Blog do Ohata

Rio-16 veta atleta-repórter, palavrões e marketing pirata em mídias sociais

Eduardo Ohata

Sob o risco de perder suas credenciais ou até ser alvo de ação  na Justiça, desportistas que participarão dos Jogos do Rio-2016 terão de ser extremamente cuidadosos ao compartilhar suas experiências olímpicas por meio das mídias sociais.

As orientações, contidas em um ''manual'' produzido pelo COI (Comitê Olímpico Internacional), ao qual este blog teve acesso, vão do ''formato'' por meio do qual o atleta descreverá suas experiências, à sua conduta na Vila Olímpica, passando pelo veto da divulgação de vídeos e áudios de instalações olímpicas e ao chamado ''marketing de emboscada'' por meio de suas mídias sociais.

Para impedir que competidores ou cartolas façam ''reportagens'', eles são orientados a contar sobre suas experiências na Vila Olímpica, arenas de competição ou locais de treinamento ''em primeira pessoa, em formato de diário''. Eles são alertados de que só pessoas credenciadas como mídia poderão atuar como jornalistas, repórteres ou outra forma de imprensa durante a Olimpíada.

Além disso, atletas e cartolas estão proibidos de fazer qualquer forma de ''propagandas política, religiosa ou racial'' ou de fazer uso de palavras de ''palavras ou imagens vulgares ou obscenas'', ou a postar algo que expresse ofensa, ódio ou discriminação ou que seja difamatório.

Na Olimpíada de Londres, há quatro anos, ganhou repercussão o episódio no qual a judoca brasileira Rafaela Silva, após ser eliminada, acessou sua conta no Twitter e, de cabeça quente, ao receber críticas e ofensas em tons racistas de internautas, respondeu com palavrões.

Já na Vila Olímpica, em respeito à privacidade dos demais atletas, haverá áreas demarcadas com placas de ''proibido fotografar''.

Marketing de emboscada

Embora seja permitidas fotos e gravação de vídeos e áudios na Vila Olímpica, Parque Olímpico, ou outras instalações olímpicas, o COI proíbe a comercialização desse material das fotos e a divulgação por meio de postagem ou streaming dos vídeos ou áudios, sem expressa autorização do COI.

Também está proibidos o uso do emblema olímpico e mascotes olímpicos nas mídias sociais, a associação da Olimpíada, Jogos ou movimento olímpico a ''terceiros ou produtos de terceiros'', a não ser com aprovação prévia por escrito do respectivo comitê olímpico nacional ou do Comitê Rio-2016.

Punições

Quem violar as orientações do COI estará sujeito à exigência de remoção de conteúdo, descredenciamento e pode até ser alvo de uma ação na Justiça. Além disso, o COI se reserva o direito de fazer emendas às orientações, ''como considerar apropriado''.