São Paulo endurece jogo com Globo e exige mínimo de R$ 20 milhões em luvas
Eduardo Ohata
O São Paulo endureceu nas negociações com a Globo e fixou um valor mínimo de R$ 20 milhões em luvas para ceder os direitos de TV aberta e pay-per-view do Brasileiro entre 2019 e 2024. O São Paulo já havia cedido os direitos de TV por assinatura com o Grupo Globo. Durante as recentes rodadas de negociações com o clube do Morumbi, a emissora chegou a mencionar luvas de R$ 10 milhões.
Porém o clube do Morumbi, cujo conselho administrativo aprovou negociações com a Globo, não admite receber menos do que os R$ 20 milhões que era o valor original de luvas oferecido pelo grupo. Se as partes chegarem a um acordo e baterem o martelo sobre um valor até o final do mês, a proposta será levada para apreciação do conselho deliberativo do clube, o que se transformou em motivo de preocupação para a Globo.
Foi o órgão que em 2016, em meio a um clima eleitoral no clube, rejeitou a proposta de R$ 20 milhões de luvas da emissora, condicionada pela direção do clube à aprovação a uma oferta de antecipação junto ao canal de R$ 40 milhões com juros. Colaboraram ainda para a rejeição o discurso de que Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, usaria o dinheiro para cacifar sua campanha, e o fato de a apresentação da proposta ter sido realizada por Ataíde Gil Guerreiro, suspenso como conselheiro, mas mantido como diretor.
Com a proposta rejeitada pelo conselho deliberativo, a oferta foi retirada da mesa de negociações pela Globo.
No clube do Morumbi prevalece o sentimento de que, como o São Paulo fechou os direitos de TV por assinatura com o Grupo Globo, em um momento no qual a disputa pelos direitos do Brasileiro na TV fechada do Grupo Globo com o canal Esporte Interativo estava acirrada, a emissora agora teria o compromisso moral de retribuir, dispensando tratamento especial à negociação com o São Paulo.