Blog do Ohata

Palmeiras é derrotado na Justiça em ação por sumiço de R$ 290 mil

Eduardo Ohata

O Palmeiras acaba de sofrer revés na Justiça em um caso envolvendo o sumiço de R$ 290 mil no clube, em 2010.

O processo que o clube moveu contra Antonio Carlos Corcione, seu ex-diretor-jurídico e conselheiro vitalício, o advogado Pedro Renzo e o conselheiro Francisco Busico sob a acusação de enriquecimento ilícito foi considerado improcedente. O Palmeiras ainda pode recorrer. Inquéritos criminais sobre o caso que corriam em paralelo foram arquivados por falta de provas.

O ex-diretor jurídico do Palmeiras Antonio Carlos Corcione Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress

''Não vou processar o Palmeiras, ele e minha mulher são as coisas que tenho perto de mim que eu amo, após minha filha única ter ido para outro país e meu cachorro morrer'', disse Corcione, que se recusou a discutir detalhes do caso, que correu sob segredo de Justiça. ''Até hoje no Palmeiras me olham de rabo de olho, fui chamado de 'ladrão' pelo responsável por essa perseguição, perdi clientes, tive que fechar meu escritório e desenvolvi uma doença incurável. Mas não vou processar o Palmeiras, quero ser lembrado pelos meus 21 anos de bons serviços como diretor-jurídico.''

Renzo se recusou a comentar o caso e Busico não retornou ligação do blog.

O episódio teve início quando o escritório de Corcione, do qual Renzo era funcionário, ganhou um processo contra o governo federal no valor de R$ 1,2 milhão, em 2010. Como o Palmeiras tinha dívidas em aberto, o escritório de Corcione transferiu cerca de R$ 900 mil para uma conta especial do Palmeiras e entregou na tesouraria R$ 290 mil em mãos ao responsável à época pelo departamento financeiro, Francisco Busico, que por sua vez deu um recibo a Renzo.

Porém os R$ 290 mil não foram localizados na contabilidade do clube. Foram realizadas sindicâncias pelo Conselho Deliberativo e pelo Conselho de Orientação Fiscal, até que na gestão de Arnaldo Tirone o jurídico do Palmeiras decidiu processar o trio.

O rol de testemunhas incluiu os ex-presidentes Luiz Gonzaga Belluzzo, Arnaldo Tirone, o interino Salvador Hugo Palaia e o ex-vice de futebol Roberto Frizzo, e o atual secretário-geral, Elio Esteves, entre outros. Nenhum deles confirmou as acusações.

Uma explanação sobre o funcionamento do departamento financeiro de um clube de futebol, que requer dinheiro em espécie para pagamentos de ''bichos'', ''malas brancas'', que não têm recibos, e despesas em dólar (arbitragem) também foi relevante para convencer a juíza que presidiu o caso da inocência do trio.

O Palmeiras afirmou que não comenta oficialmente questões jurídicas.