Palmeiras estuda mudança que pode ajudar Leila a tentar presidência em 2021
Eduardo Ohata
O Palmeiras discute uma alteração no estatuto do clube, para ainda este ano, que se aprovada beneficia os planos de Leila Pereira, dona da patrocinadora Crefisa, de disputar a presidência do clube do Parque Antarctica. Uma comissão de reforma de estatuto estuda aumentar, de dois para três anos, o mandato do presidente do Palmeiras, entre outras alterações estatutárias.
Pelo estatuto atual, o presidente Mauricio Galiotte concorre em novembro deste ano à reeleição e, se eleito, fica até novembro de 2020. Leila foi eleita conselheira em fevereiro de 2017 e ganha condições de disputar a presidência do clube a partir de fevereiro de 2021. Ou seja, três meses impedem que Leila saia candidata em 2021 como sucessora de Galiotte, que é seu aliado político. Isso adiaria em pelo menos dois anos seus planos de concorrer à presidência do clube e ainda sob o risco de não ter o apoio do presidente da época.
A proposta de mudança do estatuto permitiria que Leila disputasse como sucessora direta de Galiotte, em 2021, provavelmente com seu apoio. A ideia tem recebido críticas de conselheiros não-alinhados com Leila, que já manifestou publicamente interesse em disputar a presidência após Galiotte completar seu período à frente da presidência.
''Estão chamando a proposta de aumento do mandato do Mauricio [Galiotte] de 'casuísta', feita para beneficiar a Leila'', pondera o presidente do Conselho Deliberativo, Seraphim del Grande. ''Mas essa é uma proposta que surgiu na época em que o Paulo Nobre ainda era o presidente, portanto quando ninguém nem falava ainda da candidatura da Leila ao conselho deliberativo.''
Quem é contrário, diz que tem o amparo da legislação para que uma eventual alteração não entre em vigor em um eventual segundo mandato de Galiotte.
''Tudo tem que ser discutido, além disso, não acho interessante que a mudança aconteça em ano de eleição, é até proibido pelo artigo 16 da Constituição'', opina o ex-vice de futebol Roberto Frizzo, ao citar artigo que veta que mudanças eleitorais tenham efeito no mesmo ano em que foram aprovadas.