May-Mac: A questão não é se Mayweather vai vencer, mas como o fará
Eduardo Ohata
Havia decidido não escrever mais sobre o desafio entre Mayweather e MacGregor antes da luta, que acontece daqui a poucas horas.
Mas seguem aqui alguns pensamentos sobre tudo o que envolveu o combate, sua promoção e a reação de torcedores e até jornalistas.
Mayweather contra McGregor é o melhor time de futsal do mundo enfrentando o Real Madrid no Mundial de clubes da Fifa. É, como meu amigo Guga Chacra colocou, Michael Phelps contra Usain Bolt, nos 200 m borboleta. É Michael Jordan no campo de beisebol.
Se não ficou claro, outro amigo, o também jornalista Marcelo Soares, que nem é do esporte, encaminhou para mim uma matéria do site ''The Conversation'', na qual a neurociência verbalizou o porquê da minha insistência na vitória de Mayweather: o cérebro de um atleta antevê as intenções de um rival por meio da leitura corporal, adquirida na quadra, campo etc. Mayweather passou intermináveis horas no ringue de boxe, McGregor, no octógono do MMA.
Um colega de profissão, que cobre MMA, me perguntou outro dia: ''Por que você tem tanta raiva dessa luta?'' Não se trata de raiva. Se um boxeador, mesmo que de elite, desafiasse o que de melhor que o MMA tem para oferecer, tampouco daria chance para o boxeador.
De toda a forma, ficou claro que, a exemplo do que acontece com quase qualquer assunto atualmente, o duelo polarizou: De um lado fãs do boxe e do outro, do MMA. Na minha opinião, acho que dá para gostar de bolo e sorvete. Drama e comédia. Loira ou morena.
Sobre o interesse pelo desafio: May-McGregor é aquele acidente de carro que provoca lentidão em uma das faixas porque todos diminuem a velocidade para espiar. É a musa de anos atrás posando nos seus 40's ou até 50's para a revista ''Playboy''. Curiosidade.
E, não importa o resultado, já é um evento que sempre será lembrado, junto com o duelo entre Muhammad Ali e Antonio Inoki.
Não há vergonha em assistir. É só não confundir esporte com entretenimento.