O curioso pedido de Anderson Silva após conquistar o cinturão do UFC
Eduardo Ohata
O comentarista do canal Combate e veterano repórter de MMA, Marcelo Alonso, conta em seu recém-lançado livro, “Por Trás do Octógono”, histórias dos bastidores, abordando um quem é quem do esporte desde quando ainda era conhecido como vale-tudo.
Não poderia faltar, claro, um causo sobre Anderson Silva, cuja carreira Marcelo acompanhou desde o seu humilde início.
O comentarista conta que Anderson ficou tão impressionado com o filme “Tropa de Elite”, que estreara pouco antes de conquistar o cinturão dos médios do UFC, que inspirado no personagem Capitão Nascimento, o lutador passou a chamar os filhos por números (correspondentes às suas idades).
Logo após bater Rich Franklin pelo título, repetiu na entrevista dentro do octógono a célebre frase do protagonista de “Tropa”: “Nunca serão, jamais serão”. Os americanos ficaram sem entender nada, mas no quartel do BOPE, a frase foi mais comemorada do que a própria vitória.
Foi aí que Marcelo perguntou a Anderson se gostaria de conhecer o quartel do BOPE, onde tinha amigos.
“Visitar o QG do BOPE? Lógico”, disparou o “Spider”.
O lutador, extasiado, parecia uma criança ao visitar um parque de diversões.
De tão animado, Anderson aceitou o convite do major, que enfileirou aspirantes que participavam do famoso curso “faca na caveira”, imortalizado no filme. De guarda baixa, limitou-se a se defender de socos e pontapés dos recrutas, sem revidar.
Ao final da visita, a cereja do bolo foi quando permitiram que Anderson vestisse o uniforme do Bope e segurasse um fuzil.
Marcelo, claro, já sabia qual seria a capa da próxima edição da revista “Tatame”, para a qual trabalhava.
No dia seguinte, porém, o repórter recebeu uma ligação de Anderson, pedindo que não colocasse a tal foto na capa. A preocupação do lutador era se tornar alvo de traficantes, por estar vestido com o uniforme de seus maiores inimigos e ter se mudado à época para o Rio.
Ao pesar os números da violência do Rio, Marcelo não teve como negar o pedido do lutador.
Além do “causo” do “Spider” e o BOPE, o livro traz dezenas de outras divertidas histórias de bastidores com centenas de personagens, contadas do ponto de vista de um pioneiro repórter que começou a carreira na época em que o MMA não tinha o glamour de hoje em dia, com muitas de suas coberturas feitas à base de bate-e-volta de ônibus entre Rio para São Paulo, entre muitas outras aventuras.
O lançamento do livro, em São Paulo, acontece nesta sexta-feira, a partir das 19h, na Saraiva Megastore do Shopping Ibirapuera, onde o autor autografará os livros.