‘Gabriel Jesus igualará Messi’, prevê olheiro que o indicou ao Palmeiras
Eduardo Ohata
O veterano Jaime Melo, 66, lembra claramente do momento em que viu Gabriel Jesus pela primeira vez.
Foi na escolinha do campo do Anhanguera, onde era diretor de futebol. O empresário Fabio Caran, que Melo conhece desde criança, havia falado que tinha um garoto bom, de 15 anos, e Melo pediu para vê-lo.
“Em quatro minutos, fez dois facões, meteu duas gavetas, vi que era diferenciado. Me levantei, fui no carro, peguei a ficha do Palmeiras, no dia seguinte ele trouxe de volta assinada pela mãe, dona Vera, e o levei para o [então diretor da base] Jair Jussio”, conta Melo, com semblante como se saboreasse o momento novamente. “Não recebi nada até agora. Levei para meu time do coração, sabia que ia chegar onde chegou esse moleque.”
“Ele nem participou de peneira, o Jair o colocou em um amistoso com o São Caetano, e ele fez quatro gols. Aí começou, sub-15, sub-17, artilheiro, até hoje que você vê como ele está”, diz Melo, orgulhoso. “Com 3 meses de Palmeiras, o [auxiliar do Jair Picerni] Candinho disse, ‘esse menino é seleção brasileira’, e ele tinha de 15 para 16 anos.”
O primeiro contrato de Gabriel Jesus aconteceu na gestão do vice de futebol Roberto Frizzo, durante a presidência de Arnaldo Tirone.
“Gostaria de assistir à estreia dele no Manchester City, estou me preparando psicológica e financeiramente”, brinca Melo.
“Na mão do Guardiola, o Gabriel chegará ao nível de Neymar, de Messi. Mas não tô dizendo que será no primeiro ano, não”, prevê o boleiro.
“Hoje tá cheio de ‘pai’ do Gabriel Jesus. Foi a maior transação da história do Palmeiras, isso eu vou levar para o caixão. Ó [mostra o braço com os pelos arrepiados]. Ele era um garoto que morava na periferia, só de pensar onde está, onde vai chegar… É só eu acertar uma questão de saúde que eu arrumo mais uns quatro ou cinco [outros jogadores como Gabriel Jesus] para o Palmeiras.”