Neto de 1º medalhista de boxe é chamado por seleção e mira Tóquio-2020
Eduardo Ohata
Luiz de Oliveira, 16, neto de Servílio de Oliveira, primeiro brasileiro medalhista no boxe olímpico, foi convocado pela seleção brasileira para participar, entre 12 e 25 de novembro, de um período de treinos. Servirá para técnicos da seleção observarem de perto o atleta, que este ano se sagrou campeão cadete da categoria dos moscas (até 52 quilos), mesmo peso em que seu avô foi bronze no México-68.
O estafe de ''Bolinha'', apelido do boxeador, acredita ser a oportunidade para permanecer na seleção, com o objetivo de ir para a Olimpíada de Tóquio-2020, quando estará com 19 anos, e repetir, ou talvez até melhorar, a cor da medalha do avô. ''Esse é o plano'', explica Ivan de Oliveira, o Pitu, filho de Servilio e pai de Bolinha e que treinou Valdemir Pereira, o Sertão, ex-campeão dos penas pela Federação Internacional de Boxe.
Pitu não descarta a possibilidade de ''Bolinha'' subir de categoria para competir como peso-pena (até 56 quilos), onde os concorrentes à vaga em Tóquio-2020 não têm experiência olímpica. O titular do peso era Robenilson de Jesus, que passou ao profissionalismo após a Rio-16. Se continuar nos 52 quilos, provavelmente Bolinha terá como principal concorrente Patrick Lourenço, que disputou a Rio-2016 como mosca-ligeiro (até 49 quilos), mas que de lá para cá subiu de peso.
Enquanto Pitu fala sobre Olimpíada, Servilio sonha com o dia em que o neto conquistará o que foi impedido de fazer em sua carreira: Conquistar um título mundial. O brasileiro teve a carreira prejudicada por um descolamento de retina sofrido na luta com o mexicano Tony Moreno. Fez mais algumas lutas, mas foi impedido de disputar o título sulamericano por causa dessa lesão e pendurou as luvas.
''Preciso continuar vivo para ver esse ser campeão mundial'', costuma falar a pessoas próximas. Ao ser questionado pelo blog, Servilio, 69, confirmou a informação e disse acreditar que o neto reúna condições para chegar a uma coroa mundial no profissionalismo.
O próprio já trabalhou no córner do neto e chegou a fazer treino com luvas com ele.