Leila promete lobby com empresas para atrair incentivo fiscal ao Palmeiras
Eduardo Ohata
Leila Pereira, conselheira do Palmeiras e dona da patrocinadora Crefisa, prometeu nesta terça-feira (17) durante evento com sócios do clube pelo ''sim'' à reforma do estatuto, dirigir verba adicional ao Palmeiras por meio da Lei de Incentivo Fiscal ao Esporte, além de trabalhar junto a outras empresas para convencê-las a fazer o mesmo pelo clube, caso a alteração estatutária seja aprovada. O evento foi realizado no salão localizado sobre a pizzaria do clube que, pelos cálculos da organização, teve uma assistência total de cerca de 700 sócios.
A patrocinadora explanou aos sócios que, por meio da renúncia fiscal, tem à disposição R$ 20 milhões que poderiam ser utilizados anualmente em projetos esportivos de base. Esse dinheiro é ''carimbado'' e não pode ser utilizado em futebol profissional. Parte desse montante já é dirigido pela Crefisa a outros projetos por meio da Lei Rouanet de incentivo à cultura.
Além da questão da Lei de Incentivo, estava na pauta da reunião na qual também tomaram a palavra o diretor-administrativo, Paulo Buosi, e o presidente do conselho deliberativo, Seraphim del Grande, a explicação de que a votação dos itens da reforma do estatuto será individual. Ou seja, o ''sim'' para o aumento do mandato do presidente não significa automaticamente o ''sim'' para as outras nove alterações.
Da parte de quem trabalha pelo ''não'' à alteração, questiona-se dois pontos sobre a questão do incentivo fiscal. ''A lei limita a utilização a um por cento do que seria recolhido à Receita Federal, então ela não poderia aplicar R$ 60 milhões por meio da Lei de Incentivo'', aponta o conselheiro Savério Orlandi, do grupo do ex-presidente Paulo Nobre. ''E condicionam o uso do incentivo fiscal à adequação do estatuto, mas já estamos adequados à Lei de Incentivo, que proíbe duas reeleições, mas hoje temos só uma reeleição.''
Orlandi se refere ao fato de Leila ter acenado com a possibilidade de investir até R$ 60 milhões por meio da Lei de Incentivo, porém esse cenário depende de uma mudança na legislação em tramitação no Congresso Nacional.
O grupo que trabalha pelo ''sim'' planeja mais duas reuniões até a votação dos sócios pela ratificação da alteração do estatuto, prevista para 4 de agosto.