Crefisa quer mudar contrato para ter mais poder em camisa do Palmeiras
Eduardo Ohata
Após divergência envolvendo camisa do clube, a Crefisa, patrocinadora do Palmeiras, fez um aditamento no contrato com a agremiação para ter mais poder e espera agora a assinatura dos dirigentes alviverdes. O contrato original não havia passado pelo jurídico da financeira. O blog, primeiramente, tinha recebido a informação de pessoas ligadas ao executivo do clube de que o negócio já havia sido concretizado. Porém, em nova apuração foi constatado que o aditamento do contrato ainda não foi firmado.
O novo documento mantém a exigência de que se o clube for fazer alguma ação de marketing, como a do Avanti, terá que consultar o patrocinador 48 horas antes. Porém, agora, se descumprir esta regra poderá ter de pagar uma multa. O acordo prevê que os patrocínios do calção e dos meiões também são da Crefisa.
A financeira pode pedir também modificações no design da forma como a marca será apresentada, eliminando o que não estiver de acordo com o manual da Crefisa. Por exemplo, a financeira pode pedir para tirar o box da camisa que acredita estar feio, ou pedir para mudar o fundo onde aparece seu logo. Por exemplo, pediu para modificar a marca de Faculdade das Américas para apenas FAM nos meiões. A redação original da aditamento dava a entender que a Crefisa teria poder de veto até nas cores e modelos da camisa do time. O blog, porém, apurou com fonte ligada à Crefisa que não é esta a intenção da patrocinadora e que se trata apenas de um trecho que dá margem à dupla interpretação.
O contrato inclui agora um pacote com ações mensais com jogadores e uso do CT de 6 a 8 vezes ao ano. O patrocinador pediu ainda que quando tivesse substituição aparecesse a marca no telão (mas o Palmeiras já indicou que isso não será possível).
O novo contrato prevê um valor de R$ 78 milhões. O valor anterior era de R$ 54 milhões. Ou seja, de 4,5 milhões por mês, passou para 6,5 milhões por mês. E em vez de direcionar o uso do dinheiro no futebol, agora a financeira deu carta branca para a agremiação usar como quiser.
A divergência
A Crefisa havia reclamado com o clube de ação envolvendo o Avanti, programa de sócio-torcedor da Palmeiras, que foi estampado na camisa do time no lugar do nome dos jogadores durante jogo com a Ferroviária, pelo Paulista. Anteriormente, a patrocinadora já havia ameaçado romper contrato quando foi aventada a possibilidade do lançamento de uma camisa retrô com a marca da Parmalat.
A Crefisa acredita ser ''dona'' de todo o espaço nas camisas, enquanto o Palmeiras argumentou que o espaço dos nomes dos jogadores ainda é sua propriedade. Por este imbróglio, a financeira resolveu fazer as mudanças no contrato. Segundo apuração, o pagamento da mais recente cota de patrocínio ainda não caiu na conta do clube.
Procurada pelo blog, a Crefisa não se manifestou oficialmente para comentar o assunto.