Blog do Ohata

Arquivo : Odebrecht

MP recorre e pede prisão de condenados por mortes na Arena Corinthians
Comentários Comente

Eduardo Ohata

O Ministério Público de São Paulo recorreu da decisão que condenou os engenheiros como responsáveis pelas mortes na Arena Corinthians a prestar serviço comunitário, pede no mínimo dois anos de prisão à dupla, e que outros quatro envolvidos no acidente que foram absolvidos sejam punidos.

O recurso se refere ao acidente fatal ocorrido durante a construção do estádio em novembro de 2013, quando um guindaste tombou e causou a morte de dois operários que trabalhavam na obra. Os engenheiros Frederico Marcos de Almeida Horta Barbosa e Marcio Prado Wermelinger, que trabalhavam com a Odebrecht, foram condenados a um ano, seis meses e 20 dias de regime inicial aberto. A pena foi convertida em prestação de serviços à comunidade e pagamento de 80 (Barbosa) e 50 (Wermelinger) salários mínimos.

O recurso pede, além da prisão em regime fechado por um mínimo de dois anos, que o pagamento seja elevado para cem salários mínimos para cada um para reparação os danos aos familiares das vítimas.

A peça aponta que os acusados que trabalhavam para a Odebrecht tentaram responsabilizar os que trabalhavam para a empresa terceirizada Locar e que operavam o guindaste por não terem obedecido o “plano de rigging”, em linguagem popular, espécie de “plano de vôo” da operação. Ao mesmo tempo, os funcionários da Locar alegam que o guindaste virou por causa do afundamento do solo, que não teria sido preparado adequadamente pela construtora.

“Todas estas imputações, feitas pelos próprios réus, uns contra os outros, tem fundamento. Só que cada grupo procura se eximir do que lhe é imputado… Todos os seis obraram com culpa e devem responder pelos fatos”, argumenta o recurso, que também questiona o motivo de a obra não ter sido paralisada ou pelo menos suspensa, já que houve indicações de que havia algo errado.

A peça aponta que “o motorista e supervisor técnico do guindaste agiram com negligência ou imprudência ao não perceber que o piso onde estava fixado o guindaste apresentava irregularidade e que, se perceberam, agiram com imprudência ao não solicitar a total paralização da operação até que o solo fosse corretamente compactado” e que “o plano de rigging” foi desobedecido quando foi colocado mais contrapeso na máquina, que foi operada em ângulo diverso do planejado, quando o solo afundou”.

O documento acrescenta ainda que “o guindaste travou, posto que inclinara, acionando o mecanismo automático de salvamento” e que “os réus destravaram o mecanismo de segurança no afã de completar a última pilastra do estádio”.

No caso dos funcionários da Odebrecht absolvidos, o recurso cita a falha de compactação do solo e argumenta que a função do técnico especializado Gilson Guardia era justamente “acompanhar a preparação do terreno… onde ficaria o guindaste”. Quanto ao encarregado-geral Valentim Valeretto, afirma que ele “acompanhou todo o processo de içamento…, desde o plano de rigging até… o acidente. Poderia suspender a execução e aguardar ordens superiores, ou, ao menos, melhor avaliação do solo… E sequer se acautelou, ao menos esvaziando o local de operários que não estavam trabalhando, como as duas vítimas… Tudo isso… pelo afã dos seis imputados em concluir a obra, custe o que custar”.

Por meio de nota oficial, a Odebrecht afasta qualquer responsabilidade de seus profissionais no acidente: “A Construtora Norberto Odebrecht ratifica que diversos Laudos Técnicos elaborados por renomados especialistas afastam qualquer responsabilidade de seus integrantes nas causas do acidente em questão”.

A Locar também se manifestou por meio de nota, na qual alega que a causa do acidente foi o deslocamento do terreno: “No tocante à notícia de que o Ministério Público impetrou recurso contra a sentença da juíza Alice Galhano Pereira da Silva acerca do lamentável acidente na Arena Corinthians, a Locar Guindastes e Transportes intermodais reitera sua absoluta certeza sobre a total inocência de seus dois colaboradores, já absolvidos pela magistrada, e reafirma sua confiança nas conclusões da decisão. A sentença judicial confirma a conclusão inquestionável de dois laudos expedidos por respeitadas instituições, o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo) e o Coppe (Instituto de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro), que concluíram, taxativamente, que a queda do guindaste deveu-se a problemas do terreno, de total responsabilidade da empreiteira da obra, cujos profissionais foram condenados. A Locar reitera seu compromisso prioritário com a segurança e com a contratação e profissionais de reconhecida experiência e capacitação técnica e informa que responderá com serenidade a todo e qualquer novo questionamento que venha a ser apresentado”.


Custo de Arena Corinthians apontado por auditoria vira centro de polêmica
Comentários Comente

Eduardo Ohata

Entregue ao Corinthians esta semana, o relatório da empresa contratada pelo Corinthians para verificar, entre outras informações, se o que foi entregue pela Odebrecht condiz com o que havia sido prometido, já se tornou o centro de uma polêmica.

Segundo fonte que teve acesso ao relatório, ela se assustou ao ler que caso o estádio fosse quitado hoje, representaria ao clube um custo de R$ 2 bilhões.

Porém, pessoas ligadas ao projeto contestam esse valor e afirmam que se todas as dívidas referentes ao estádio fossem quitadas hoje, o clube desembolsaria R$ 1,3 bilhão, sendo R$ 360 milhões com a Odebrecht e o restante em financiamentos com Caixa e BNDES.

 


Nomeação de inadimplente em comitê de Arena Corinthians irrita conselheiros
Comentários Comente

Eduardo Ohata

A nomeação pelo presidente do conselho deliberativo do Corinthians, Guilherme Strenger, de um comitê para investigar questões ligadas à Arena Corinthians e à Odebrecht irritou lideranças do clube.

A formação do grupo foi motivada por supostas cobranças indevidas realizadas pela Odebrecht, supostas irregularidades referentes à construção da arena e suposta ocorrência de irregularidade para antecipar incentivos da arena e superfaturamentos.

Entre os seus objetivos estão a produção de um relatório em até 60 dias para analisar o trabalho de auditorias realizadas, analisar a adequação da construção em relação ao projeto executivo, analisar contratos de exploração da arena, verificar o estágio atual de execução, avaliar a compatibilidade dos custos com o que foi feito até agora, analisar alterações contratuais efetuadas e propor estratégias de negociação para o clube junto ao Fundo Arena.

Os conselheiros nomeados por Strenger foram: Jorge Kalil, Antonio Roque Citadini, Carlos Luque, Armando José Terreri Rossi Mendonça, Thales Cesar de Oliveira, Pedro Luis Soares e José Carlos Alves. Adicionalmente, foram chamados também os associados, ambos engenheiros, Marcelo José Brandão Machado e Roberto Ferreira de Souza.

Conselheiros notáveis ficaram insatisfeitos com a indicação dos nomes, entre eles Romeu Tuma Junior, ex-secretário Nacional de Justiça.

Tuma diz não entender o motivo de ter sido preterido.

“Eu que sugeri a criação desse comitê, depois que o outro comitê criado para investigar as questões da arena não ter tido efeito. Não entendo porquê não estou lá, se tem gente que estava no comitê anterior e inclusive havia se pronunciado a favor da Odebrecht”, questiona Tuma. “Não dá para entender.”

O presidente do conselho deliberativo justificou sua escolha como sendo pessoal. “Temos 370 conselheiros, mais ou menos, e penso que muitos acham que são capazes. Respeito o conselheiro Tuma, mas nada me obriga a convocá-lo.”

O ex-secretário nacional de segurança ficou incomodado com outro problema que diz ter detectado.

“Tem associado do clube indicado para esse conselho, o Marcelo [José Brandão] que está inadimplente há dois anos e soube que agora está correndo para regularizar sua situação”, dispara Tuma. “Se é para julgar se algo está certo ou errado, como pode colocar alguém que está em débito?”

Segundo Strenger, o associado não é membro da comissão, mas apenas auxiliará o grupo.

“Ele estava viajando e por isso não pagou [a mensalidade], mas soube que na próxima segunda-feira pagará a parcela”, explicou o presidente do conselho deliberativo.

Há poucas semanas, Husni havia falado da importância da formação de uma nova comissão para ficar encima da questão do estádio, apontando que os melhores engenheiros, juristas, arquitetos, contadores, entre os conselheiros do clube deveriam ser chamados para compor essa comissão e havia, inclusive, manifestado sua disposição em ajudar nesse grupo. Ele ficou de fora.

“De novo, tenho o máximo respeito pelo Husni, mas nada me obriga a nomeá-lo na comissão”, justificou Strenger.

Outros, além de Tuma, que preferiram não ser identificados, questionaram a presença de um médico, Jorge Kalil, na lista que versa sobre um assunto ligado à engenharia.

A Odebrecht informou que o comitê anterior, apesar de ter reclamado de a construtora ter omitido documentos, disse que jamais foi abordada pelo grupo.

“Quem disse que a Odebrecht não repassa documentos por uma questão de confidencialidade foi o presidente [do Corinthians, Roberto de Andrade]. Mas, agora, se pedirmos documentos e eles negarem, vamos apelar à Justiça”, conclui Strenger.


Odebrecht garante segurança de arena e volta a disparar contra Corinthians
Comentários Comente

Eduardo Ohata

A Odebrecht apoiou-se em laudos ou vistorias da Defesa Civil, Ministério Público e Prefeitura para garantir que a Arena Corinthians é segura, não oferecendo risco aos torcedores e frequentadores.

Conforme matéria publicada pelo UOL, nesta sexta-feira, o Corinthians criticou a construtora e chegou a questionar a segurança da própria arena e a segurança da partida deste sábado, entre seu time e o Atlético-PR, às 21h, pelo Brasileirão.

Além disso, a empreiteira repetiu que a responsabilidade pela gestão e manutenção da arena é do clube, segundo ela, de acordo com contrato entre o clube e o fundo imobiliário.

A construtora também afirmou que “diferentemente… da carta do clube, existe acesso ao… piscinão… para as inspeções de rotina”.

Leia a seguir a íntegra do comunicado da Odebrecht:

“A Arena Corinthians é totalmente segura para seus frequentadores, conforme atestaram as vistorias recentes da Defesa Civil, Ministério Público Estadual e Prefeitura de São Paulo.

O Corinthians, além de ser o operador do Estádio, é também o responsável pela gestão da Manutenção Preventiva e Corretiva da Arena, conforme contrato estabelecido pelo mesmo e o Fundo Imobiliário.

O desacoplamento da tubulação de águas pluviais (chuva) deveria ter sido identificado nas inspeções de rotina previstas no Manual de Uso, Operação e Manutenção da Arena (de posse do Clube desde o ano de 2015), já que o evento não é recente conforme apontado em Laudo de consultor geotécnico que esteve no local no dia 21/11. Diferentemente do descrito na carta encaminhada pelo Clube, existe acesso ao sistema, tubulações e reservatório de amortecimento de chuvas (conhecido como piscinão), para as devidas inspeções de rotina.

Mesmo não sendo a responsável pela manutenção, a CNO, através dos seus técnicos, identificou na última sexta-feira (18), uma deposição de lama no interior do reservatório. O fato foi imediatamente informado ao Corinthians e a CNO, tomou, por precaução, providências imediatas para remover o material acumulado no piscinão e recompor a parte danificada da rede de escoamento. A CNO tomou a decisão de inspecionar a Arena Corinthians em função das recentes publicações de imprensa explorando de forma descontextualizada fotos e imagens antigas, colocando indevidamente a segurança da Arena sob suspeita. Também a decisão de fazer a limpeza e reparos na tubulação do piscinão foi tomada para salvaguardar a imagem pública da Arena e a confiança de seus frequentadores.

 O Corinthians, porém, assessorado pelo Escritório Molina &Reis, determinou no dia 23/11 a paralisação das atividades. A CNO lamenta também o fato de a auditoria, contratada pelo Clube e cuja coordenação é desse mesmo escritório, já ter identificado a situação anteriormente e não ter tomado as devidas providências para o conserto, caracterizando uma completa omissão. 

A CNO notificou o FII e o Corinthians informando que, embora hoje a ocorrência não comprometa a segurança da estrutura do estádio, lembrando que o mesmo foi recentemente vistoriado por autoridades públicas, a conclusão dos trabalhos iniciados é necessária.”

Procurada pelo blog, a assessoria do Corinthians respondeu que por motivos de saúde, o presidente corintiano, Roberto de Andrade, não comentaria o post.


Odebrecht acusa Corinthians de omissão na manutenção de estádio
Comentários Comente

Eduardo Ohata

O Corinthians é acusado pela Odebrecht de ficar de braços cruzados em relação a um problema identificado pela auditoria do clube e também de impedir o acesso de integrantes de sua equipe à Arena Corinthians para realizar atividades de prevenção e manutenção, segundo documentação encaminhada ao clube à qual o blog teve acesso.

A nota enviada ao Corinthians reclama que técnicos da Odebrecht identificaram na última sexta-feira [dia 18/11] grande quantidade de lama no reservatório de amortecimento de água de chuvas, um piscinão, como o que existe nas imediações do estádio do Pacaembu. A situação aumenta o risco de acontecer uma enchente nas imediações do estádio.

“Esse material se acumulou ao longo de vários meses e hoje [23 de novembro] tivemos a confirmação de que esta ocorrência já havia sido anteriormente identificada pela auditoria contratada pelo Clube, sem que fosse tomada qualquer providência anterior a esse respeito”, acusa a nota, ao apontar que o Corinthians não segue ações preventivas que constam no manual de uso e operação.

O comunicado à presidência do Corinthians ressalta que a manutenção da arena é de responsabilidade do clube e ressalta que se essa tivesse sido mais eficaz, o problema identificado “teria sido solucionado há mais tempo, pois não restam dúvidas de que o fato não é recente”.

“Em função do início do período chuvoso, decidimos por precaução, pela imediata mobilização de recursos para a limpeza do local, remoção do material e avaliação das causas. Após análise técnica, identificou-se o desacoplamento de parte das tubulações de águas pluviais na chegada ao piscinão, ocasionando o carreamento do material [lama] no local.”

As chuvas de verão, diz a nota, aumentam o risco de enchentes caso o piscinão siga sem a devida manutenção.

A Construtora relata ter mobilizado um especialista em geotecnia, que esteve na arena na segunda [21/11/2016] para orientar tecnicamente as soluções e ajustes e verificar eventual comprometimento estrutural, o que foi imediatamente descartado.

“Os trabalhos são necessários em função da proximidade do período de chuvas e já estavam em andamento desde a segunda-feira [dia 21/11/2016], até que hoje [23/11/2016] o clube, em conjunto com seu escritório de advocacia, Molina & Reis, de forma unilateral, suspendeu as atividades e ordenou a desmobilização imediata das equipes, inclusive com proibição de acesso de funcionários da Odebrecht na arena.”

Ao finalizar, a Odebrecht alerta que os trabalhos de limpeza devem ocorrer o quanto antes e lava as mãos no caso de continuar sendo impedida de vistoriar o local e fazer os ajustes que acredita serem necessários.

“A construtora se exime de responsabilidade pelas consequências de sua paralisação [da fiscalização e manutenção], bem como dos impactos decorrentes da falta de inspeções de rotina ou manutenção do estádio.”

O Corinthians se pronunciou oficialmente sobre a “guerra” com a empreiteira em nota assinada pelo presidente Roberto de Andrade.

O Sport Club Corinthians Paulista não pode permitir que, após as declarações do funcionário e engenheiro da Odebrecht,  Ricardo Corregio, na própria mídia e por e-mail ao Clube, afirmando, que a obra “está concluída” (sem a concordância/aceite do Clube), que não há riscos ao público e que não entregará mais documentos/Contratos com Terceiros para a auditoria da obra, dentre outras, venha a fazer “reparos”, que, na realidade, parecem verdadeiras obras, mais precisamente desde o último final de semana, sem que cumpra regras básicas, sob pena de comprometer a referida auditoria que está sendo realizada, bem como impedir que o Clube tenha real conhecimento do que efetivamente “é” a obra da Arena Corinthians.

O que fiz, na qualidade de Presidente do Clube, foi disciplinar trabalhos que estavam sendo realizados pela construtora, mesmo após determinação desta Presidência quanto às regras e cautelas necessárias, sendo algumas: apresentação da causa, local exato, empresa que trabalhará, projeto e registros necessários (ART/CREA/Prefeitura/…), quando for o caso, além dos efeitos da não realização dos trabalhos em questão.

Engenheiros da CNO nos enviaram e-mail afirmando que estariam fazendo “visitas” nas redes de drenagem e, posteriormente, foi constatado que, na realidade, trata-se de uma “obra” bem significativa, com concretagem de mais de 1,5m de altura, o que confirma a necessidade de regras a serem seguidas.

O Sport Club Corinthians Paulista, independente das pessoas que o dirijam, a qualquer época, deve ser preservado como instituição, assim como seu torcedor e público na Arena, sendo exatamente este o motivo da exigência de se cumprir as etapas que devem ser seguidas para tais intervenções. A ausência de respeito a isto, pode nos dar a entender que algo possa estar sendo omitido pela equipe da construtora e, que poderia vir a prejudicar os levantamentos da Auditoria da Obra e ao próprio conhecimento do Clube a respeito de fatos relevantes quanto ao estádio.

Roberto de Andrade

 


‘Não há risco para utilização da Arena Corinthians’, diz Ministério Público
Comentários Comente

Eduardo Ohata

O Ministério Público de São Paulo não encontrou irregularidades após vistoriar a Arena Corinthians que levem a crer que o estádio possa desabar ou corra risco de deslizar para a Radial Leste. A vistoria em Itaquera aconteceu no último dia 9.

“A Promotoria de Habitação e Urbanismo da Capital esclarece que foi realizada vistoria no Estádio Arena Corinthians pelos técnicos do Centro de Apoio à Execução do Ministério Público, que concluiu que ‘não há risco para a utilização do estádio, assim como para o estacionamento’ para a realização de eventos esportivos e de natureza diversa”, confirmou, de forma oficial, o Ministério Público.

A ”Folha de S.Paulo”, assim como o Blog do Juca, publicaram, há poucos dias, matéria intitulada ”Corinthians encontra vazamento em Itaquera e teme deslizamento”.

O próprio presidente corintiano, Roberto de Andrade, demonstrara durante entrevista coletiva estar preocupado com a situação e com o bem-estar de torcedores e frequentadores. Ele chegou a questionar a Odebrecht, que afastou riscos.

O engenheiro da Odebrecht Ricardo Corregio, responsável pela área de contratos com a Arena Corinthians, havia explicado que “os episódios que voltaram à tona agora se referem a um vazamento de água de fevereiro de 2015 e à erosão de uma canaleta em janeiro deste ano, os quais já foram sanados e não são correlatos. A defesa civil e o Crea podem atestar o que estou falando”.


‘Sem obras adicionais’: Odebrecht rebate ‘declaração de guerra’ corintiana
Comentários Comente

Eduardo Ohata

A Odebrecht não realizará obras adicionais na Arena Corinthians, cobradas pelo clube para aumentar a funcionalidade do estádio, e tampouco fornecerá à firma de auditoria mais documentos além daqueles já disponibilizados, outra exigência de cartolas corintianos.

“O quinto aditivo ao contrato prevê que o custo total do estádio seria de R$ 985 milhões e que gastos que eventualmente extrapolassem o orçamento poderiam ser compensados [com custos para baixo] em outros itens”, explicou ao blog o engenheiro Ricardo Corregio, responsável da Odebrecht pela área de contratos no que se refere à Arena Corinthians. “E os contratos da Odebrecht com empresas terceirizadas são protegidos por cláusulas de confidencialidade, portanto não serão encaminhados à auditoria.”

Trocando em miúdos a primeira declaração de Corregio, em uma comparação hipotética, o engenheiro quis dizer que se o orçamento do estádio era de R$ 985 milhões, e foram gastos R$ 900 milhões com as fundações da arena, o custo de todo o resto, como gramado, decoração, cobertura, etc, teria de se encaixar dentro de R$ 85 milhões (veja cláusula do aditivo à qual Corregio se refere ao fim do post).

A segunda parte da declaração do engenheiro é auto-explicativa.

Na semana passada, conforme publicado no post “Aliados de Andrade comemoram ‘declaração de guerra’ contra Odebrecht, no Blog do Perrone, aliados do presidente corintiano comemoraram a adoção de tom duro de Roberto Andrade em relação à construtora.

Cartolas corintianos, que já ameaçaram ir à Justiça contra a Odebrecht, reclamam que a construtora teria entregado o estádio com itens faltando, e que para se ter ideia do que falta, a construtora precisa encaminhar para a auditoria alguns documentos que faltam.

Lista da construtora mostra que o orçamento “estourou” em itens como gramado (R$ 4 milhões para R$ 6,6 milhões) cabines de transmissão, cobertura e até com gasto com pessoal (contratos de trabalho), entre outros itens.

Na empreiteira também é questionada a necessidade de mais documentos para verificar itens que não teriam sido entregues. Segundo técnicos, basta comparar o projeto original ao “as built”, espécie de relatório de acompanhamento de construção da obra.

 

Clausula do 5º aditivo

Clausula do 5º aditivo

img250


Em carta, Odebrecht responde questionamento de Corinthians sobre segurança
Comentários Comente

Eduardo Ohata

A Odebrecht respondeu oficialmente ao presidente do Corinthians, Roberto de Andrade, questionamento feito pelo cartola à construtora sobre a segurança da Arena Corinthians.

“Do ponto de vista técnico, não existe qualquer motivo para interditar a Arena ou suspender sua utilização. Corrobora esse posicionamento o fato da Arena Corinthians ter renovado, em Julho/2016, o Alvará de Funcionamento. Além disso, todos os demais laudos de segurança, emitidos pelos órgãos que fiscalizam periodicamente as instalações, estão vigentes”, explica a carta da Odebrecht ao presidente corintiano, datada de 2 de novembro de 2016, à qual o blog teve acesso (confira reprodução da carta ao fim do post).

“[As matérias que falam sobre vazamentos e erosão da arena] baseiam-se em eventos extemporâneos, identificados ainda no ano de 2015 e solucionados imediatamente, sem qualquer custo para o Clube e nenhum comprometimento da integridade da estrutura do Estádio”, prossegue a carta.

O questionamento do presidente Roberto de Andrade foi provocado por matéria publicada na “Folha de S.Paulo”, assim como pelo Blog do Juca, intitulada “Corinthians encontra vazamento em Itaquera e teme deslizamento”.

Para assegurar a segurança da arena, técnicos da Odebrecht citam alvará emitido pela Prefeitura de São Paulo, em 21 de julho deste ano, laudos de engenharia, segurança e prevenção e combate a incêndios. Eles apontam que os laudos foram emitidos após o episódio de vazamento, identificado em fevereiro de 2015, e ao de erosão, que aconteceu entre o fim de 2015 e o início deste ano.

Leia abaixo a íntegra da carta da Odebrecht ao Corinthians:

 

img241

Carta da Odebrecht em resposta a questionamento do presidente corintiano Roberto de Andrade sobre a Arena

img242

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Andrés rebate críticas e diz que só quis dar uma casa à torcida corintiana
Comentários Comente

Eduardo Ohata

O ex-presidente corintiano Andrés Sanchez rebateu críticas de que teria sido leniente com a Odebrecht em relação à Arena Corinthians. Segundo o dirigente, encarregado pelo clube para tratar de assuntos da arena, ele jamais impediu questionamentos à construtura e cobrou, sim, a Odebrecht, por meio de ações de advogados, engenheiros e economistas do clube.

O Blog do Perrone publicou post intitulado “Andrés é criticado no Corinthians por não ser duro com Odebrecht”.

“A construção [da Arena Corinthians] teve vários profissionais de várias áreas assessorando o clube, como por exemplo, a Advocacia Machado Meyer, o jurídico do clube, economistas da diretoria, fiscais de obra e da gestão do fundo”, enumerou Andrés.

“Todas as vezes que me passavam algo que tinha que ser cobrado da construtora, e que poderiam ou teriam que ser feitos diretamente à Odebrecht, apenas dando conhecimento ao clube, isso nunca foi barrado por mim. Meu objetivo sempre foi ter a casa do torcedor corintiano, e como não sou engenheiro, advogado, economista, era através deles que o clube se orientava.”

Há semanas Andrés ameaça entrar com ação na Justiça contra a Odebrecht, caso a construtora não libere a documentação pedida pela equipe de auditoria que analisa os números da Arena Corinthians.

 


Arena Corinthians não traz risco de deslizamento ou morte, refuta Odebrecht
Comentários Comente

Eduardo Ohata

O engenheiro da Odebrecht Ricardo Corregio, diretor de contratos no que se refere à Arena Corinthians, nega enfaticamente que exista risco de morte de torcedores ou deslizamento de terra da área exterior do estádio para a Radial Leste que ameace pedestres.

”A defesa civil esteve aqui ontem [terça-feira] e verificou que não há problema”, explicou ao blog Corregio. ”Esses episódios que voltaram à tona agora se referem a um vazamento de água de fevereiro de 2015 e à erosão de uma canaleta em janeiro deste ano, os quais já foram sanados e não são correlatos. A defesa civil e o Crea podem atestar o que estou falando.”

A ”Folha de S.Paulo”, assim como o Blog do Juca, publicou nesta semana matéria intitulada ”Corinthians encontra vazamento em Itaquera e teme deslizamento”.

Segundo o engenheiro, em fevereiro de 2015 houve um vazamento de uma caixa d’àgua que ficava enterrada no piso, a cerca de 200 metros da Radial Leste, e entraria em pleno funcionamento caso algum quiosque de alimentação fosse instalado naquele ponto.

”A água escorreu por uma tubulação que se rompeu, mas a água saiu pelo esgoto, não houve infiltração”, argumentou Corregio.

O engenheiro apontou também que o local onde ocorreu o episódio de erosão, ”entre o fim de 2015 e o início de 2016″, se encontra a ”20 ou 30 metros” da Radial Leste, na esplanada entre os lados leste e norte do estádio.

”Isso aconteceu por conta das chuvas torrenciais, tanto que na mesma época houve um episódio famoso do afundamento do asfalto na Radial Leste, mas em Arthur Alvim, que fica bem longe do estádio”, aponta Corregio.

”Houve um estrangulamento de um tubo de 1,20 metro de diâmetro e quando a chuva chegou, a água escapou por fendas no cano. Mas já trocamos 73 metros de tubulação para sanar o problema e refizemos o asfalto.”

”A prova de que não foram problemas de projeto é que o seguro pagou os consertos, o que não teria acontecido se o problema fosse estrutural. Asseguro que em todos os jogos que aconteceram não houve risco de segurança aos torcedores. A própria Prefeitura emitiu uma nota confirmando isso que estou falando”, finaliza Corregio.

Confira na íntegra a nota da Odebrecht enviada ao blog, após a publicação da entrevista com Corregio:

“A Construtora Norberto Odebrecht, em face de notícias sem fundamentos sobre a construção da Arena Corinthians, vem esclarecer que sempre prezou pela qualidade dos seus trabalhos, utilizando as melhores e mais modernas técnicas construtivas em todos os seus negócios, não só no Brasil como em mais de 20 países onde tem presença.

A Arena, inaugurada em maio de 2014, sediou com sucesso grandes eventos internacionais, como a Copa do Mundo 2014 e jogos da Olimpíada 2016. Ao longo destes dois anos e meio de operação, dezenas de partidas de futebol e diversos outros eventos foram realizados, sem oferecer qualquer risco aos usuários.

Tanto que o estádio possui alvará de funcionamento e todos os demais laudos de segurança necessários a sua operação, emitidos pelos órgãos públicos que fiscalizam periodicamente as instalações locais, não apontam nenhuma restrição. 

Quanto às inconsistências do noticiário recente, vale apontar que:

– O referido vazamento de água constatado pela Sabesp ocorreu no início de 2015 e não tem relação com a erosão ocorrida um ano depois no estacionamento.

– O vazamento, de 2015, foi devido a um problema detectado em um registro localizado dentro de uma caixa de passagem, que fez a água escoar por uma tubulação de esgoto, instalada no mesmo local. Ou seja, não houve infiltração no solo.  Em nota, a Sabesp informou em 01/11/2016 que “esteve no local para inspeção e os técnicos constataram que a tubulação da Sabesp está em perfeito estado”.

– A erosão, de 2016, foi ocasionada por chuvas torrenciais e acima de qualquer expectativa na região, tanto assim que a seguradora do estádio foi acionada e ressarciu parte dos danos.

– Também não é verdade que exista um córrego passando por baixo do prédio, sem canalização. Foi executada uma rede de drenagem especifica para esse fim e está em projeto As Built (como construído) que foi entregue ao Fundo Imobiliário ainda no ano de 2015.

 – Quanto aos pontuais descolamentos de placas de granito das paredes, estão sendo avaliadas as reais causas de modo a impedir novas ocorrências dessa natureza. A construtora instalou mais de 30 mil metros quadrados desse material em pisos e paredes do estádio, sem o registro de nenhum problema relacionado à má instalação.

– Houve sim, há mais de um ano, queda de parte do forro em área restrita da Arena, e a Construtora tomou todas as medidas necessárias para corrigir o fato e garantir o acesso dos torcedores ao local sem quaisquer riscos.

– Não procede a informação de queda de placas de Techlan das fachadas no gramado ou na arquibancada. 

 Todos os trabalhos realizados na Arena tem as respectivas ARTs (Anotações de Responsabilidade Técnica), que servem par atestar a responsabilidade do executor. O CREA fazia visitas quinzenais à obra, verificando inclusive as mais de 200 ARTs assinadas por engenheiros ou arquitetos

 Por fim, é preciso ainda esclarecer que a CNO garante a qualidade da construção, sendo responsabilidade do Fundo a sua manutenção.​”