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Por divisão de cotas, Globo mudará medição de audiência do PPV em 2019
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Eduardo Ohata

As propostas encaminhadas pela Globo aos clubes de futebol pelos direitos de TV do Brasileiro trazem um novo modelo de medição de audiência para o rateio das cotas do pay-per-view entre 2019 e 2024. A nova metodologia se baseará em um cadastro formal, a ser criado, dividido por torcida de cada time, dos assinantes do pacote de pay-per-view do Brasileiro, o Premiere Futebol Clube. Essa ideia surgira de uma discussão da Globo com os clubes no fim do ano passado.

A partir de 2019, quem quiser adquirir o pacote de jogos do Brasileiro terá, obrigatoriamente, que identificar o time pelo qual torce à operadora. A divisão, assim, se tornará mais precisa. Hoje, a abordagem das operadoras é informal, já que não insistem se o assinante preferir não quiser dizer por qual time torce. Há também relatos de assinantes dando conta de que nunca foram consultados sobre para qual times torcem. O rateio, atualmente, tem como base principal os relatórios dos institutos de pesquisa Datafolha e Ibope sobre a popularidade dos clubes de futebol, decisão que contou com a participação dos clubes.

A disputa entre Sportv e Esporte Interativo pode afetar os números de audiência pay-per-view. Com menos jogos para cada canal, possivelmente os canais começarão a passar mais partidas dos mesmos times na TV fechada (para poder passar um jogo, os dois times têm que estar fechados com o mesmo canal), o que tem o potencial para afetar negativamente a venda de pacotes de pay-per-view.

Apesar de cartolas apontarem que a Globosat termina com 62% da renda do pay-per-view, enquanto os clubes ficam com 38%, esses números se referem aos valores brutos. Quando se fala em valores líquidos, este blog apurou com gente que conhece o funcionamento do sistema de pay-per-view, os clubes ficam com 48% da renda líquida e a Globosat, com menos de um terço do bruto arrecadado.

Sobre o total de 62% da Globosat, são subtraídos os pagamentos referentes a impostos, satélites para transmissão, caminhões, engenharia, logística e pessoal (narrador, comentarista etc). É desse percentual que também sai o pagamento das operadoras pela operação e manutenção dos canais de pay-per-view, que inclui despesas com tecnologia, como rede de satélites, decoders, criptografia, central de atendimento e pessoal que gerencia o pay-per-view.

A Globosat fechou com pelo menos dez times, enquanto dois clubes anunciaram ter assinado com o Esporte Interativo.


Globo agora ganha rivais também na disputa pelos direitos da Copa do Brasil
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Eduardo Ohata

Globosat, Esporte Interativo e Fox Sports abordaram a CBF interessados nos direitos de transmissão da Copa do Brasil, este blog apurou com uma fonte na CBF ligada diretamente às negociações de TV. A informação foi confirmada ao blog pelo representante de uma das TVs que conversou com a CBF no fim do ano passado e que foi informado pela confederação sobre a existência de outros interessados.

A CBF, porém, apesar do interesse das três emissoras, não abriu negociação com nenhuma das emissoras, por considerar “muito prematuro”. Afinal, o contrato em vigor da CBF com a Globo/Globosat para a transmissão da Copa do Brasil se estende até 2018.

A Fox Sports já exibe algumas partidas da Copa do Brasil por conta de um acordo de repasse com a Globosat.

O canal fechado Sportv, do sistema Globosat, e Esporte Interativo protagonizam uma disputa pelos direitos de 2018 em diante do Campeonato Brasileiro de Futebol  para a TV fechada. Atualmente os direitos são da Globo/Globosat, que já renovou com sete clubes: Corinthians, Vasco, Botafogo, Vitória, Sport, Cruzeiro e Atlético-MG.

Segundo clubes que negociam com o Esporte Interativo, o canal fixou o final desta semana como deadline para uma decisão dos clubes com quem negocia sua proposta.

O Esporte Interativo intensificou o diálogo com os clubes de futebol que ainda não fecharam com a Globosat depois de ter garantido sua entrada na grade da operadora de TV a cabo NET, fechada no fim do ano passado e concretizada este mês. Há, da parte do Esporte Interativo, a expectativa de entrar na grade de outra grande operadora, a Sky.

Com a Liga dos Campeões e Copa do Nordeste como principais atrações, o canal necessita de outras atrações de peso ao vivo para preencher a grade no período noturno e aos finais de semana. Como os direitos da Série B do Brasileiro foi renovada até 2020 com a Globosat, assim como os direitos do Paulista, as competições mais interessantes que ainda estão no mercado são o Brasileirão e a Copa do Brasil.

O Esporte Interativo, que foi adquirido pelo grupo Turner, chamou a atenção dos clubes ao ofertar uma soma que pode chegar a até entre cinco e seis vezes o que a Globosat paga pelos direitos em TV fechada, por concordar com o modelo inglês de distribuição do dinheiro, uma reivindicação dos clubes, e pelo fato de ter adquirido a Liga dos Campeões.

Mas quem conhece a fundo o funcionamento do sistema de pay-per-view alerta que a exposição de clássicos regionais, como o Grenal, pelo Esporte Interativo em suas praças pode prejudicar a atratividade do pay-per-view, o que pode mexer no bolso dos clubes. Hoje, 38% da receita do pay-per-view é direcionado para os cofres dos clubes de futebol.

Há o potencial também de que muitos jogos fiquem fora da TV por assinatura se parte dos clubes assinar com o Esporte Interativo e a outra parte permanecer com a Globosat. Segundo a legislação brasileira, não prevalece o mando de campo. Pela Lei Pelé, os dois times teriam que estar fechados com a mesma emissora para que a partida seja transmitida.

Na TV aberta, Record e Rede TV!, que tentaram adquirir os direitos do Brasileiro no episódio que culminou na implosão do Clube dos 13 anos atrás, agora não demonstraram interesse em enfrentar a Globo.


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