Em meio à crise, Palmeiras propõe aumentar mandato de presidente
Eduardo Ohata
Conselheiros do Palmeiras, que vive uma crise dentro e fora de campo no Paulista, receberam este mês comunicado assinado pelo presidente do conselho deliberativo, Antonio Augusto Pompeu de Toledo, no qual é listado um pacote de itens propostos para reforma do estatuto, regimento interno, além da criação de um código de ética (confira reprodução ao fim deste texto).
Entre os pontos principais estão a redução do número de diretores estatutários e permissão expressa para contratação de profissionais remunerados para a gestão do clube e o aumento do mandato do presidente do Palmeiras, que passaria de 2 para 3 anos.
O último item provocou reação do possível candidato à presidência Roberto Frizzo. O mandato de Paulo Nobre se encerra este ano. “Concordo com o aumento do mandato, mas esse artigo não pode funcionar de forma retroativa”, diz o ex-vice de futebol do clube, em uma clara referência a uma possível situação na qual Paulo Nobre teria aumentado em um ano seu mandato. “Não está claro se esse novo artigo o afetaria [o mandato de Paulo Nobre] ou não.”
Outro ponto que encontra rejeição da parte de Frizzo, e até do grupo de Mustafá Contursi, aliado de Paulo Nobre, é a criação de um código de ética a ser seguido “por todos que se relacionam com o Palmeiras”. “Se for uma ‘lei da mordaça’ para cercear o direito dos conselheiros interagirem com a imprensa, sou contra. Até porque fere os princípios de transparência tão defendidos atualmente.”
Conselheiros lembram que durante a gestão de Luiz Gonzaga Belluzzo tentou-se implantar um instrumento com fim semelhante à censura, onde conselheiros poderiam ser admoestados e posteriormente até suspensos se “vazassem” informações à imprensa.
Por fim, o documento propõe a redução do número de conselheiros vitalícios, diretores estatutários e de quem poderá ser indicado para referidos cargos e a permissão expressa para a contratação de profissionais remunerados para auxiliar na gestão do clube.
Hoje, os diretores estatutários não recebem salários para desempenhar suas funções.
Apesar de o comunicado informar que serão feitas consultas em reuniões setoriais com grupos de conselheiros, vários deles apontam que 90% da primeira versão geralmente são mantidos nos documentos que são levados à apreciação do conselho deliberativo.