Processo de ex-funcionário do Santos colaborou para Geuvânio optar pelo Fla
Eduardo Ohata
A opção de Geuvânio pelo Flamengo em seu retorno da China se deu principalmente por motivos financeiros, porém colaborou para sua decisão uma rusga jurídica que envolve um ex-funcionário do Santos, seu ex-clube.
O atleta não esconde sua gratidão ao Santos, onde foi profissionalizado e conquistou o bicampeonato paulista. Chegou a estar na lista de dispensas no fim de 2011, incluído por Muricy Ramalho e pelo gerente Nei Pandolfo, mas o então presidente Luiz Álvaro de Oliveira Ribeiro, interveio e o manteve na Vila Belmiro, fato do qual se orgulhava.
Em sua saída da China, o Santos sinalizou ao atleta e a seu procurador, Claudio Guadagno, que igualaria os vencimentos mensais que o meia-atacante receberá no Flamengo, cerca de R$ 600 mil. Mas avisou que não pagaria luvas, um investimento de R$ 1,5 milhão.
Além disso, existe no contrato de negociação dos direitos de Geuvânio entre Santos e Tiankin Quanjian, cláusula de exclusividade de retorno ao Brasil no Santos, no valor de 500 mil euros no caso de descumprimento. O Santos entende que o valor é devido pelo clube chinês e, apenas em caso do não-pagamento pelo Tiankin Quanjian o clube da Vila Belmiro acionaria a Fifa.
Colaborou ainda na escolha do jogador pela Gávea um processo que corre na Justiça de Santos envolvendo o jogador e o advogado Julio Mineiro, que alega ter um contrato de representação esportiva com Geuvânio.
Segundo a ação, à qual o blog teve acesso, o contrato dava poderes de negociação ao advogado, que teria direito a 20% do que o atleta recebesse na negociação de seus direitos econômicos.
Porém, à época da assinatura, em 1º de setembro de 2012, o advogado era funcionário do Santos, lotado no departamento jurídico do clube, responsável por contratos. Ele ocupou a função até outubro de 2015, quando foi dispensado na gestão de Modesto Roma.
Luiz Alvaro era o presidente e o responsável pelo jurídico, o advogado João Vicente Gazzolla, conselheiro do clube e presidente do movimento de oposição Santos 100 Fronteiras.
Segundo interlocutores de pessoas muito próximas ao jogador, o jogador ficou chateado com a querela judicial envolvendo justamente um ex-funcionário do clube, o que foi mencionado durante as tratativas com o Santos, o blog apurou.
O jogador não é citado oficialmente no processo, situação que seria facilitada por sua presença na cidade de Santos.
Procurado pelo blog, o estafe jurídico de Geuvânio afirmou desconhecer o caso, já que o jogador ainda não foi citado pela Justiça.
Gazzolla afirmou que não tinha conhecimento de o então subalterno havia assinado um contrato com Geuvânio.
O blog entrou em contato com Julio Mineiro, que combinou falar sobre a situação por e-mail, o que aconteceu somente após 48 horas do pedido, motivo pelo qual sua posição não havia sido incluída anteriormente. Seu advogado encaminhou a seguinte nota:
''O advogado Julio trabalhou no Santos FC com a função de ''assistente administrativo'', entre os anos de 2008 e 2015.
O advogado Julio jamais praticou qualquer ato conflitante entre o exercício da advocacia e sua função administrativa no Santos F.C.. A relação de amizade e profissional que existia entre o advogado Julio e o jogador Geuvânio era praticada fora do clube e em horário diverso do expediente e jamais foi, por entender desnecessário, dada ciência qualquer superior ou diretor de seu empregador.
No ano de 2012, o advogado Julio foi procurado pelo jogador Geuvânio e a empresa IGG Marketing Desportivo, de propriedade do Sr. Ismailton Santos, para a prestação de serviços jurídicos.
Diante disso, após o trio entrar em acordo, firmaram um contrato particular, no qual a empresa IGG e o Advogado Julio fariam a prestação de serviço ao jogador. A empresa faria a parte de representação futebolística e o advogado ficaria encarregado pela área jurídica.
O jogador Geuvânio contratou Julio como seu ADVOGADO, através de contrato particular firmado entre as partes!
O referido contrato, por parte do advogado, tratava-se de prestação jurídica ao jogador, ou seja, o advogado Julio estaria a disposição do jogador em quaisquer assuntos relacionados a área jurídica, por isso, receberia uma remuneração.
O contrato firmado entre o advogado Julio e o jogador Geuvânio é legal e sempre esteve em conformidade com as Leis Brasileiras.
O contrato foi firmado entre pessoas maiores e capazes que envolvia cláusula de sigilo, por isso, era restrito e de conhecimento apenas das partes contratuais.
Ocorre que o jogador Geuvânio descumpriu, a parte financeira, do contrato firmado desde o prazo inicial. O advogado por ter grande e valia amizade com o jogador sempre cobrou pela contraprestação do serviço verbalmente. Porém no ano de 2016, após diversas cobranças verbais e uma notificação enviada ao jogador, o advogado Julio, buscou esgotar a esfera administrativa para depois ingressar uma ação judicial contra o jogador para pleitear seu direito de recebimento dos honorários atrasados e a multa contratual.
A única saída para garantir o direito do advogado Julio foi pela esfera judicial, que trata-se de uma garantia constitucional de qualquer cidadão.
Recentemente, o advogado foi procurado pelos representantes do jogador para uma tentativa de acordo e extinção da demanda judicial.
O advogado Julio nunca colaborou com quaisquer atos ilícitos ou que desabone sua conduta profissional.
A acusação de que o jogador, ao retornar para o Brasil, teria deixado de retornar ao Santos por causa de um processo judicial é mentirosa e trata-se de uma forma de buscar alternativas para camuflar a fragilidade contratual que possibilitou o atleta buscar outro clube.
Diante de todo exposto, o advogado Julio, visando esclarecer os fatos e buscar a verdade real, torna pública a presente declaração.''
Logo no primeiro parágrafo do post, o texto desde sua primeira publicação diz que o motivo principal para a opção de Geuvânio pelo Flamengo ter sido o financeiro.