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Conselho do Palmeiras votará polêmica do aditivo contratual da Crefisa

Eduardo Ohata

O conselho deliberativo do Palmeiras votará se o aditivo contratual da Crefisa com o clube é ou não irregular como aponta o Conselho de Orientação Fiscal. O presidente do conselho deliberativo, Seraphim del Grande, convocará assembleia extraordinária para o dia 20 de agosto, quando a questão será decidida pelos conselheiros. O presidente Mauricio Galiotte já pretendia convocar uma reunião do conselho para discutir os contratos com a patrocinadora, conforme o UOL Esporte noticiou.

O COF reprovou os balancetes dos meses de janeiro e fevereiro da gestão do presidente Mauricio Galiotte sob o argumento de que os aditivos provocaram prejuízos ao clube. Leila Pereira, dona da Crefisa, rebateu a acusação em entrevista ao blog na semana passada.

''Os balancetes de janeiro e fevereiro não foram aprovados e, pelo andar da carruagem, essa situação pode se repetir até o final do ano'', explicou Del Grande. ''O presidente [Galiotte] não pode ficar nessa situação, então o conselho deliberativo vai decidir essa situação.''

Segundo membros da oposição, o assunto só poderia ir para o conselho deliberativo pelas mãos do COF, o que não aconteceu. A tese é rebatida por Del Grande.

''O presidente do executivo ou o COF podem convocar o conselho deliberativo'', argumenta Del Grande. ''O COF, aliás, já deveria ter feito isso, porque essa situação não pode se repetir até o fim do ano.''

Outras questões apontadas pela oposição são o fato de existirem na gestão cerca de 120 conselheiros nomeados diretores pela gestão, o que tentou-se coibir por meio de um artigo que foi voto vencido na reforma estatutária, e que passar decisões sobre os balancetes ao conselho deliberativo esvazia o poder do COF, que é um órgão composto por membros eleitos. ''A competência de aprovar os balancetes mensais é do COF, cabe ao conselho deliberativo aprovar ou rejeitar o balanço anual'', explicou Savério Orlandi, membro do COF.

As alterações contratuais mudaram a maneira como a financeira contabiliza os aportes que faz no clube para a contratação de jogadores. Antes, os gastos eram registrados como despesas de marketing. Assim, o valor era descontado do lucro da empresa, reduzindo os impostos a serem recolhidos. Após denúncia à Receita Federal, que resultou em multa à Crefisa, os gastos com contratações passaram a ser registrados como empréstimos após celebração de aditivo em janeiro deste ano.