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Melhor luta de boxe do ano só sai do papel graças à… Liga de softbol??!
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Eduardo Ohata

A negociação até que fosse confirmado o duelo desta noite entre Vazyl Lomachenko, “lutador do ano de 2017” e um dos três melhores boxeadores da atualidade, que desafia o venezuelano Jorge Linares, campeão dos leves pela AMB e pela “The Ring”, sobreviveu a guerra entre TVs e empresários. E, no fim, quem levou o “obrigado” foi a liga norte-americana de softbol?

Com o cancelamento da revanche entre Gennady Golovkin e “Canelo” Alvarez e a unificação dos pesados entre Anthony Joshua e Deontay Wilder longe de virar realidade, a luta entre o ucraniano e o venezuelano é, ao menos no papel, o melhor até agora no calendário do boxe internacional, e por pouco quase não aconteceu.

Linares é contratado da Golden Boy Promotions, do ex-campeão Oscar de la Hoya. Lomachenko tem como promotor Bob Arum, da Top Rank, com quem De la Hoya tinha chegado a cortar relações (a situação melhorou de lá para cá).

Fora isso, a Top Rank havia reservado a data de 12 de maio no canal ESPN e o Madison Square Garden para a defesa de título de Lomachenko, sem um desafiante definido, e Linares estava louco para ser o adversário do ucraniano.

O problema é que a HBO, canal com quem De la Hoya tem contrato e exibe seus principais cards, tinha programado outra luta (Sadam Ali x Jaime Munguia) para o mesmo dia e horário. É claro que o “Golden Boy” não queria se queimar com a HBO. Mas dada a insistência de Linares, que conquistou títulos em três categorias de peso e é considerado pela prestigiosa publicação especializada “The Ring” como o verdadeiro campeão dos leves, De la Hoya resolveu se mexer e fazer algo a respeito.

Como a Golden Boy Promotions também manda alguns cards na ESPN, Eric Gomez, presidente da GBP, perguntou à ESPN se não seria possível antecipar em uma hora o início do eventual card encabeçado por Lomachenko x Linares para não conflitar com o card da concorrente HBO. A ESPN concordou, algo até certo ponto surpreendente em se tratando de negociações envolvendo emissoras de TV rivais. Só havia um último obstáculo: A liga de softbol teria de mexer em sua tabela para antecipar em uma hora uma partida, cuja transmissão estava prevista para o mesmo horário que o combate entraria no ar. A liga concordou, salvando a luta.

“A luta não teria sido possível sem a ESPN [e sua boa vontade], e se estamos agradecendo, temos que agradecer à liga de softbol, porque eles mudaram o horário [da partida]”, festejou Arum.

E, foi assim que o melhor peso-leve da atualidade, Linares, ganhou a oportunidade de defender o título dos leves contra Lomachenko, uma das estrelas do ringue na atualidade, e que no amadorismo construiu um cartel de 396 vitórias e 1 derrota, antes de passar ao profissionalismo e ganhar seu primeiro cinturão mundial na terceira luta.

O canal SporTV 2 tem previsão de exibir os dois cards a partir das 19h55.

 


Principal canal do boxe nos EUA exibe luta feminina pela 1ª vez em 45 anos
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Eduardo Ohata

Quando Cecilia Braekhus subir ao ringue neste sábado (5) para defender seus títulos meio-médios contra a desafiante Kali Reis, quebrará um tabu de 45 anos. Será a primeira vez que a HBO, canal mais associado às transmissões de boxe nos Estados Unidos, exibirá uma luta feminina ao vivo desde que começou a exibir pugilismo.

O duelo será a principal preliminar da defesa dos títulos dos médios daquele que é considerado o melhor boxeador da atualidade, o peso médio Gennady Golovkin, contra o desafiante Vanes Martirosyan, em Los Angeles.

Cecilia, 36, é considerada a melhor boxeadora do planeta , está invicta em 32 lutas (9 nocautes) e tem 22 vitórias em combates válidos por títulos mundiais. Ela tem os cinturões do Conselho Mundial de Boxe, Associação Mundial de Boxe, Federação Internacional de Boxe, Organização Mundial de Boxe e Organização Internacional de Boxe.

Mas não foi só seu cartel que ajudou a derrubar o tabu de décadas, mas um pouco de sorte, estar na hora certa no local certo, e certos aspectos comerciais.

“Esta é uma grande oportunidade não apenas para Cecilia, mas para o boxe feminino. Originalmente, o [supermosca Roman Gonzalez] “Chocolatito” faria a principal preliminar, mas infelizmente a situação política na Nicarágua o impediu de obter o visto a tempo, o que abriu a porta para Cecilia”, explicou Tom Loeffler, diretor da empresa que promove a programação, durante teleconferência. “Sua luta [de Cecilia] seria transmitida via pay-per-view, ela lota ginásios com capacidade para 10 mil pessoas [na Noruega] e atrai bons índices de audiência, o que é parte do mercado internacional de pay-per-view. Ela é a única boxeadora que tem mais cinturões do que Triplo G [Golovkin], tem personalidade para ser estrela e enfrenta uma rival dura, Kali, ex-campeã dos médios.”

Cecilia agradeceu à HBO pela oportunidade histórica por meio de sua conta no Twitter. “Estou muito orgulhosa por ser parte da primeira transmissão [de uma luta feminina] na HBO, nunca desista de seus sonhos”, comemorou, ao mesmo tempo em que deu uma alfinetada. “Tudo o que posso dizer é, ‘já era tempo’.”

 

 


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