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Arquivo : Dorival Junior

‘Curinga da Vila’, técnico Elano decreta fim das improvisações no Santos
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Eduardo Ohata

Quando em atividade como jogador, Elano, que dirige o Santos hoje frente ao Botafogo como técnico interino, ficou conhecido como o “Curinga da Vila”, apelido com o qual é lembrado por muitos até hoje.

Por isso mesmo, não deixou de ser percebida com certa ironia sua promessa do fim de jogadores em posições que não são as de origem, como fazia Dorival Junior, que improvisou o meia Jean Motta e o atacante Copete na lateral-esquerda. “Não gosto de deixar ninguém fora de posição. Isso permite cobrar o atleta na posição que ele gosta de jogar, e eu cobro mesmo”, argumentou Elano.

Foi após vencer o Campeonato Brasileiro de 2002, jogando na meia, que Elano ganhou o apelido de “Curinga da Vila”, pela versatilidade para jogar em outras posições.

Na verdade, o apelido foi herdado de Lima, do Santos bicampeão mundial e que só não jogou no gol porque o arqueiro improvisado do time, quando necessário, era ninguém menos do que Pelé.

Sob o comando de Emerson Leão, mas também com Vanderlei Luxemburgo, Elano atuou como volante, atacante e lateral-direito. Só em 2003, ele atuou nessas posições ao longo da temporada, o que se repetiu até 2005, quando partiu para o Shakhtar Donetsk.

Como o Santos já acertou com Levir Culpi, a partida de hoje deve ser a primeira e, por ora, única partida de Elano no comando do Santos.

O fato é que o clube é tido como um dos maiores formadores de atletas e, o que é dado pouca atenção, treinadores. Dentre os 11 técnicos com títulos de expressão no clube, seis foram atletas do próprio Peixe ou iniciaram a carreira na Vila Belmiro: Bilu (Paulista-35), Lula (bimundial 62-63), Antoninho (Recopa Mundial de 68), Pepe (Paulista-73), Formiga (Paulista-78) e Marcelo Fernandes (Paulista-15). O clube também deu oportunidade e lançou Claudinei Oliveira (Avaí), Marcio Fernandes (XV de Piracicaba), Marcelo Martelotte (dirigiu Santa Cruz, Sport e Paraná) e Narciso (dirigiu Penapolense e XV de Piracicaba).

Se o time corresponder contra o Botafogo isso provará eventuais erros de Dorival ou a competência e visão de Elano? O tempo dirá.

Mas apostar em ídolos no banco pode, sim, dar certo.

Afinal, qual time Zidane dirigiu antes de se consagrar bicampeão da Europa com o Real Madrid?


Dívida milionária com ex-atletas e técnicos ‘limpa’ luvas de TV do Coritiba
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Eduardo Ohata

Um passivo no valor de R$ 220 milhões, no qual está incluído o pagamento de multas contratuais a ex-treinadores e jogadores que há muito deixaram o Couto Pereira, herança que a atual gestão recebeu dos antecessores, consome o que o Coritiba recebeu de “luvas” do Esporte Interativo pelos direitos na TV fechada do Brasileiro de 2019 a 2024.

A verba da TV, tanto da Globo como do Esporte Interativo, é vista por muitos clubes como a “salvação da lavoura”. No caso do Coritiba, foi utilizada no pagamento das pendências com os treinadores Marcelo Oliveira, Celso Roth e Dorival Junior, e com os jogadores Zé Love, Bottinelli e Martinuccio. A dívida com Alex foi parcelada e a situação de Deivid corre na Justiça.

“O dinheiro das luvas foi usada pelo comitê gestor para pagar as dívidas, já que toda a receita que entrava era automaticamente penhorada”, explica Rogério Portugal Bacellar, que assumiu o Coritiba em 2015. ”

O total da dívida do clube quando Bacellar assumiu em era de R$ 220 milhões. Metade da dívida, com a União, foi parcelada por meio do Profut (também conhecido como a MP do Futebol). “Queria que fosse de forma diferente, mas tivemos que arrumar a casa, então boa parte dos outros R$ 110 milhões foi reduzida graças ao [dinheiro do] Esporte Interativo somado a outras receitas.”

A situação da dívida fez com que o clube contratasse uma auditoria independente, a Ernst & Young, para levantar a situação financeira do clube.

Nessa linha, foram criadas ações como a criação de um número 0800 para denúncias que evitem corrupção ou desvios de conduta de funcionários, a implantação de um sistema único para as diferentes áreas do clube, como por exemplo o jurídico e o financeiro.

Também foram iniciadas ações de marketing, com ênfase na questão do sócio-torcedor, com uma parceria recém-firmada com a Ambev, e com a Adidas, que substituiu a Nike, com venda da camisa do clube em lojas em outros estados e a entrega em mãos dentro do estádio para os torcedores que pedirem, por telefone ou internet, peças do uniforme na loja localizada dentro do Couto Pereira.


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