Após aceitar poder menor, Leco se surpreende com aclamação de estatuto
Eduardo Ohata
O presidente são-paulino, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, foi surpreendido pelo fato de o projeto do novo estatuto do clube ter sido aprovado esta semana por aclamação no conselho deliberativo, o cartola reconheceu a interlocutores próximos.
Ele antecipava que houvessem votos contrários, especialmente de membros de grupos de oposição.
Em tese, a versão aprovada do documento diminui o poder de Leco, candidato à reeleição, já que no caso de ser aprovada pelos associados, as decisões mais relevantes passam obrigatoriamente por um colegiado (apesar de o presidente permanecer com a palavra final).
Foi justamente esse o ponto que fez conselheiros da base aliada questionarem, por preferirem o sistema presidencialista nato: “Você [Leco] deixou passar um texto que diminui seu próprio poder?” O estranhamento partiu principalmente de conselheiros de mais idade, que mesmo assim o parabenizaram.
Até oposicionistas, como o grupo de Newton Luiz Ferreira, o “Newton do Chapéu”, e o ex-vice social e de esporte amadores Antônio Donizeti, o Dedé, não se opuseram à aprovação do texto, apesar de o último ter feito ressalvas.
Newton, aliás, aproveitou a oportunidade para defender o voto fechado para presidente e o voto direto dos associados desde já.
Douglas Schwartzman, ex-vice de comunicação do clube, citado no polêmico caso da Far East, que terminou arquivado, também esteve presente à reunião e não se manifestou.
Conselheiros comentaram a ausência do presidente do comitê de ética do clube, Opice Blum, argumentando que um pré-candidato à presidência do clube teria obrigação de prestigiar o evento. Blum nega ser candidato e explicou ao blog que chegou a ir à sala da presidência do conselho, foi visto por colegas, mas teve de abandonar o local rapidamente para resolver uma emergência particular.