Eliminação na Copa do Brasil é gatilho para fim da unanimidade de Galiotte
Eduardo Ohata
Uma eventual eliminação da Copa do Brasil na partida de hoje, frente ao Internacional, funcionará como gatilho para o fim da unanimidade em relação ao presidente palmeirense, Mauricio Galiotte, no clube.
É quase certo que um mau resultado refletirá na reunião do Conselho de Orientação Fiscal do mês de junho.
Membros experientes do COF têm nas mãos balancete que aponta gastos da ordem de R$ 25 milhões mensais com o departamento de futebol, além de contabilizar o investimento feito no futebol para a temporada foi o maior da América do Sul, graças à patrocinadora do clube, e os polpudos salários dos jogadores.
O que já questionam, entre si por enquanto, como aconteceu em um grupo de dez conselheiros que prestigiaram a festa de aniversário do colega Roberto Frizzo nesta segunda-feira, é a relação custo/benefício. Foi fortemente questionada, por exemplo, a declaração de Dudu de que ''Libertadores é obsessão''. A leitura que fizeram foi que se tratou de uma estratégia para desviar o foco.
A unanimidade ao redor de Galiotte se mantém até agora por alguns motivos: além de ter evitado uma possível crise com a Crefisa, as partidas do Palmeiras tem registrado as maiores bilheterias, público, além de o clube contar com o maior número de sócios-torcedores (126 mil), contar com um centro de excelência de ponta, além de pagar os jogadores em dia.
No gramado, porém, o lado torcedor dos conselheiros aflora. Um grande número não superou a eliminação no Paulista para um time considerado médio, ao mesmo tempo em que o rival Corinthians levantou a taça.
Pior, irrita a evolução do Corinthians no Nacional e na Sul-Americana, com investimento bem inferior. Há também o temor do possível efeito das piadas publicadas nas redes sociais que tem a dona da Crefisa, Leila Pereira, como um dos alvos preferidos a cada resultado negativo do time.
Não. Uma eliminação nesta quarta-feira não derrubará Cuca ou dirigente. Mas há indícios de que marcará o início do fim da calmaria nos bastidores do Parque Antarctica.