Algoz de Ronda Rousey não gostava de lutas, mas trocou aeróbica por luvas
Eduardo Ohata
Foi por um mero acaso que a americana Holly Holm resolveu começar a lutar, decisão que a levou na madrugada deste domingo (15) a impor uma das maiores zebras do UFC, ao nocautear a badalada ''Rowdy'' Ronda Rousey.
Holly reconhece que nunca foi fã de lutas enquanto crescia e tampouco havia algo no histórico de sua família que indicasse alguma futura ligação com as lutas. Holm preferiu bicicletas, ginástica olímpica, futebol e natação antes de, aos 16 anos, entrar na academia do técnico Mike Winkeljohn para praticar… Aeróbica! Na academia, havia também aulas de kickboxing, modalidade que mistura boxe com caratê, que atraiu a atenção de Holly.
''Eu pensei, cara, você entra lá [no ringue] e começa realmente a dar socos na cara um do ouro. Hmmmm, parece legal. Um dia desses vou experimentar para ver se gosto. Jamais pensei que se tornaria minha profissão. [Lutar] se tornou minha paixão'', revelou Holly à publicação ''The Ring''.
Menos de um ano após entrar pela primeira vez na academia para fazer aulas de aeróbica, Holly já participava de suas primeiras sessões de sparring [treino com luvas]. Pouco depois Holly já fazia sua primeira, de oito, lutas amadoras de kickboxing. Depois de conquistar o título nacional em 2001, passou a lutar boxe profissional.
Seu amor pelo boxe a fez, inclusive, abandonar a Universidade do Novo México após frequentá-la por um ano.
Foi campeã de boxe nos anos 2000, quando venceu, inclusive, a mais famosa boxeadora feminina da história, Christy Martin, que roubava a cena nas preliminares das lutas do então campeão dos pesos-pesados Mike Tyson.
O desafio a Christy Martin lembra muito o raciocínio por trás da negociação para a luta com Ronda. Assim como muitos a criticaram ao dizer que era muito cedo para enfrentar Ronda, Christy era um ícone do boxe feminino com 51 combates, enquanto Holly tinha apenas 13. ''Aquele luta me empurrou para onde eu precisava ir. Sem ela, sabe Deus onde minha carreira estaria hoje…'', analisou Holly.
Àquela época, Holly já fortalecia, de novo sem querer, sua conexão com o mundo do MMA, quando namorou o futuro lutador do Strikeforce Joey Villasenor.
Hoje, Holly é considerada uma das cinco melhores lutadoras de boxe da história, atrás apenas de Lucia Rijker, Regina Halmich, Ann Wolfe e Laila Ali. Em 24 combates válidos por título, Holly perdeu apenas um.
Como chegou ao ponto que chegou? Filha de um pastor, Holly repete algo que seus pais ensinaram a ela desde pequena.
''Meus pais sempre ensinaram os filhos a fazer tudo com paixão, não desistir, e focar no que você quer. Não fazer algo por fazer. Escolher o que você gosta e ame. Assim, você vai querer fazer bem e trabalhará duro.''