Blog do Ohata

Por que a Libertadores turbinada virou dor de cabeça para a Conmebol

Eduardo Ohata

A versão ''turbinada'' da Libertadores, que estreou este ano, se tornou uma dor de cabeça para a Conmebol por vários motivos.

O formato estendido da competição prejudica especialmente a organização do Mundial de clubes da Fifa, e por tabela a equipe que a representará nos Emirados Árabes e também a seus torcedores.

Entre a segunda partida final da Libertadores, em 29 de novembro, e a estreia do representante sul-americano na competição, em 12 de dezembro, há uma janela de menos de duas semanas, o que gera graves problemas para a comercialização e promoção do Mundial.

Emissoras brasileiras de TV, por exemplo, só saberão se haverá um time brasileiro em 29 de novembro. Até a estreia do time brasileiro no Mundial de clubes, contarão com um prazo bastante exíguo para montar uma proposta de cotas comerciais para levar ao mercado.

Para os times, o prazo de duas semanas representa problema em diversas frentes, a primeira das quais a logística, com a preparação para a viagem, emissão de bilhetes, passaportes, etc. Os torcedores também terão de correr contra o tempo para adquirir seus pacotes se quiserem prestigiar in loco sua equipe.

Além das dificuldades de logística, claro, sobra para os times pouco tempo para realizar um trabalho especificamente voltado ao Mundial (que também deve mudar de formato nos próximos anos).

Cartolas ligados à Conmebol reconheceram a interlocutores a agenda apertada entre uma competição e outra. A entidade, inclusive, pensa na possibilidade de uma final em partida única, o que aliviaria (um pouco) o problema.

Esta edição estendida da Libertadores é vista como um laboratório, segundo o blog apurou junto a dirigente ligado à Conmebol. Até por isso, a tendência é de que o leilão de seus direitos de TV não aconteça antes do término da competição.

Porém o calendário da versão estendida da Libertadores não dá margem a muitas alterações. Para acomodar todas as datas da competição continental, a edição deste ano já forçou ajuste, mesmo que pequeno, no calendário do Paulista, por exemplo, que alterou a data de uma rodada.

Por outro lado, dentro da Conmebol, a percepção é de que a Libertadores ficou muito mais valorizada por causa do formato novo.

Outra questão no radar da Conmebol é a participação dos times mexicanos, que interessa na América Latina à Fox Sports.

Os clubes boicotaram a edição deste ano já que a Libertadores encavalou com outro torneio, interessante do ponto de vista financeiro, que disputam.

Dentro da entidade busca-se uma fórmula para contentar os times.