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Como o budismo pode estar por trás da misteriosa aposentadoria de Rosberg
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Eduardo Ohata

EDUARDO OHATA e TALES TORRAGA

A explicação do repentino e misterioso anúncio da aposentadoria de Nico Rosberg, logo após ganhar o título da temporada de F-1 e que pegou a todos de surpresa, pode muito bem estar há 2.500 anos. As pistas, ou melhor, as peças do quebra-cabeça, estão aí.

O símbolo do budismo que o alemão trazia em seu capacete.

Os mantras budistas recitados dentro do box da Mercedes por sua mulher, Vivian, quando viu ameaçada a segunda colocação do marido no GP de Abu Dhabi, que garantiria o título.

A foto com o líder espiritual Dalai Lama, que o piloto não fez a menor questã0 de esconder.

O nome da filha de Rosberg, que tem pouco menos de um ano, é Alaia. “Alaya”, no budismo, cria todas as consciências, corpos e meio ambiente. Tudo é criado pela Alaya.

Nico Rosberg põe capacete com o símbolo budista

Nico Rosberg põe capacete com o símbolo budista

E o timing do momento do anúncio de que está parando: Ele acontece justamente durante a semana de iluminação do Buda, período no qual seus adeptos entram em retiro, raspam o cabelo ou… Mudam drasticamente de vida.

No budismo japonês, chinês ou coreano, teria sido nesse período, que se estende do dia 1º a 8 de dezembro, que o futuro Buda praticou meditação até atingir a iluminação.

Rosberg citou “motivos particulares” para sua decisão, e já reconheceu que se interessa “um pouco” pela prática budista.

Mas pode ser bem mais do que “um pouco”.

Rosberg e o líder espiritual Dalai Lama

Rosberg e o líder espiritual Dalai Lama

O desapego aos valores materiais, à vaidade, é algo valorizado e pregado pelo budismo. Relatos de praticantes, ao falar das mudanças propiciadas após ter acesso a ensinamentos budistas,  podem ser resumidos a uma palavra: Desapego.

Não no sentido ruim, mas como se ouvisse uma voz suave que se faz ouvir por trás do ruído, que orienta. “Aproveite seu tempo, transforme sua vida em algo realmente valioso, acima das conquistas materiais”.

Com a mudança, segundo relatos, eles se tornam cada vez mais sensíveis a esta noção de aproveitar o tempo, distinguir o que é fanfarronice e perda de tempo daquilo que surge a partir de aspirações elevadas do que é realmente importante.

E, para que isso ser aplicado, são necessários pequenas adaptações, que ajudam a ter mais tempo e dedicação à prática do budismo.

Quanto Rosberg acredita nisso? Talvez o suficiente para deixar para trás uma carreira na qual acaba de atingir o topo e “esnobar” um contrato que tinha com a escuderia até 2018.

Mas dificilmente haverá um anúncio oficial. Afinal, um de seus pilares é o silêncio e a discrição. Uma justificativa estaria mais ligada ao orgulho do que com os objetivos que motivaram sua ação.


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