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Arquivo : Medalhista olímpico

Aos 14, neto de 1º medalhista olímpico do boxe planeja luta nos EUA em 2016
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Eduardo Ohata

Neto de Servílio de Oliveira, primeiro brasileiro medalhista olímpico no boxe e filho de Ivan de Oliveira, técnico do ex-campeão pela Federação Internacional de Boxe Sertão, Luiz Gabriel, 14, planeja estrear em 2016 no Golden Gloves, mais prestigioso torneio americano de boxe amador. Ou melhor, seu pai, Ivan, subiu o sarrafo para o filho.

Não. A aventura nos EUA não seria produto de uma desilusão com o precário cenário do boxe brasileiro. Trata-se, na verdade, de um planejamento para completar a sala de troféus da família.

“Falta um campeão mundial [na família]”, diz, em tom reflexivo, Pitu. “Se o Bolinha [apelido de Luiz] ganhar o Golden Gloves, isso fará maravilhas para a carreira dele. O Golden Gloves revelou, por exemplo, o ex-campeão mundial dos pesados Muhammad Ali.

Luiz Gabriel, o Bolinha, durante competição

Luiz Gabriel, o Bolinha, durante competição

No fim de semana passado, Bolinha foi campeão do torneio Galo de Ouro, competição voltada à base do boxe, organizado pela Federação Paulista de Boxe. O título, conquistado na categoria até 48 quilos após duas vitórias por nocaute, fechou o ciclo de Bolinha no pugilismo infantil. Servílio acompanhou a luta do neto, posicionado em um córner neutro com uma câmera na  mão para registrar os golpes de Bolinha. Talvez para provar o que sempre fala quando é questionado sobre o neto: “este é um futuro campeão”.

Mas… Levá-lo para fazer campanha nos EUA? Não seria muito precoce?

“No Golden Gloves ele lutaria com garotos de sua idade, na categoria cadete [entre 15 e 16 anos]”, tranquiliza Pitu.”Acompanhei o Mundial de cadetes, os americanos lutam bem, mas acredito que meu menino pode competir com eles pau a pau.”

O desafio mais difícil, prevê, está mesmo fora do ringue. “É uma viagem com custo alto, passagem aérea, estadia…”

Após a eventual disputa do Golden Gloves Bolinha retornaria para o Brasil para seguir competindo em torneios como o Brasileiro, onde pretende baixar de peso para lutar: passaria para os 46 quilos.

Segundo Pitu, como o filho costuma treinar com atletas mais velhos, até 17 anos, ou mais pesados, consegue assimilar melhor os golpes que vêm em sua direção durante uma competição.

“Ele é um bezerro, mas estou treinando igual cavalo”, resume Pitu, cujo filho faz parte do programa Garimpando o Ouro Olímpico tocado por ele e pelo irmão Gabriel, os Oliveira Brothers, voltado majoritariamente a jovens carentes e para o qual, não esconde, são sempre bem-vindas colaborações de empresas ou mesmo pessoas físicas.


Com aluno de projeto social, Lars Grael se torna campeão mundial da Star
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Eduardo Ohata

Em dupla com um iatista formado no projeto social mantido pelo clã Grael, Lars Grael conquistou neste domingo (8) o título mundial da classe Star no Mundial, na Argentina.

Ele formou dupla com Samuel Gonçalves, que começou sua trajetória como aluno do projeto Grael, de cunho social, cujo objetivo inicial era levar a vela para garotos oriundos de comunidades. O projeto também serve de alternativa para quem tem penas pequenas a pagar na Justiça e opta pelo trabalho comunitário.

“Gostaria de dedicar esse Mundial a Deus, à minha esposa, à minha família e ao Lars e [a esposa de Lars] Renata Grael, que acreditou em mim e me convidou para velejar a seu lado”, agradeceu Gonçalves. ” Muitas pessoas fazem parte desse título, como a equipe do Projeto Grael, que me iniciou na vela”, agradeceu Gonçalves.

 

Lars Grael e Samuel Gonçalves, aluno de projeto social, festejam mundial

Lars Grael e Samuel Gonçalves, aluno de projeto social, festejam mundial

Lars lembra, porém, que a aposta em jovens em situação de risco era visto de forma bem diferente há alguns anos.

“No início o pessoal de elite dos clubes de iatismo torcia o nariz e dizia, ‘mas aí essa gente [das favelas] vai começar a frequentar nossos clubes?”, lembra Lars, que como atleta olímpico tem duas medalhas de bronze, sobre o impacto do projeto que começou a funcionar em 98 e foi fruto de conversas de Lars com o irmão Torben. “Hoje, até quem torcia o nariz para a ideia pega nossos alunos para compor as tripulações de suas embarcações.”

“Mas assim como temos alegrias, a gente viveu momentos de muita tristeza também, como quando alunos acabaram enveredando para a criminalidade e foram mortos”, lamenta Lars, que perdeu uma perna em um trágico acidente durante uma competição em 1998.

Lars e Gonçalves conquistaram o Mundial ao terminar a última regata desde domingo na terceira colocação.

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Planilha confirma 1º lugar de Lars e Gonçalves

Agora Lars, que conta com o patrocínio da Light, e Gonçalves se preparam para a final da Star Sailors League, competição que reunirá os velejadores mais bem ranqueados da classe em Nassau, nas Bahamas, no início de dezembro.


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