Postura de Galiotte com o futebol gera questionamentos em base aliada
Eduardo Ohata
A postura do presidente do Palmeiras, Mauricio Galiotte, considerada mais liberal em relação ao futebol do que a de Paulo Nobre, seu antecessor no cargo, virou alvo de questionamento de aliados políticos, membros da base que o levou à presidência, e até por membros de sua gestão.
O principal ponto de diferença entre Nobre e Galiotte, na visão dos aliados do atual presidente, é que no caso do primeiro a comissão técnica se reportava a ele, que dava a última palavra. No caso do sucessor, delega-se, há mais liberdade da parte do departamento de futebol.
Os questionamentos dos aliados não se referem aos resultados em campo do time desde que Cuca o assumiu no lugar de Eduardo Baptista, mas a decisões do departamento de futebol na gestão de Galiotte.
Uma das principais reclamações tem a ver com o ataque da equipe e respinga, mas apenas parcialmente, em Cuca.
Apontam que o Palmeiras mandou embora dois centroavantes, Alecsandro, que foi para o Coritiba, mas que receberá os salários dos cofres do Palmeiras até o fim de seu contrato, e Rafael Marques, que irá para o Cruzeiro em definitivo em negociação que envolveu a vinda de Mayke. Eles lembram que Rafael Marques viveu boa fase com Oswaldo de Oliveira, teve um desentendimento com Cuca, que pareceu superado, mas que no retorno do treinador foi, coincidentemente, negociado. Os aliados reforçam sua posição com o argumento de que a dupla participou da campanha que culminou em dois títulos, o da Copa do Brasil e o do Brasileiro, e que não houve reposição.
E acrescentam que o clube ficou com Willian, Erik, que não vem fazendo boas partidas, e Roger Guedes, que também não se firmou.
A performance desde o início do ano do time do Parque Antarctica também é questionada, quando lembram que o time fez uma preparação razoável no início do ano e que foi eliminado do Paulista, por goleada, por um time considerado mediano. E lembram que a campanha na Libertadoras é discutível, pois o time depende ainda do placar nesta quarta-feira para chegar à classificação.
Os lamentos incluem a estreia turbulenta na Copa do Brasil, mesmo com vitória, alcançada graças a gol contra do Internacional, em partida em que acertou várias bolas na trave. Também entrou na conta a derrota para a Chapecoense.
O argumento de que o Palmeiras jogou com com time modificado é rebatido com o contra-argumento de que o discurso era de que Palmeiras tinha dois ou três times.
O slogan, aliás, foi lembrado na reunião do conselho deliberativo, por um membro da base aliada que tomou a palavra. O conselheiro José Corona, após elogiar Galiotte e a Crefisa, disse que o time precisa de mais jogadores, pois não tem dois times, no máximo, 15 bons jogadores, segundo testemunharam conselheiros presentes à reunião.