Jogadores suspendem protesto no Brasileiro à espera de reunião com ministro
Eduardo Ohata
Jogadores de futebol e a Fenapaf (Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol), que organizaram na rodada de abertura das Séries A e B do Brasileiro-2017 protesto contra a precarização da profissão, não repetirão o ato na segunda rodada das duas competições.
Jogadores de diversos times das séries A e B entraram em campo no fim de semana passada com faixas negras nas mangas das camisas como sinal de protesto às possíveis alterações na Lei Pelé, conforme o blog antecipou.
“Não vai haver protesto na segunda rodada”, disse o presidente da Fenapaf, Felipe Augusto Leite. “O que aconteceu é que encaminhamos à Presidência da República na semana passada um pedido de audiência, e responderam que seremos recebidos no Ministério do Esporte. Fomos informados por uma pessoa do ministério que esse encontro deve acontecer em poucos dias.”
O protesto dos jogadores tem como alvos dois projetos de lei, a Lei Geral do Futebol e a Lei Geral do Desporto que transitam na Câmara dos Deputados e no Senado.
Entre as mudanças propostas em relação à Lei Pelé estão o fim do direito de arena e a contratação de jogadores como prestador de serviço, sem direito a férias, 13º salário e FGTS, entre outras medidas de precarização da profissão de jogador de futebol. Os projetos começaram a ser produzidos durante o governo de Dilma Rousseff, e tiveram continuidade durante o governo de Michel Temer.
Segundo Leite, ele planeja ir a Brasília acompanhado de capitães de alguns times representativos do futebol, o que dificulta o planejamento, já que a data teria de coincidir com uma folga na agenda dos atletas.
Se por um lado os atletas decretaram uma pausa nos protestos, existe a possibilidade de manifestações mais contundentes no futuro.
“Se o quadro não mudar, os protestos não ficarão só nas faixas negras. Será bem mais contundente”, argumenta o dirigente, que conta com o apoio de líderes do extinto movimento de jogadores Bom Senso FC.
Antes de apoiar o protesto, essas lideranças se certificaram que Rinaldo Martorelli, presidente do Sindicato dos Atletas Profissionais de São Paulo, não participaria da organização dos protestos, segundo o blog apurou com um líder do extinto movimento.
Foram tranquilizados por Leite, que informou que o dirigente foi afastado definitivamente da Fenapaf e o sindicato, suspenso da Fenapaf, por não seguir as orientações da entidade. Martorelli reconheceu que não pertence mais à Fenapaf e que não participou da organização do protesto e reclama que sua retirada teve causas políticas.