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Arquivo : Rinaldo Martorelli

Calote em jogadores põe em risco tabelas de 2017 do futebol paulista
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Eduardo Ohata

Jogadores que tomaram calote de seus clubes, ao invés de comprar presentes de Natal para mulheres e filhos, pedem dinheiro emprestado a colegas para por comida para casa. Os pagamentos em atraso, em alguns casos, chegam a até cinco meses de salários.

É o que relata o volante Alan Motta que, segundo ele, jogou seis meses pelo Mogi Mirim, mas recebeu apenas um mês de salário.

Além de um salário de R$ 6 mil, o clube havia prometido a Alan auxílio com o aluguel. “Chegava notificações, o clube pagava parte do aluguel para eu não ser despejado, porque aí iria desfalcar o time.”

“Tem amigos que fiz no Mogi que me pedem dinheiro para comprar comida, e eu empresto, porque na crise a amizade entre os atletas do grupo fortaleceu”, conta Alan, sem revelar as identidades dos colegas. “Tenho umas economias que fiz durante a minha carreira e graças a Deus joguei no segundo semestre pelo Água Santa, mas e aqueles que não tiveram essa sorte?”

O caso não é isolado, e o Sindicato dos  Atletas Profissionais de São Paulo enviou notificação para a Federação Paulista de Futebol com um “pacote” de 490 jogadores de dezenas de times que disputam diversas séries do Paulista ou competições da FPF, inclusive a Série A do Paulista, e incluem Santo André, campeão da Série A-2, Lusa e até o Palmeiras (Deola).

A maioria dos casos se refere ao não-pagamento de salários e/ou direitos de imagem.

“A lei do Profut alterou a Lei Pelé e os clubes inadimplentes não podem disputar competições oficiais, já notificamos a Federação Paulista de Futebol”, explica Rinaldo Martorelli, presidente do sindicato. “Se não regularizar a situação ou não provar que não está em atraso, o Santo André, por exemplo, não poderá disputar a primeira divisã0 do Paulista; pelo menos é o que estamos pleiteando junto à FPF. Não queremos impedir os clubes de jogar, mas só que eles paguem.”

A FPF informou que casos de inadimplência necessariamente passam pelo TJD, segundo o regulamento geral de competições da federação.

 

 

 


São-paulinos temem depor após agressões, e sindicato pede providências
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Eduardo Ohata

Jogadores são-paulinos agredidos durante invasão do CT do clube não prestaram depoimento por temer por sua integridade física. Em contato com os atletas desde o episódio, Rinaldo Martorelli, presidente do Sindicato de Atletas Profissionais do Estado de São Paulo, usou este argumento junto a autoridades policiais da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância, para defender que a investigação mesmo assim precisa continuar.

“Estou em contato com os jogadores, eles temem depor, por eles mesmos e por suas famílias, não estão confortáveis com a situação. Você prestaria depoimento sabendo do que aconteceu no CT e que seu nome ficaria registrado no inquérito?”, questionou, de forma retórica, Martorelli, em referência às organizadas. “Fui à delegacia justificar a ausência dos jogadores e cobrar providências.”

Na segunda-feira, Martorelli já havia encaminhado um ofício às autoridades policiais, que foi posteriormente ratificado e assinado.

“Se fosse uma causa trabalhista, eu poderia representá-los”, explica Martorelli. “Mas nesse caso [criminal], não posso. Vim explicar que não é desinteresse deles, é temor pela integridade física mesmo. Mas esse tipo de coisa não pode continuar, a polícia tem que investigar.”

No último dia 27, um sábado, organizada do São Paulo invadiu o CT do clube na Barra Funda e impediu que o treino continuasse. Além de cobrar cartolas pelos resultados em campo, seus membros agrediram jogadores, como Michel Bastos, Carlinhos e Wesley.

 


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