São-paulinos temem depor após agressões, e sindicato pede providências
Eduardo Ohata
Jogadores são-paulinos agredidos durante invasão do CT do clube não prestaram depoimento por temer por sua integridade física. Em contato com os atletas desde o episódio, Rinaldo Martorelli, presidente do Sindicato de Atletas Profissionais do Estado de São Paulo, usou este argumento junto a autoridades policiais da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância, para defender que a investigação mesmo assim precisa continuar.
“Estou em contato com os jogadores, eles temem depor, por eles mesmos e por suas famílias, não estão confortáveis com a situação. Você prestaria depoimento sabendo do que aconteceu no CT e que seu nome ficaria registrado no inquérito?”, questionou, de forma retórica, Martorelli, em referência às organizadas. “Fui à delegacia justificar a ausência dos jogadores e cobrar providências.”
Na segunda-feira, Martorelli já havia encaminhado um ofício às autoridades policiais, que foi posteriormente ratificado e assinado.
“Se fosse uma causa trabalhista, eu poderia representá-los”, explica Martorelli. “Mas nesse caso [criminal], não posso. Vim explicar que não é desinteresse deles, é temor pela integridade física mesmo. Mas esse tipo de coisa não pode continuar, a polícia tem que investigar.”
No último dia 27, um sábado, organizada do São Paulo invadiu o CT do clube na Barra Funda e impediu que o treino continuasse. Além de cobrar cartolas pelos resultados em campo, seus membros agrediram jogadores, como Michel Bastos, Carlinhos e Wesley.