Abaixo-assinado no Santos pede expulsão de pré-candidato Odir Cunha
Eduardo Ohata
O jornalista Odir Cunha virou alvo de um abaixo-assinado que circula entre conselheiros do Santos e que pede sua expulsão ou suspensão do conselho deliberativo do Santos. Cunha, pré-candidato à eleição no clube, no final do ano, vê motivação política.
As acusações a ser apresentadas à Comissão de Inquérito e Sindicância do conselho são o de Odir ter “propalado informações que obteve através de sua condição de conselheiro de forma deturpada e inverídica”.
Os principais trechos creditados pelo documento a Cunha são:
“…as práticas da gestão de Modesto Roma continuam obscuras, enganadoras, suspeitas…”, “… anuncia-se um superavit, mas não há superavit nenhum…”. Também é citado o fato de o jornalista ter acusado membros do conselho de votarem “politicamente”, sem ler relatórios, além de apontar “suspeitas de fraudes” nas contas e chamar o ex-presidente Marcelo Teixeira de “dono do Santos”.
O documento pede sua “eliminação do quadro associativo” ou “pena de suspensão” por “conduzir assuntos pertinentes ao clube fora do plenário e colocar em xeque a probidade, integridade, honradez e honestidade de seus pares”.
O jornalista, por sua vez, ao ser informado pelo blog da lista, não demonstrou surpresa e disse ver motivações políticas.
“Eu sou pré-candidato à eleição à presidência do Santos em dezembro, e essa pode ser uma forma de o presidente Modesto Roma se ver livre do mais forte adversário de oposição”, argumenta Odir, autor de 11 livros sobre o Santos, curador do Museu Pelé e biógrafo do “Rei do Futebol”.
Ele argumenta não ter usado termos ofensivos e defende as acusações veiculadas por meio de seu blog.
“Se houve realmente superavit nas contas do Santos, porque o presidente [Modesto Roma] foi procurar empréstimo de R$ 13 milhões para pagar as contas do mês? E há no clube pessoas desqualificadas e sem background profissional para suas funções, com salários entre R$ 20 mil e R$ 30 mil. O que pode ser isso senão um plano de manutenção de poder?”, pergunta, de forma retórica, Odir.
“É possível que me excluam do conselho. Vou ficar muito triste e decepcionado com quem assinar e, quando a tiver em mãos, vou divulgar os nomes”, diz Odir. “Sou jornalista há 40 anos e jamais fui processado, o que mostra que o que eu falo tem propriedade.”