Blog do Ohata

Arquivo : Octógono

José Aldo planeja trocar octógono do UFC por ringues de boxe
Comentários Comente

Eduardo Ohata

O campeão dos penas do UFC, José Aldo, quer trocar o octógono do UFC pelos ringues de boxe. É fato. Quem disse isso? O próprio manauara, que neste fim de semana põe em jogo seu cinturão frente ao falastrão Conor McGregor, dono do título interino dos penas do UFC.

“Ohata, daqui a três anos vou para o boxe profissional”, afirmou, sem ser provocado, José Aldo ao fechar uma entrevista exclusiva antes de uma lesão nas costelas adiar o duelo com McGregor.

Agradeci a entrevista, virei de costas, acreditando ser uma brincadeira, dei alguns passos em direção à saída da sala, mas dada a forma enfática com que falou, acabei retornando.

“Escuta… Isso é sério?!!”, perguntei.

“É. Daqui a três anos vou lutar boxe profissional”, repetiu Aldo, sorrindo.

Existem razões para acreditar nisso. Certa vez, sem que Aldo soubesse que estava no mesmo aposento que ele, ele comentou, com extremo entusiasmo, com Renan Barão e Junior Cigano sobre seu amor pelo boxe. Fez diversos elogios e mostrou que segue com interesse as principais estrelas e lutas do pugilismo.

Quem acredita na possibilidade de Aldo migrar para o boxe é o técnico de Aldo, Dedé Pederneiras.

O campeão do UFC José Aldo

O campeão do UFC José Aldo

“Há chance. O Zé gosta muito de boxe. E ele tem boxe para brilhar no cenário internacional”, reconhece Pederneiras. “Mas tem uma série de questões contratuais com o UFC, por exemplo, que teriam que ser resolvidas primeiro. Mas existe, sim, essa chance que você fala, de ele trocar o MMA pelo boxe. Gostaria muito de estar no córner do Zé se ele for para o boxe, mas não sei se tenho capacidade técnica [no boxe] para isso.”

Dedé gostou da ideia de ser como um Lou Duva, um técnico cuja principal função no córner é ser um motivador, que saiba trabalhar o lado psicológico do boxeador.

Aldo ganhou mais intimidade com o boxe nos últimos meses, quando reforçou os treinos de boxe com o técnico cubano Isidoro Nicolas, responsável pelo boxe na academia Delfim, justamente por conta das característica de striker (golpeador) de McGregor.

Recorde

O duelo de Aldo com McGregor, que será transmitido pelo canal UFC Combate, abre uma sequência no mês que representa um recorde de brasileiros em cards internacionais do UFC no período: 17. Confira a lista: José Aldo, Rafael dos Anjos, Junior Cigano, Charles do Bronx, Vicente Luque, Luiz Henrique KLB, Ronaldo Jacaré, Demian Maia, Warlley Alves, Léo Santos, Márcio Lyoto, Edson Barboza, Gabriel Napão, Thiago Marreta, Serginho Moraes, Antonio Cara de Sapato e Johnny Eduardo.


Ronda revela 2 títulos que ainda quer ganhar e porque o UFC pode impedi-la
Comentários Comente

Eduardo Ohata

A americana Ronda Rousey quer ser campeã de boxe e jiu-jitsu, revelou a campeã do UFC à revista “The Ring”, publicação conhecida como a Bíblia do Boxe, que trará a campeã olímpica de judô na capa de sua próxima edição de janeiro.

Ronda diz que pretende ser conhecida como uma das melhores lutadoras de todos os tempos, independente de gênero, e para isso terá que seguir quatro passos: medalhista olímpica (feito), campeã do UFC (feito), campeã de jiu-jitsu e conquistar um título mundial de boxe.

Reprodução de artigo com Ronda Rousey na “The Ring”

Mas a própria lutadora reconhece que esse objetivo está distante. E coloca a culpa no UFC.
“Conversei com o UFC sobre o boxe. Não fui a primeira. O UFC não é um grande fã [da ideia]”, explica Ronda. “Eu ‘pertenço’ ao UFC. Eles me têm por mais lutas que vou conseguir fazer [em minha carreira], e até após me aposentar.”

Outro lutador que pediu permissão para subir a um ringue de boxe e ouviu um “não” foi Anderson Silva. O “Spider” queria enfrentar um de seus ídolos, o ex-campeão mundial Roy Jones Jr., mas o UFC vetou a ideia.

Ronda define a animosidade entre MMA e boxe como “estupidez”. Rosenthal reconhece que os mais puristas não gostarão de vê-la na capa da mais tradicional publicação do boxe, fundada em 1922. O ataque dos tais “puristas” foi abordada ontem pelo blog “Na Grade do MMA”, de Jorge Corrêa e Mauricio Dehò.

Em seu editorial, o editor da “The Ring”, Michael Rosenthal classifica Ronda de “embaixadora”, capaz de erguer uma ponte que ligue o MMA ao boxe. “Talvez sua aparição na capa contribua nesse sentido.”

Rosenthal não para por aí. Acrescenta que imagina a atenção que Ronda traria para o boxe feminino e termina com uma ousada previsão: “ isso pode, sim, acontecer”. E repete o mantra de que “o objetivo de Ronda é se tornar a melhor lutadora do mundo, não apenas do UFC”.

Será que Rosenthal sabe de algo que não sabemos? Há alguns anos a “The Ring” foi comprada por Oscar de la Hoya, cujas programações já foram elogiadas pelo presidente do UFC, Dana White. E De la Hoya está ajudando a promoção do UFC 193, dia 14 de novembro, que é protagonizado justamente por… Ronda! Alguém aí pode ligar os pontos? Coisas mais estranhas e improváveis já aconteceram…

De fato, a reportagem pode ser classificada como positiva, mas traz pelo menos um erro de informação. Ela informa que Ronda é a primeira mulher a ser capa da “The Ring”, o que não é verdade. Na década de 70, a lutadora Cathy “Cat” Davis a precedeu como capa da “The Ring”.

Como já era esperado, Ronda não resiste e lança mais uma provocação na direção de Floyd “Money” Mayweather Jr., que fez sua (suposta) última luta no mês passado.

“Estou tentando, à medida que amadureço, ter mais fé nas pessoas e julgá-las menos. Estou realmente impressionada com todo o trabalho que Mike Tyson fez ao longo dos anos para se tornar um homem melhor. Gostaria de ver um esforço de Floyd nesse sentido”, compara. “Se eu vir, vou parabenizá-lo. Mas infelizmente não vi [isso acontecer]. Não estou mencionando seu nome para chamar a atenção. Estou atraindo a atenção de outras formas, e não preciso usar o seu nome.”

A dupla andou trocando várias farpas. Tudo começou quando Floyd perguntou “quem é esse?”, ao ser questionado se aceitaria enfrentar Ronda. A lutadora, ao receber o prêmio ESPY de melhor lutadora, ironizou: “Imagino como Floyd se sente ao ser batido pelo menos uma vez por uma mulher”. Uma clara alusão ao histórico de violência doméstica de “Money”. Outras provocações posteriores tiveram um pano de fundo econômico.

 


< Anterior | Voltar à página inicial | Próximo>