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Arquivo : Servílio de Oliveira

Neto de 1º medalhista do boxe ganha chance de ‘repetir’ avô 50 anos depois
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Eduardo Ohata

Luiz de Oliveira, 17, neto de Servilio de Oliveira, 70, sagrou-se na noite deste sábado (26) campeão do Campeonato Continental das Américas juvenil, disputado em Colorado Springs, nos EUA, e garantiu vaga nos Jogos Olímpicos da juventude, em outubro, em Buenos Aires. Foi em outubro de 1968 que Servilio conquistou a medalha de bronze na Olimpíada do México.

Também conhecido como Bolinha, Luiz venceu na final, por pontos em decisão dividida, o pugilista americano Asa Stevens. O brasileiro já havia garantido vaga no Mundial juvenil da Hungria, a ser disputado também este ano.

“Bolinha, Bolinha, campeão continental, já está nos Jogos Olimpicos, e lá estaremos se Deus quiser”, comemorou Servilio, logo após a conquista do neto.

 


Neto de 1º medalhista do boxe luta para ‘repetir’ avô nos 50 anos do pódio
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Eduardo Ohata

Luiz de Oliveira, 17, neto de Servilio de Oliveira, primeiro brasileiro medalhista no boxe olímpico, garantiu vaga no Mundial juvenil, em agosto, na Hungria, ao passar para as semifinais do Campeonato Continental das Américas. Se for campeão da competição, carimba passagem para a Olimpíada da Juventude, em outubro, em Buenos Aires. Nesse caso, teria a chance, de uma certa forma, de “repetir” o avô, logo no aniversário de 50 anos da medalha olímpica de Servilio.

Foi também no mês de outubro, que o ex-pugilista, hoje com 70 anos, conquistou também como mosca a medalha de bronze na Olimpíada do México, em 68.

Luiz de Oliveira recebe orientação do técnico Claudio Aires no Continental das Américas

“Para mim, como pai e filho do Servílio, seria um orgulho muito grande ver meu filho conquistar uma medalha na Olimpíada da Juventude, seria uma homenagem muito legal justamente nas bodas de ouro da medalha do meu velho”, festeja Ivan de Oliveira, pai de Luiz e filho de Servilio.

Luiz venceu na noite desta quinta-feira (24) a semifinal contra o equatoriano Luis Delgado, e passou à final, quando enfrentará o representante dos Estados Unidos.

“Bolinha”, como também é conhecido o lutador que foi convocado para o Mundial em março, venceu na estreia no Mundial juvenil o boliviano Juan Pablo Gullen e, sem sua segunda luta, o guatemalteco Jeferson Morales.

 


Neto de 1º medalhista do boxe bate marca de avô e vai a seletiva de Mundial
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Eduardo Ohata

Luiz de Oliveira, 17, neto de Servílio de Oliveira, primeiro brasileiro medalhista olímpico do boxe brasileiro, foi mais precoce do que o avô e participará em maio de seu primeiro torneio internacional, em Colorado Springs (EUA), que servirá de seletiva para o Campeonato Mundial juvenil (entre 17 e 18 anos) e para os Jogos Olímpicos da Juventude. Servílio, 69, foi bronze na Olimpíada da Cidade do México-68, estreou em competições internacionais aos 18 anos.

Luiz de Oliveira, o “Bolinha”

“Sonho com isso desde pequeno, isso sempre esteve na minha cabeça”, diz “Bolinha”, em referência ao fato de estar ao redor do boxe desde os 8 anos. “Tenho assistido aos vídeos de Mundiais pelo YouTube, não está difícil ser campeão, é ir lá buscar o que é nosso, o ouro.”

“Bolinha”, como é conhecido o peso-galo (limite de 52 quilos), terá na viagem para a disputa do Torneio Continental das Américas a companhia do juvenil Pedro Conceição, 17, peso-leve (até 60 quilos), colega do projeto “Garimpando o Ouro Olímpico”, mantido pelo pai de “Bolinha”, Ivan de Oliveira, que abriga em sua casa meia dúzia de jovens atletas nos quais aposta para chegar ao pódio.

“Essa molecada está no boxe há muito tempo, não é qualquer bandeirinha de Cuba ou dos Estados Unidos que os fará tremer”, diz Ivan, em alusão também a Pedro Conceição, que desde os 12 anos se dedica aos treinos de boxe quando começou em um projeto social.

Para as categorias galo e leve, o Torneio Continental das Américas distribui seis vagas para o Campeonato Mundial, que este ano acontece na Hungria. Para ganhar vaga para os Jogos Olímpicos da Juventude, que este ano será em Buenos Aires, o atleta tem que ser campeão de sua categoria.

“Participar desse torneio é importante para meu neto mostrar que tem potencial, que é capaz de no futuro também conquistar uma medalha olímpica”, avalia Servílio, ao argumentar que só estreou em lutas internacionais aos 18 porque “naquela época” não havia, no Brasil pelo menos, as categorias infantil, cadete ou juvenil. Após fazer sua primeira luta aos 17, estreou fora do país aos 18, no Pan de Winnipeg, ao bater o colombiano Pedro Bendex e perdeu para o norte-americano Harlan Marbley.

O peso-leve Pedro Conceição

Após Servílio conquistar o bronze nos Jogos Olímpicos do México-68, o Brasil só teve novos medalhistas na Olimpíada de Londres, quando Adriana Araújo e Yamaguchi Falcão foram bronze e Esquiva, prata. Na Rio-2016, Robson Conceição foi campeão olímpico.


Primeiro medalhista do boxe retoma carreira que produziu campeão mundial
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Eduardo Ohata

O primeiro brasileiro medalhista de boxe, Servílio de Oliveira, 69, retomará a carreira de manager em meio a coincidências e datas importantes em sua carreira. Após oito anos, ele repetirá parceria com o filho e técnico Ivan de Oliveira, o Pitu, ao lado de quem levou o baiano Valdemir Pereira, o Sertão, ao título de campeão dos penas da Federação Internacional de Boxe, em 20 de janeiro de 2006.

“Fiquei parado por causa da faculdade de direito”, justifica Servílio. “Mas terminei [o curso], e agora que estou voltando, vou me dedicar ao boxe até o fim da vida.”

A estreia do novo pupilo, o supergalo Rubens Diego dos Santos, o “Manchinha”, está prevista para o próximo dia 20, às 15h, no Teatro CEU de São Mateus. Trata-se do aniversário de 12 anos da data em que Sertão foi campeão da FIB, ao superar o tailandês Phafrakorb Rakkietgym. Neste ano também a medalha de bronze de Servílio, conquistada na Olimpíada do México, em 1968, completa 50 anos, e o próprio Servílio atingirá os 70 anos. E ele voltará a formar dupla com o filho Pitu, com quem trabalhou em dupla pela última vez em 2010, quando gerenciou a carreira de Jackson “Demolidor” Junior. Segundo Servílio, trata-se de uma série de coincidências.

“Nada foi planejado por causa das datas, as coisas foram acontecendo”, explica o ex-lutador, que teve a carreira interrompida por causa de um descolamento de retina sofrido na década de 70. “[Risos] Mas acho que [essas coincidências] são um bom presságio…”

O objetivo?

“Esse Manchinha, entre outros lutadores que nós temos, incluindo meu neto ‘Bolinha’ têm qualidade para chegar a um título mundial; se conseguimos uma vez, acho que podemos fazer outro campeão mundial…”, conclui Servílio.

 


Neto de 1º medalhista de boxe é chamado por seleção e mira Tóquio-2020
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Eduardo Ohata


Luiz de Oliveira, 16, neto de Servílio de Oliveira, primeiro brasileiro medalhista no boxe olímpico, foi convocado pela seleção brasileira para participar, entre 12 e 25 de novembro, de um período de treinos. Servirá para técnicos da seleção observarem de perto o atleta, que este ano se sagrou campeão cadete da categoria dos moscas (até 52 quilos), mesmo peso em que seu avô foi bronze no México-68.

O lutador amador Bolinha
Foto: Divulgação

O estafe de “Bolinha”, apelido do boxeador, acredita ser a oportunidade para permanecer na seleção, com o objetivo de ir para a Olimpíada de Tóquio-2020, quando estará com 19 anos, e repetir, ou talvez até melhorar, a cor da medalha do avô. “Esse é o plano”, explica Ivan de Oliveira, o Pitu, filho de Servilio e pai de Bolinha e que treinou Valdemir Pereira, o Sertão, ex-campeão dos penas pela Federação Internacional de Boxe.

Pitu não descarta a possibilidade de “Bolinha” subir de categoria para competir como peso-pena (até 56 quilos), onde os concorrentes à vaga em Tóquio-2020 não têm experiência olímpica. O titular do peso era Robenilson de Jesus, que passou ao profissionalismo após a Rio-16. Se continuar nos 52 quilos, provavelmente Bolinha terá como principal concorrente Patrick Lourenço, que disputou a Rio-2016 como mosca-ligeiro (até 49 quilos), mas que de lá para cá subiu de peso.

Enquanto Pitu fala sobre Olimpíada, Servilio sonha com o dia em que o neto conquistará o que foi impedido de fazer em sua carreira: Conquistar um título mundial. O brasileiro teve a carreira prejudicada por um descolamento de retina sofrido na luta com o mexicano Tony Moreno. Fez mais algumas lutas, mas foi impedido de disputar o título sulamericano por causa dessa lesão e pendurou as luvas.

“Preciso continuar vivo para ver esse ser campeão mundial”, costuma falar a pessoas próximas. Ao ser questionado pelo blog, Servilio, 69, confirmou a informação e disse acreditar que o neto reúna condições para chegar a uma coroa mundial no profissionalismo.

O próprio já trabalhou no córner do neto e chegou a fazer treino com luvas com ele.


À distância, ex-campeão Sertão orienta via WhatsApp conterrâneo no ringue
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Eduardo Ohata

De Cruz das Almas, na Bahia, Valdemir Pereira, o Sertão, ex-campeão pena da Federação Internacional de Boxe, troca mensagens via WhatsApp com Ruan Pablo, 14. O garoto acaba de se sagrar campeão paulista de sua categoria sobre o atual campeão brasileiro, Caique Santos.

Juan Pablo (à frente), com a medalha de campeão

“Sou da mesma cidade do Sertão, o pessoal apontava para ele na rua quando eu era criança e me diziam que ele tinha sido campeão mundial. Um dia fui falar com ele, fiquei animado porque um campeão mundial tinha saído da minha cidade”, relembra Ruan.

“Nos falamos pelo WhatsApp, ele pergunta como estou, me incentiva, me dá dicas, ou me orienta sobre como lidar com problemas, diz que um mau momento está aí para ser superado. Ele dá motivação”, conta o jovem pugilista, que espera seguir os passos do mentor.

Sertão retornou à sua cidade natal para viver com a família, onde trabalha como empacotador em uma loja, após se aposentar dos ringues por questão ligada à saúde. De lá, e com a ajuda de amigos, luta para não ser esquecido. No ano retrasado, foi inaugurado um busto com os rostos de Eder Jofre, Miguel de Oliveira e Popó, na cidade de Santos, porém Sertão foi deixado de lado, apesar de o título da FIB estar entre os três mais importantes.

Coincidentemente, ao migrar de Cruz das Almas para São Paulo, em busca de melhores condições de treinamento, Ruan se tornou pupilo de Ivan de Oliveira. Pitu, como também é conhecido o técnico, é nada mais, nada menos, do que o ex-treinador de Sertão, que o dirigiu na luta em que conquistou o título mundial, sobre o tailandês Fahprakorb Rakkiatgym, em 2006.

“Eu não sabia que o Pitu tinha sido técnico do Sertão. Mas como ele gosta de contar histórias, ele falou do Sertão algumas vezes. Foi aí que eu soube que o Pitu tinha sido treinador do Sertão”, explica Ruan, que vive com a família do treinador e mais três atletas, como parte de um projeto que o treinador mantém, que chegou a abrigar nove atletas antes da crise atingir o país (clique no link se desejar colaborar).

O filho mais novo de Pitu, Luiz Gabriel, o “Bolinha”, também foi campeão na última edição do Paulista, também sobre um campeão brasileiro.

“Essas vitórias, sobre campeões nacionais, nos deixaram muito animados para o Brasileiro, que acontece em julho”, festeja Pitu, que é filho de Servilio de Oliveira, primeiro medalhista olímpico do boxe brasileiro.


Eterno 1º medalhista, Servílio vira candidato e dispara contra confederação
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Eduardo Ohata

Primeiro medalhista olímpico do boxe brasileiro, Servílio de Oliveira, 68, encabeça chapa para a presidência da Confederação Brasileira de Boxe. Seu vice na eleição prevista para acontecer entre janeiro e março de 2017 será o ex-boxeador Sidnei Dal Rovere.

O atual presidente da CBB é Mauro Silva, que tentará a segunda reeleição.

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Servílio de Oliveira, 68, medalhista na Olimpíada do México-68, mostra sua medalha

“Soube que a confederação recebeu no ano R$ 7 milhões, oriundos da Lei Piva [verba das loterias], Petrobras, Lei de incentivo ao esporte. Não é possível termos ganhado só uma medalha na Rio-2016 [o ouro de Robson Conceição]”, critica Servílio. “Com o dinheiro disponível, dá para trabalhar a base, incentivando todos os estados, fazendo com que a verba chegue a todos redutos e federações.”

Servílio invoca seu currículo para justificar a decisão de se candidatar.

“Estou envolvido com o boxe desde os 12 anos, como atleta, conquistei a primeira medalha olímpica brasileira do boxe, técnico, supervisor, manager, quando fiz um campeão mundial [Valdemir Pereira, o Sertão], acho que tenho o potencial para ser presidente”, enumera o ex-lutador. “Também me sinto capacitado porque sigo ‘lutando’. Entrei para a faculdade aos 62 anos e, em 2015, me formei bacharel em direito.”

Há, até o momento, uma terceira chapa que concorre ao pleito, a do piloto Ciro Baumann e do ex-boxeador e advogado Alex Oliveira.

Se Servílio critica o perfil “militar” (autoritário) de Silva, Alex afirma que há irregularidades ligadas à transparência na confederação e que o estatuto foi alterado recentemente de forma a restringir a participação democrática no pleito.

“O estatuto é claro, inclusive eu tenho que seguir”, responde Silva. “E o Brasil nunca viu o boxe olímpico no nível como o atual, com resultados em duas olimpíadas seguidas.”


Técnico de brasileiro campeão mundial volta a se testar na elite do boxe
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Eduardo Ohata

Ivan de Oliveira, o Pitu, foi o técnico de Sertão quando ele conquistou o cinturão da Federação Internacional de Boxe, em 2006. O baiano sagrou-se o quarto brasileiro a conquistar um título mundial, juntando-se a Eder Jofre, Miguel de Oliveira e o conterrâneo Popó.

Em 2010, quando a A.D. São Caetano interrompeu os trabalhos com modalidades olímpicas, Pitu se viu forçado a buscar outras áreas de atuação fora do boxe para se sustentar (Pitu também é músico). Um dos atletas que, à época, ficaram “órfãos” de Pitu era o promissor Jackson Junior. Doeu para Pitu ter de deixá-lo partir, pois juntos construíram um cartel invicto em 10 lutas profissionais.

Pois bem. O mundo deu suas voltas, Pitu voltou a trabalhar com lutas, entrou no mundo do MMA, trabalha no córner do lutador do UFC Demian Maia, que aliás já passou da hora de ganhar uma nova oportunidade por um título, entre outros, com boxeadores amadores no projeto “Garimpando o Ouro Olímpico”, e também mantém parceria com seu irmão, Gabriel de Oliveira, na dupla Oliveira Brothers.

Jackson, por sua vez, sofreu sua primeira derrota em 2014, após somar 16 vitórias seguidas, e desde então vem alternando vitórias e derrotas (5 vitórias e 4 derrotas).

Mas desde 2010, Pitu tem uma sensação de “trabalho inacabado” em relação a Jackson, 30 anos. Então não foi surpresa quando um pedido para assumir o treinamento do ex-pupilo na preparação contra um adversário ranqueado despertou a curiosidade de Ivan.

O adversário é o turco Avni Yildirim, 9º do ranking do Conselho Mundial de Boxe, 24 anos, invicto em 9 lutas (5 nocautes), dono do cinturão de campeão “de prata” internacional do CMB. Apelidado de “Sr. Robô”, tem no cartel uma vitória sobre o ex-campeão mundial dos meio-pesados Glen Johnson (se bem que Johnson tem quase 50 anos). Yildirim está à frente no ranking, por exemplo, do ex-campeão Jean Pascal. A luta está prevista para o dia 6 de maio, em Berlin.

À primeira vista, parece um combate perigoso para o brasileiro, cujo cartel registra 20 vitórias (18 nocautes) e 5 derrotas. Mas para Pitu, que “viu algo”, a oportunidade não poderia ser melhor.

“O estilo dele [Yildirim] não ‘casa’ bem com o do Jackson”, explica Pitu. “O Jackson não se dá bem com quem boxeia e se movimenta muito. Mas o turco gosta é de bater, lutar parado. Ele jabeia [aplica golpe preparatório de esquerda], não se move e nem ‘pega’ tanto. Outra coisa é que logo depois de estrear ele [Yildirim] ficou um ano parado, então aí tem coisa. E ele tem poucas lutas.”

“Estou voltando porque acredito nele [Jackson], com uma vitória, quem sabe onde podemos chegar?”, pergunta, de forma retórica.

Quando Sertão foi campeão mundial com Pitu, poucos acreditavam. E fizeram história juntos.


Em aniversário de 10 anos de título mundial, Sertão vive com salário mínimo
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Eduardo Ohata

Sertão, ou melhor, o baiano Valdemir Pereira, era uma alegria só. Afinal, ele havia acabado de vencer, por pontos, o tailandês Phafrakorb Rakkietgym. Nome engraçado? É porque os boxeadores tailandeses adotam como sobrenome “artístico” o nome de sua academia. Pioneiros no “naming rights”.

Logo após ter seu braço erguido, Sertão ria à toa segurando o cinturão da Federação Internacional de Boxe, abraçado ao técnico Ivan de Oliveira. “Quem ele pensava que era, o Tarzan?”, perguntou para mim, enquanto ainda estávamos no ringue, em referência ao fato de o tailandês ter começado a bater com as duas mãos no próprio peito no décimo assalto, em uma tentativa (infrutífera) de intimidar o brasileiro. Não, nesse caso, nunca é demais descrever detalhes do combate ou do pós-luta, já que não foi transmitido na América do Sul. Os programadores da TV a cabo, apesar de ter os direitos da luta transmitiram para o Brasil partida da NBA, já que o mesmo sinal iria para toda América do Sul.

Poster da luta na qual Sertão sagrou-se campeão mundial pena há exatos 10 anos

Poster da luta na qual Sertão sagrou-se campeão mundial pena há exatos 10 anos

No aeroporto de Connecticut, quando se preparava para retornar ao Brasil, Sertão dizia, “baba aí, Ohata”, ao comprar um colar que trazia pendurado um aparelho de metal que programou para ficar exibindo, em movimentos ininterruptos, de cima para baixo, seu apelido: “Sertão”.

No aeroporto de Guarulhos, Sertão foi barrado na alfândega. Seu manager, Servílio de Oliveira, protestava, “mas ele é campeão mundial”. O fiscal respondeu, “é aí mesmo que a gente vai procurar”. Provavelmente os fiscais ainda se lembravam da polêmica quando os jogadores da seleção campeã da Copa de 94 entraram no Brasil com 15 toneladas a mais de bagagem do que a levada para a Copa dos EUA sem passar pela alfândega e pagar os impostos.

Isso tudo aconteceu há exatos 1o anos.

“Como você vai comemorar os 10 anos do título?”, perguntei nesta terça-feira (19) a Sertão, que voltou a morar na sua cidade natal de Cruz das Almas após perder o título na primeira defesa, para Eric Eiken, e que teve a carreira interrompida por conta de um problema de saúde.

“Vou trabalhar”, respondeu Sertão, que é empacotador em uma loja. “Para fazer festa, tem que ter dinheiro. Eu ganho um salário mínimo e tenho que pagar duas pensões para minhas ex-mulheres e filhos [que estão em São Paulo].”

“Mas me lembro que foi nesta data [hoje, dia 20] que fui campeão mundial, o que foi muito importante para minha vida, minha carreira, minha família”, ressalta Sertão.

Mas, nos 10 anos de seu título, Sertão revela que tem uma mágoa. Ele fala da homenagem feita na cidade de Santos com a inauguração no ano passado de bustos dos também campeões mundiais Eder Jofre, Miguel de Oliveira e Popó. Sertão, ao que tudo indica, foi esquecido. “Fiquei magoado, chateado. Fazer o quê? Vou colocar nas mãos de Deus. Se tiveram quatro campeões mundiais brasileiros, tem que ter quatro estátuas, e não três”, argumenta o ex-boxeador.

A correção dessa injustiça histórica seria um belo presente de aniversário nos dez anos de seu cinturão, não seria?

Sertão comemora em 15 de novembro passado com amigos seus 41 anos

Sertão comemora em 15 de novembro passado com amigos seus 41 anos


Aos 14, neto de 1º medalhista olímpico do boxe planeja luta nos EUA em 2016
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Eduardo Ohata

Neto de Servílio de Oliveira, primeiro brasileiro medalhista olímpico no boxe e filho de Ivan de Oliveira, técnico do ex-campeão pela Federação Internacional de Boxe Sertão, Luiz Gabriel, 14, planeja estrear em 2016 no Golden Gloves, mais prestigioso torneio americano de boxe amador. Ou melhor, seu pai, Ivan, subiu o sarrafo para o filho.

Não. A aventura nos EUA não seria produto de uma desilusão com o precário cenário do boxe brasileiro. Trata-se, na verdade, de um planejamento para completar a sala de troféus da família.

“Falta um campeão mundial [na família]”, diz, em tom reflexivo, Pitu. “Se o Bolinha [apelido de Luiz] ganhar o Golden Gloves, isso fará maravilhas para a carreira dele. O Golden Gloves revelou, por exemplo, o ex-campeão mundial dos pesados Muhammad Ali.

Luiz Gabriel, o Bolinha, durante competição

Luiz Gabriel, o Bolinha, durante competição

No fim de semana passado, Bolinha foi campeão do torneio Galo de Ouro, competição voltada à base do boxe, organizado pela Federação Paulista de Boxe. O título, conquistado na categoria até 48 quilos após duas vitórias por nocaute, fechou o ciclo de Bolinha no pugilismo infantil. Servílio acompanhou a luta do neto, posicionado em um córner neutro com uma câmera na  mão para registrar os golpes de Bolinha. Talvez para provar o que sempre fala quando é questionado sobre o neto: “este é um futuro campeão”.

Mas… Levá-lo para fazer campanha nos EUA? Não seria muito precoce?

“No Golden Gloves ele lutaria com garotos de sua idade, na categoria cadete [entre 15 e 16 anos]”, tranquiliza Pitu.”Acompanhei o Mundial de cadetes, os americanos lutam bem, mas acredito que meu menino pode competir com eles pau a pau.”

O desafio mais difícil, prevê, está mesmo fora do ringue. “É uma viagem com custo alto, passagem aérea, estadia…”

Após a eventual disputa do Golden Gloves Bolinha retornaria para o Brasil para seguir competindo em torneios como o Brasileiro, onde pretende baixar de peso para lutar: passaria para os 46 quilos.

Segundo Pitu, como o filho costuma treinar com atletas mais velhos, até 17 anos, ou mais pesados, consegue assimilar melhor os golpes que vêm em sua direção durante uma competição.

“Ele é um bezerro, mas estou treinando igual cavalo”, resume Pitu, cujo filho faz parte do programa Garimpando o Ouro Olímpico tocado por ele e pelo irmão Gabriel, os Oliveira Brothers, voltado majoritariamente a jovens carentes e para o qual, não esconde, são sempre bem-vindas colaborações de empresas ou mesmo pessoas físicas.


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