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Carta de apoio da CBF a Zico não significa votar nele, mas dar voz a ele
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Eduardo Ohata

Se fizesse parte do colégio eleitoral da Fifa você votaria no Zico?

Por um lado, o “Galinho de Quintino” tem experiência internacional com futebol dentro e fora dos gramados e, que se saiba, reputação ilibada.
Por outro, sua atuação como gestor à frente da Secretaria Nacional do Esporte e em cargo diretivo no Flamengo não deixaram grandes saudades.

Não sei se votaria em Zico. Mas o ponto desse post não é esse.

O que é discutível é a CBF condicionar sua carta de apoio à candidatura de Zico a ele primeiro conseguir as outras quatro com confederações de futebol de outros países. A Fifa exige cinco. Fosse ele um famigerado mau caráter ou inimigo declarado da CBF, daria até para entender a razão.

Nem se trata de a CBF se comprometer a votar em Zico na eleição da Fifa. Mas apenas ajudar que um sulamericano, brasileiro, conhecido fora do Brasil, participe do processo eleitoral, dar a ele voz para que ele possa falar de suas idéias.

Agora, se no próprio quintal o pré-candidato não consegue apoio, como fica quando vai bater nas portas dos outros?

Na Conmebol, por exemplo, imagino que as federações tenham visões e interesses diversos.

Chile, Colômbia, Equador e Bolívia, federações que saíram ilesas dos escândalos internacionais de corrupção, devem votar diferente de Venezuela, Uruguai e Argentina, onde houve respingos. O Paraguai, com quem o Brasil aparenta estar alinhado, é simpático a Michel Platini.

Zico poderia muito bem aproveitar essa divisão. Mas, imagino, seus respectivos presidentes devem fazer a fatídica pergunta, “mas por que será que Zico não tem o apoio em sua própria casa?”

Diante de uma situação em que a população brasileira ainda se lembra do “7 a 1”, o ex-presidente da CBF está detido, o atual não viaja para fora do país, e um dos maiores empresários ligados a esporte se tornou o pivô de um escândalo internacional de corrução, a candidatura de Zico, apesar de não passar uma borracha sobre essas mazelas, colaria a imagem do Brasil a uma agenda internacional mais, aham, positiva.

O próprio Zico deu alguns tiros no pé de sua candidatura quando disse que decidiu sair pré-candidato durante um jantar com sua família, viajou para a Índia no meio de sua campanha e rejeitou acordos políticos. Uma eleição é, afinal de contas, um processo político.

Durante a campanha, pessoas ligadas à campanha de Zico se irritaram ao ouvir de uma ou outra federação internacional, “mas o que vocês oferecem em troca [de nossa carta]?” ou um mais simpático “até queríamos votar, mas não dá, estamos sofrendo pressão para apoiar Fulano…”

Outra justificativa para não dar as cartas a Zico é que os países votam “em bloco”, o que teoricamente não “bate” com a geopolítica dessa eleição, já que só a Ásia, por exemplo, já tem três pré-candidatos e a Europa, dois.

Dentro do comitê de campanha de Zico um dos principais argumentos pró-Zico é o fato de os dois mais fortes pré-candidatos serem o príncipe da Jordânia, Ali bin Hussein, e o presidente da Uefa, Michel Platini. O primeiro ainda tem que ver seu país se classificar para uma edição da Copa do Mundo e o segundo está suspenso após a descoberta de que recebeu cerca de US$ 2,1 milhões da Fifa.

Acho que está claro que Zico é, na verdade, o anticandidato, aquele com chances mínimas de ser eleito. A candidatura folclórica.

Mas em muitas as eleições há espaço para o candidato alternativo, importante para colocar certos temas em discussão. Não foi o que aconteceu, por exemplo, na última eleição presidencial no Brasil?

Dentro do comitê de campanha do “Galinho de Quintino” ainda acreditam que conseguirá as cartas. Dizem que há federações “apalavradas”.

“Nossa candidatura será uma opção aos engravatados de sempre que dominam o cenário na Fifa”, argumenta Ricardo Setyon, consultor sênior de relações-internacionais e comunicações, e que em determinado momento também trabalhou na Fifa.

A resposta está próxima, já que dia “D” para a candidatura de Zico (e dos demais pré-candidatos) será hoje, data-limite para a apresentação das cinco cartas de apoio.


Ingleses apostam em Pelé e Príncipe William para a presidência da Fifa
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Eduardo Ohata

Os ingleses têm mesmo uma fixação pela realeza: Por isso mesmo escalaram o “Rei do Futebol”, o brasileiro Pelé, e o príncipe William, para ocupar a presidência da Fifa.

A dupla real são dois dos candidatos disponibilizados pelas bolsas de
apostas inglesas para quem quiser apostar em quem será o próximo
presidente da Fifa. Claro, os dois são grandes azarões, pagando,
respectivamente, 100 para 1 (para cada libra apostada, o apostador
ganha 100 no caso de Pelé ser eleito) e 200 para 1, no site de apostas Oddschecker.

Há candidatos cujas cotações são ainda mais atraentes, por conta de a
possibilidade de serem eleitos ser mais remotas ainda. O Gunnersaurus,
mascote do Arsenal, por exemplo, paga 500 para 1.

Quem apostar no Gunnersaurus provavelmente não acredita que ele tem chance: Quer apenas mostrar o recibo para os amigos para tirar onda.

O favorito é o príncipe Ali Al-Hussein, cuja cotação está em 5 por 4.
O ex-jogador Michel Platini paga 6 por 1, o coreano
Chung Mong Joon (14 por 1), e o xeque Ahmad Al Sabah (12 por
1).

O brasileiro Zico, que ainda luta para conseguir as cinco cartas de apoio de
federações internacionais, pré-requisito para confirmar a candidatura
o fim do mês, paga 33 por 1, mesma cotação de Luis Figo. Mesmo assim, Zico progrediu muito desde há algumas semanas, quando era mais azarão ainda para suceder Joseph Blatter como presidente da Fifa.

Por falar em Blatter, na lista, há espaço para os pessimistas. A permanência de Joseph Blatter no cargo paga 33 para 1.

Outras personalidades na lista de quase 50 candidatos: Maradona (50
para 1), David Beckham (100 para 1), o homem que causou mal estar porque quis dar um “chute no traseiro do Brasil”, Jérôme Valcke (100 para 1), que deixou a Fifa após denúncias de corrupção.

Até o presidente dos EUA, experiente em corridas presidenciais, Barack
Obama, entrou nessa. Se ele trocar a Casa Branca pela presidência da entidade que controla do futebol mundial,
pagará 150 para 1.

O processo é dinâmico: As cotações se alteram de acordo com as apostas.


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