, de disputar em 2021 a presidência do Palmeiras e que encontrou oposição especialmente, mas não exclusivamente, do grupo de Mustafá. Desde a votação, conforme o UOL Esporte revelou, a direção do clube começou a dispensar  de cargos diretivos conselheiros ligados ao ex-presidente Mustafá Contursi e até de outros grupos que votaram contra a alteração ou que faltaram à sessão.

Há quem não concorde com a iniciativa de uma sindicância, como o ex-vice de futebol, Roberto Frizzo. que votou contra a proposta de aumento do mandato e, especialmente, que ela afetasse a gestão de Galiotte.

“Conceitualmente, nada há de errado em conselheiros do Palmeiras fazerem parte da federação, mesmo em um momento no qual o presidente do clube tem divergências em relação ao presidente da federação”, diz Frizzo. “Outras agremiações têm conselheiros em cargos na federação, é um prestígio para um clube ter um representante eleito por seus associados trabalhando na entidade responsável por organizar o futebol no estado.”

Calandriello justificou ao blog sua ausência na votação sob o argumento de que passou por uma cirurgia na segunda-feira, o que afastaria o argumento de “pressão”. Mas, na própria segunda-feira, a cerca de uma hora do início da votação, havia afirmado que ainda não sabia se iria votar ou não.

Vidal explicou que estava em viagem de trabalho na segunda-feira (21), além de argumentar que o voto na reforma do estatuto não era obrigatório, deixar claro que não pertence a nenhum grupo político no Palmeiras, e afastar que houve pressão da FPF, da qual o TJD é independente.

Cangiano não retornou as ligações do blog. Procurada pela blog, a FPF afirmou que “a Federação Paulista de Futebol não se envolve em assuntos internos de seus clubes filiados”.