Palmeiras quase perdeu parceiro milionário por achar que ligação era trote
Eduardo Ohata
O Palmeiras quase ficou sem o patrocínio da Crefisa, que anualmente injeta cerca de R$ 78 milhões no clube, quando o dono da financeira ligou para o Palmeiras, em plena manhã de um sábado, e o funcionário que o atendeu achou que se tratava de um trote.
O episódio é desconhecido do grande público, mas ainda hoje diverte cartolas nos corredores do Parque Antárctica, inclusive dois cardeais palmeirenses que a relataram ao blog, que não cansam de repeti-la.
Segundo os relatos, José Roberto Lamacchia, proprietário da Crefisa, descansava em um hotel com a mulher, Leila. Havia concluído, com sucesso, um tratamento para combater um linfoma (tipo de câncer), mas ainda estava triste, o que não passou despercebido por sua mulher, Leila.
Era por causa do Palmeiras, seu clube de coração, que à época (fim de 2014) corria risco de ser rebaixado à Série B.
Foi sua mulher que surgiu com a ideia: “Por quê não faz algo pelo Palmeiras para comemorar a recuperação?”
Pego de surpresa, José Roberto parou para pensar, passou a mão no rosto e disse, “É, por que não?”
Pediu para a mulher procurar um contato do Palmeiras na internet, pegou seu telefone e ligou para o PABX do clube. Explicou quem era e informou que gostaria de patrocinar o clube. O funcionário deu uma risadinha, não acreditou em José Roberto, que se esforçava para convencer o interlocutor. Mas foi em vão, o funcionário acabou batendo o telefone na sua cara.
Chateado com a grosseria, José Roberto quase desistiu do patrocínio. Foi, de novo, sua mulher que deu nova ideia.
E se eles fossem pessoalmente ao Palmeiras?
Foi o que fizeram. No ímpeto, José Roberto nem se preocupou em ir para casa buscar uma roupa social. De bermuda mesmo entrou prontamente no carro, e a dupla foi à sua Turiassu, hoje rebatizada de Palestra Itália, na sede do Palmeiras.
De novo, foram recebidos com desconfiança, desta vez pelos seguranças do clube. Claro, é comum os clubes irem atrás de patrocinadores, e não o contrário.
Mas, desta vez, José Roberto os convenceu a deixar que conversasse com alguém do departamento de marketing.
Por sorte, havia um funcionário de plantão. Ele se apresentou e marcaram uma reunião.
O resto, é história. O milionário patrocínio foi anunciado em janeiro de 2015.
Mas quase o Palmeiras ficou sem seu patrocinador por um funcionário achar que era uma brincadeira.
Após a publicação do post, o ex-gerente de marketing do Palmeiras Francisco Gallucci Neto, questionou pontos do episódio, confirmou que foi a Crefisa que procurou o Palmeiras, mas negou o episódio de que bateram o telefone na cara de Lamacchia. Ele acrescentou que o clube fez uma apresentação da proposta oficial de patrocínio após ser procurado por telefone por Lamacchia.
Um dos protagonistas do episódio, em contato com o blog, indignou-se com o questionamento, manteve a versão original ao argumentar que ninguém do Palmeiras estava com o casal no hotel no dia do episódio para desmenti-lo, e afirmou não ser possível o clube ter o conhecimento do conteúdo de todas as ligações realizadas ao PABX de sua sede, que teria acontecido antes dos fatos relatados pelo ex-gerente.