Chape comprará sede para fundação de auxílio às famílias das vítimas do vôo
Eduardo Ohata
Em uma sinalização de ''bandeira branca'' entre a Chapecoense e a AFAV-C (Associação das Famílias e Amigos das Vítimas do Vôo da Chapecoense), o clube comprará um imóvel que funcionará como sede para uma fundação de amparo aos familiares dos mortos.
A fundação tem como objetivo a captação de recursos e criação de projetos, com apoio do clube, que auxiliem os que ficaram. A ideia surgiu durante reuniões mensais com o objetivo de estreitar e melhorar os laços entre a Chapecoense com os familiares das vítimas.
A aquisição do imóvel, exigência legal para a existência da fundação, foi aprovada esta semana pelo conselho gestor da Chapecoense, formado pelas diretorias dos conselhos administrativo e deliberativo.
Familiares interpretaram como uma sinalização da parte do clube de que há uma preocupação em relação ao tempo que a ação contra o governo da Bolívia levará, e a urgência em assistir os familiares até a sua conclusão, o que pode levar anos. Segundo levantamento da AFAV-C, há 175 dependentes diretos de vítimas do acidente e os advogados consultados pela associação foram unânimes em afirmar que o processo contra o governo da Bolívia levará, no mínimo, de cinco anos para sua conclusão.
''As dificuldades para as famílias começaram em 29 de novembro de 2016 e são de cunho emocionais, sociais e financeiros'', relata Fabienne Belle, viúva de Cesinha, fisiologista da comissão técnica de Caio Junior. ''Muitos eram arrimos de família, e mesmo nos casos em que não eram, há familiares que sofreram um abalo emocional tão forte que não conseguiram retornar às suas funções.''