Por que vou torcer por Fedor Emilianenko e contra Frank Mir no Bellator
Eduardo Ohata
Quando o americano Frank Mir disputou a revanche com Rodrigo “Minotauro” Nogueira, em Toronto, em dezembro de 2011, fiquei hospedado no mesmo hotel que os lutadores no card do UFC. O card atraiu muitos brasileiros, pois além de “Minotauro”, seu irmão Rogério “Minotouro” lutou com Tito Ortiz e Lyoto “The Dragon” Machida desafiou Jon “Bones” Jones pelo cinturão dos meio-pesados.
Pois bem, na quarta-feira, tradicional dia de treino aberto dos lutadores do card, Mir entrou no hotel vociferando. Perguntaram para ele porque estava tão irritado. Olhou para os lados, e respondeu a seu interlocutor: “Você viu como o hotel está cheio de brasileiros?”
Perguntaram porque ele estava chegando naquele horário, pois sua apresentação no treino aberto estava programada para acabar mais cedo. “Para você ver como esses brasileiros só atrapalham minha vida, um deles chegou tarde e atrasou tudo. Hmpf”, disparou. No treino aberto, as apresentações vão se sucedendo em horários pré-determinados, se há um atraso, toda a programação atrasa.
Acho que é compreensível que desde esse episódio, no qual conheci um lado bem desagradável do norte-americano, passei a sentir antipatia em relação a Mir como indivíduo.
O próprio “Minotauro” costuma se referir a Mir como “menino mau”, e lembra que quando lideraram times rivais no reality “The Ultimate Fighter”, Mir humilhava os perdedores de sua própria equipe, que às vezes vinham falar com “Minotauro”, que oferecia uma palavra de conforto.
Por outro lado, mesmo se não tivesse conhecido esse lado de Mir, é fácil torcer por Fedor, uma lenda que sem dúvida alguma se aproxima de seus últimos dias dentro das jaulas de MMA (o desafio do falastrão Chael Sonnen após o russo ser derrotado por Matt Mitrione foi sintomático). Para chegar na década de 90 ao topo do torneio Pride, que à época disputava o posto de melhor promoção de MMA com o UFC, derrotou o imparável “Minotauro” e defendeu o cinturão contra um verdadeiro quem-é-quem do MMA. Muita gente acha que ele é o maior lutador de MMA da história, inclusive foi listado como tal pela conceituada publicação “Fighters Only”.
Podem até ser os derradeiros socos e chutes do “Último Imperador”, mas quando Fedor, 41, enfrentar Mir, 38, na noite deste sábado (28), no Bellator, às 22h, com Fox Sports, não deixa de ser uma oportunidade de assistir, e torcer, por Fedor em ação.