CBF divulga calendário da Série D e recebe críticas da federação de atletas
Eduardo Ohata
A Fenapaf (Federação Nacional dos Atletas Profissionais) criticou o calendário da Série D do Brasileiro para 2018, divulgado pela CBF nesta semana, sob o argumento de que contribuirá para um maior desemprego entre os jogadores de futebol, além do enfraquecimento dos clubes pequenos.
“Um país continental como o Brasil precisa de uma competição nacional que englobe mais clubes durante um período de tempo maior. Do jeito que a Série D é disputada, os clubes continuarão sem ter condições de arcar com contratos longos, e o desemprego que já assola mais de 80% dos jogadores continuará”, disparou Felipe Leite, presidente da Fenapaf e ex-jogador de futebol.
A principal reivindicação da Fenapaf junto à CBF é quanto ao modelo de disputa da competição, que tem duração aproximada de três meses e é composto por uma fase de grupo e as seguintes em sistema eliminatório. Segundo a entidade, da forma como funciona, mais da metade dos 68 clubes participantes são eliminados com apenas um mês de competição. Os demais vão caindo a cada mata-mata, quinzenalmente, e permanecem inativos no resto do ano.
“Esse formato desfavorece os clubes e, consequentemente, incentiva o desemprego. Como um clube sem investimento vai manter seu elenco se não tem mais partidas para disputar? A solução é dispensar seus atletas, não pagar obrigações, gerar passivos na Justiça. Sequer é observada a Lei Pelé, que impõe um mínimo de três meses aos contratos”, critica Leite. “Confio que a CBF se sensibilize.”
A federação propôs alterações no calendário da Série D no fim do ano passado.
Segundo a assessoria da CBF, as alterações realizadas da edição do ano passado para 2018 “dão chance a mais gente e gerar mais empregos”. “A CBF aumentou de 40 para 68 clubes a Série D, o que significou um aumento de 70% no número de clubes, sendo que a Série D é 100% paga pela CBF”, informou a confederação por meio de sua assessoria.