Nova prova fortalece pedido de impeachment de presidente do Corinthians
Eduardo Ohata
O pedido de impeachment do presidente do Corinthians, Roberto de Andrade, ganhou mais peso após confirmação de outra acusação relacionada ao processo que pede a sua saída.
O mandatário teria sonegado vistas aos contratos com a empresa Omni relacionados à exploração de estacionamento na Arena Corinthians.
Conselheiros a favor do impeachment de Andrade apontam que a negativa em exibir os documentos constitui motivo para destituição do presidente, por configurar não-divulgação de informações de gestão e descumprimento estatutário (art. 111, ''12''), além de descumprir as regras do Profut.
A entrega do pedido foi protocolado no conselho deliberativo no dia 1 de novembro de 2016, encaminhado à secretária do presidente do clube, que o enviou a Andrade. A informação foi confirmada nos últimos dias pelo presidente do conselho deliberativo, Guilherme Strenger, segundo correspondência trocada com um conselheiro, à qual o blog teve acesso:
''Informo a V.Senhoria que o requerimento em questão, dirigido à ''Diretoria do Sport Club Corinthians Paulista'', foi protocolado junto ao Conselho Deliberativo, no dia 01 de novembro de 2016. No mesmo dia, a secretária do Conselho Deliberativo, [nome da secretária], entregou o requerimento a secretária do Presidente Roberto de Andrade, [nome da secretária], que o enviou ao Dr. Alberto Bussab, bem como ao presidente do SCCP.''
A comprovação do pedido é relevante porque a defesa de Andrade informa que ''com referência à argumentação da não-exibição a conselheiros de documentos e/ou contratos por parte da diretoria, alegada no pedido inicial, além de não ter sido comprovada, não enseja o afastamento…''
O relatório do comitê de ética, responsável pelo parecer sobre o impeachment, também havia negado o recebimento do pedido:
''Não se tem notícia do destino de tal requerimento após seu protocolo. Não se sabe se foi efetivamente encaminhado à Diretoria. Se foi, não se sabe se passou por algum departamento ou se foi direto à Presidência. Enfim, não se sabe nem sequer se chegou ao conhecimento do Representado'', afirma o relatório. ''Para os signatários, essa circunstância põe uma pá de cal no assunto.''
Na sequência, o relatório do comitê de ética reitera o desconhecimento da parte de Andrade do requerimento. ''… sem que haja evidências de que o destinatário tenha conhecimento da ordem''.
O pedido de impeachment se fundamente, principalmente, pela assinatura de Andrade em um documento, como presidente do clube, feita dois antes de assumir o cargo.
O caso será julgado no próximo dia 20.
Procurados pelo blog, o presidente do Corinthians, Roberto Andrade, e o presidente do Conselho Deliberativo do clube, Guilherme Strenger, não se manifestaram até a publicação do post.