Por que a CBF trocou a Globo pela TV Brasil nos amistosos na Austrália
Eduardo Ohata
A Globo, que vinha transmitindo as partidas da seleção brasileira com exclusividade, não exibirá os amistosos da equipe nacional na Austrália.
A emissora chegou a abrir negociação com a CBF para a aquisição dos direitos das partidas da seleção com a Argentina, no dia 9, e com a Austrália, no dia 13, em Melbourne.
Além de fechar a transmissão com a TV Brasil e negociar com a Band, a CBF estuda fechar também com uma empresa de telefonia, no caso a Vivo, a transmissão dos jogos por celular. Dentro da confederação, são levadas fortemente em conta as possibilidades abertas com as novas tecnologias como as mídias sociais.
A Globo discorda que ''esta seja a melhor solução para todas as partes'' (veja a nota oficial ao fim do post).
A narração, de Nivaldo Prieto, da Fox Sports, e comentários, que ficarão a cargo de Pelé, serão feitos ''off tube'' (do estúdio da CBF TV) no Rio.
A CBF considerou vender em processo de bid (leilão) os amistosos no longo prazo (deste ano e dos seguintes), mas decidiu comercializar esses antes, de forma pontual.
Apesar de a Globo não ter fechado com a CBF, a emissora deve seguir negociando com a confederação os outros jogos da seleção.
A semente da transmissão própria pela CBF foi plantada no jogo da amizade, entre Brasil e Colômbia, quando a CBF mesma produziu a partida e cedeu o sinal a todas as emissoras. O episódio foi marcado por um desacordo nos bastidores entre CBF e Globo, que argumentou que o amistoso fazia parte de um contrato que já havia vencido. Foi o momento em que a confederação percebeu que também podia contar com o know-how no mercado para realizar transmissões desse porte.
A seguir, a nota oficial da Globo, sobre o assunto:
''O futebol sempre foi um conteúdo importante para o brasileiro e, por isso, é estratégico para a Globo e o SporTV.
Acreditamos que com compromissos de longo prazo conseguimos oferecer a melhor e mais completa experiência para o torcedor brasileiro, para as equipes, para os anunciantes e suas marcas. Foi pensando assim que adquirimos os direitos da Copa do Mundo até 2022 e que temos vários eventos e parcerias de longo prazo.
A CBF tinha planos de negociar os direitos dos Amistosos e das Eliminatórias da Copa 2022 na forma de bid (leilão fechado). Recentemente decidiu vender os dois jogos amistosos de junho de forma avulsa e, embora não acreditemos que esta seja a melhor solução para todas as partes, tentamos negociar mas não chegamos a um acordo.
O Grupo Globo defende um mercado de concorrência e acredita que tem a melhor solução de visibilidade e envolvimento para os eventos da nossa seleção, tanto pela audiência quanto pela qualidade de transmissão e modelo econômico, mas respeitamos se a CBF pensa diferente.
Nós mantemos o nosso compromisso como futebol e o nosso interesse em continuar trabalhando com a CBF na construção de acordos que sejam bons para todos -para a própria CBF, para o Grupo Globo, para anunciantes e suas marcas, mas sobretudo para o público torcedor apaixonado pelo futebol e pela seleção brasileira.''