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TVs pressionam CBF e querem pressa em leilão de direitos de TV da seleção

Eduardo Ohata

A equipe nacional disputa em 10 e 14 de novembro amistosos com o Japão, na França, e a Inglaterra, em Londres, que ainda não têm ''dono'' na TV brasileira. O leilão de um pacote com 37 jogos da seleção (9 eliminatórias e 28 amistosos), entre novembro deste ano e a Copa de 2022, organizado no mês passado pela agência Synergy, com os direitos para todas as plataformas de TV e internet, chamado de pacote ''A'', não teve vencedor. Não houve proposta que contemplasse o piso estabelecido pela CBF para os lances (US$ 129,5 milhões ou R$ 405 milhões).

Por enquanto não foram enviados convites da CBF para emissoras de TV para uma eventual segundo rodada de lances pelos direitos dos jogos da seleção. Se a confederação não o fizer o convite dentro dos próximos dias, é muito provável que os jogos de 10 e 14 de novembro fiquem de fora do ''pacote'', e a CBF poderá levar as duas partidas ao mercado, como fez quando a TV Cultura e a Rede Brasil exibiram dois amistosos da seleção em maio.

O pacote oferecido pela CBF perderia essas duas partidas e ficaria com 35 jogos. No pacote ''A'', que ficou encalhado, o valor individual mínimo de cada partida estabelecido pela CBF era de US$ 3,5 milhões.

Há ainda o raciocínio de emissoras de TV de que já é tarde para a CBF oferecer de novo o pacote com as 37 partidas. Não haveria tempo hábil para as TVs formatarem suas propostas, encaminhá-las à CBF, que anunciaria o vencedor, que por sua vez teria que levar ao mercado as cotas de patrocínio para os amistosos de novembro. Mas, de toda a forma, a CBF teria que se apressar em oferecer os 35 jogos que restariam para que o pacote não fique cada vez mais empobrecido.

As partidas da seleção oferecidas pela CBF concorrem com outros pacotes que despertam o interesse das emissoras de TV brasileiras, como o da Libertadores, Sulamericana e Recopa, o da Champions e o do Mundial de Clubes, entre outros.

Na primeira rodada do leilão dos direitos dos jogos da seleção, o Grupo Globo assegurou o pacote ''B'', que continha os direitos não-exclusivos para a internet dos jogos da seleção. O piso fixado pela Synergy para o pacote ''B'' era de US$ 18,5 milhões (R$ 58 milhões).

A partida da seleção desta terça (10), contra o Chile, em São Paulo, faz parte do contrato que ainda está em vigor entre Globo e CBF.