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Arquivo : Roberto de Andrade

Decisões ligadas à Arena Corinthians terão de passar pelo conselho do clube
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Eduardo Ohata

Decisões da direção do Corinthians que afetem diretamente direitos e obrigações do clube para com terceiros terão de passar pelo conselho deliberativo do clube ou, no mínimo, pelo comitê que serve de “braço” do órgão nas questões relacionadas ao estádio.

É o que dita ata do início do ano, cujo conteúdo foi ratificado pelos conselheiros na última quinta-feira, durante sessão do conselho deliberativo do clube na qual o presidente, Roberto de Andrade, viu as contas de 2016 serem aprovadas, apesar do baixo quórum.

Estão enquadradas na nova situação as assinaturas de contratos relacionados à Arena Corinthians, como as de prestação de serviços ou convênios, ou a seleção de um novo administrador do fundo da arena, após a renúncia da BRL Trust.

“Qualquer contrato que implique em uma assunção de obrigação, vamos dizer, não só em termos de valor, mas de comprometimento do patrimônio do Corinthians, deve passar pela avaliação do Conselho Deliberativo. Se todos concordarem, constaremos em ata que assim deverá ser feito em relação a estas questões”, disse, durante a sessão registrada em ata, o presidente do conselho, Guilherme Strenger. A proposta foi aprovada pelos conselheiros, segundo reportou a ata.

O assunto surgiu quando se discutia o aditamento em contrato de financiamento da arena com a Caixa Econômica Federal.

“Existem contratos que são menos relevantes e outros mais relevantes porque envolvem um comprometimento da instituição não só ao seu patrimônio, mas também quanto ao valor do contrato. Essas questões relevantes… devem ser analisadas também pelo conselho deliberativo. Entendo que, pela relevância, o Conselho Deliberativo deve se manifestar sobre todas essas questões…”, afirmou o presidente do conselho deliberativo.

Conselheiros alegaram que a decisão não pretende “engessar” a diretoria, e que o objetivo é evitar que o executivo do clube “bata cabeça” com a comissão formada em âmbito do conselho para analisar as questões referentes à Arena Corinthians.


Sem Andres, Roberto de Andrade encara novo desafio para se manter no cargo
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Eduardo Ohata

O presidente do Corinthians, Roberto de Andrade, já tem um novo desafio para se manter no cargo: Trata-se da votação do balanço de 2016, cuja rejeição pode levar a um novo pedido de impeachment e que foi marcada para o dia 27, quinta-feira da próxima semana.

A oposição já trabalha para que as contas sejam rejeitadas.

A diferença para a votação que vetou o andamento do processo impeachment Roberto de Andrade, em fevereiro, é que o presidente não deverá contar com o apoio do ex-padrinho Andres Sanchez, a quem recorrera para angariar votos contra o risco de impeachment.

Rompido com Roberto de Andrade, Andres declarou que “nada mais tem a ver com a sua gestão”. A interlocutores, Andres comenta que a possibilidade de a composição com Roberto de Andrade ser retomada inexiste.

Pelo estatuto do Corinthians, a votação das contas teriam que acontecer até o fim deste mês. O anúncio da data era esperada ansiosamente por membros da oposição.

O balanço foi encaminhado pela diretoria financeira apenas na última terça-feira, motivo pelo qual foi repassado aos conselheiros sem ter sido analisada pelo Conselho Fiscal e pelo Conselho de Orientação.

Uma das alegações de oposicionistas para pedir a rejeição do balanço é que ele não teria sido realizado por uma auditoria independente, uma exigência da Lei Pelé.

Segundo o balanço, o departamento de futebol registrou um superavit de R$ 59, 2 milhões, sendo que a principal fonte de receita foram os direitos de transmissão de TV (R$ 280 milhões).

O departamento social e de esporte amadores, segundo o balanço, registrou déficit de R$ 28,2 milhões no período.

No total, o superavit foi de R$ 31 milhões.


Derby polêmico rende denúncia na federação a presidente do Corinthians
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Eduardo Ohata

Como consequência direta da polêmica criada em torno do derby do último dia 22, o Sindicato dos Árbitros de Futebol de São Paulo protocolou no Tribunal de Justiça Desportiva da Federação Paulista de Futebol denúncia contra o presidente do Corinthians, Roberto de Andrade.

O presidente da Safesp, Arthur Alves Junior, pede ao TJD que apure a declaração do cartola de que “[o presidente do Sindicato de Arbitragem de São Paulo] foi demitido pela Federação Paulista de Futebol após supostos escândalos sexuais no fim de 2016”.

Alves Junior afirma que “esses fatos são mentirosos, difamatórios e caluniosos”, ao pedir que o TJD “apure os fatos e tome todas as providências cabíveis na esfera esportiva”.

O dirigente também considera entrar com ações nas esferas civil e criminal contra Andrade.

O presidente da Safesp atacou o Corinthians e a punição ao árbitro Thiago Duarte Peixoto, que cometeu erro grave no clássico entre Corinthians e Palmeiras.

Peixoto expulsou, equivocadamente, o volante Gabriel, que levou segundo amarelo por uma falta cometida, na verdade, por Maycon.

Alves Junior classificou como “infeliz” a declaração de Andrade de que Peixoto deveria ser banido do futebol.

Em resposta, em entrevista à Fox Sports, o presidente corintiano questionou a ética do presidente do sindicato ao citar o caso de suposto abuso sexual.


Andrade escapa de impeachment, mas enfrentará novo desafio em dois meses
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Eduardo Ohata

O presidente do Corinthians, Roberto de Andrade, que escapou do impeachment na noite desta segunda-feira, enfrentará novo desafio na arena política dentro de dois meses, quando as contas referentes à gestão do ano passado serão votadas no conselho deliberativo.

De novo, o mandatário terá de mostrar articulação política para dirigir o clube, já que o item C, do artigo 106 do estatuto do clube aponta que será motivo para requerer a destituição da administração, presidente e vices, não ter as contas de sua gestão aprovadas.

Não é segredo que pesou, e muito, o apoio do ex-presidente Andres Sanchez para Andrade se manter no cargo. A paz foi selada em uma reunião de emergência, na última sexta-feira. Até então, Andres e Andrade andavam distantes.

A questão é se Andrade contará daqui a dois meses, de novo, com o apoio de seu ex-padrinho político para demonstrar força.

Andres quer que Andrade deixe a casa em ordem, que arrume politicamente o clube. Ou seja, quer que deixe claro quem é situação e oposição, e qual é o papel de cada um, o que em sua visão ajudaria a acabar com o desequilíbrio pelo qual o clube passa atualmente.

E orientou Andrade a deixar de lado a política centralizadora e que fique aberto às pessoas à sua volta que podem ajudá-lo.


Dívida de R$ 185 mi vira arma por impeachment de presidente do Corinthians
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Eduardo Ohata

O impeachment do presidente do Corinthians, Roberto de Andrade, é uma forma de blindar o clube do risco de ser excluído do Profut (Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal) e perder o refinanciamento e abatimento de multa e juros referentes à sua dívida fiscal, argumentam conselheiros na reta final para a votação do impeachment, prevista para esta segunda-feira.

“O clube feriu as regras do Profut quando o Roberto [Andrade] assinou documento como presidente antes de ter assumido, quando negou vistas ao contrato com a Omni e ao enviar documento com informação errada para a CVM [Comissão de Valores Mobiliários]”, explica Romeu Tuma Jr., ex-secretário nacional de justiça e conselheiro que aceitou se pronunciar oficialmente sobre o assunto.

Segundo Tuma Jr., sobre o terceiro ponto, o clube teria comunicado à CVM que fechara com a Omni contrato de concessão para exploração comercial de estacionamento. Mas, na realidade, o contrato com a Omni contemplaria uma simples locação de espaço de estacionamento.

“Isso prova que eles [direção] sabiam que a Omni não tinha alvará e por isso teria que terceirizar”, argumenta o conselheiro. “O Profut foi ferido por atos de gestão temerária, falta de transparência e envio de informações falsas à autoridade [CVM].”

Segundo conselheiros de oposição, isso elimina o fator político do pedido de impeachment, transformando em uma questão técnica.

“A Lei do Profut prevê que se a Apfut [Autoridade Pública de Governança do Futebol] entender que o clube fiscalizou irregularidades e adotou mecanismos para responsabilizar o dirigente que as causou, pode deixar de comunicar a Receita Federal para que faça a efetiva exclusão do parcelamento das dívidas e o retorno dos juros e correção”, finaliza o conselheiro.

A dívida fiscal do Corinthians girava em torno de R$ 185 milhões no ano passado, conforme informou o Blog do Rodrigo Mattos http://rodrigomattos.blogosfera.uol.com.br/2016/04/23/divida-do-corinthians-aumenta-r-140-milhoes-em-2015/?debug=true

Andrade entrou em contato com o blog, por meio de sua assessoria de imprensa, e disse que a informação de que o refinanciamento das dívidas com a União está em risco não procede. Porém não explicou o motivo.


Odebrecht acusa Corinthians de omissão na manutenção de estádio
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Eduardo Ohata

O Corinthians é acusado pela Odebrecht de ficar de braços cruzados em relação a um problema identificado pela auditoria do clube e também de impedir o acesso de integrantes de sua equipe à Arena Corinthians para realizar atividades de prevenção e manutenção, segundo documentação encaminhada ao clube à qual o blog teve acesso.

A nota enviada ao Corinthians reclama que técnicos da Odebrecht identificaram na última sexta-feira [dia 18/11] grande quantidade de lama no reservatório de amortecimento de água de chuvas, um piscinão, como o que existe nas imediações do estádio do Pacaembu. A situação aumenta o risco de acontecer uma enchente nas imediações do estádio.

“Esse material se acumulou ao longo de vários meses e hoje [23 de novembro] tivemos a confirmação de que esta ocorrência já havia sido anteriormente identificada pela auditoria contratada pelo Clube, sem que fosse tomada qualquer providência anterior a esse respeito”, acusa a nota, ao apontar que o Corinthians não segue ações preventivas que constam no manual de uso e operação.

O comunicado à presidência do Corinthians ressalta que a manutenção da arena é de responsabilidade do clube e ressalta que se essa tivesse sido mais eficaz, o problema identificado “teria sido solucionado há mais tempo, pois não restam dúvidas de que o fato não é recente”.

“Em função do início do período chuvoso, decidimos por precaução, pela imediata mobilização de recursos para a limpeza do local, remoção do material e avaliação das causas. Após análise técnica, identificou-se o desacoplamento de parte das tubulações de águas pluviais na chegada ao piscinão, ocasionando o carreamento do material [lama] no local.”

As chuvas de verão, diz a nota, aumentam o risco de enchentes caso o piscinão siga sem a devida manutenção.

A Construtora relata ter mobilizado um especialista em geotecnia, que esteve na arena na segunda [21/11/2016] para orientar tecnicamente as soluções e ajustes e verificar eventual comprometimento estrutural, o que foi imediatamente descartado.

“Os trabalhos são necessários em função da proximidade do período de chuvas e já estavam em andamento desde a segunda-feira [dia 21/11/2016], até que hoje [23/11/2016] o clube, em conjunto com seu escritório de advocacia, Molina & Reis, de forma unilateral, suspendeu as atividades e ordenou a desmobilização imediata das equipes, inclusive com proibição de acesso de funcionários da Odebrecht na arena.”

Ao finalizar, a Odebrecht alerta que os trabalhos de limpeza devem ocorrer o quanto antes e lava as mãos no caso de continuar sendo impedida de vistoriar o local e fazer os ajustes que acredita serem necessários.

“A construtora se exime de responsabilidade pelas consequências de sua paralisação [da fiscalização e manutenção], bem como dos impactos decorrentes da falta de inspeções de rotina ou manutenção do estádio.”

O Corinthians se pronunciou oficialmente sobre a “guerra” com a empreiteira em nota assinada pelo presidente Roberto de Andrade.

O Sport Club Corinthians Paulista não pode permitir que, após as declarações do funcionário e engenheiro da Odebrecht,  Ricardo Corregio, na própria mídia e por e-mail ao Clube, afirmando, que a obra “está concluída” (sem a concordância/aceite do Clube), que não há riscos ao público e que não entregará mais documentos/Contratos com Terceiros para a auditoria da obra, dentre outras, venha a fazer “reparos”, que, na realidade, parecem verdadeiras obras, mais precisamente desde o último final de semana, sem que cumpra regras básicas, sob pena de comprometer a referida auditoria que está sendo realizada, bem como impedir que o Clube tenha real conhecimento do que efetivamente “é” a obra da Arena Corinthians.

O que fiz, na qualidade de Presidente do Clube, foi disciplinar trabalhos que estavam sendo realizados pela construtora, mesmo após determinação desta Presidência quanto às regras e cautelas necessárias, sendo algumas: apresentação da causa, local exato, empresa que trabalhará, projeto e registros necessários (ART/CREA/Prefeitura/…), quando for o caso, além dos efeitos da não realização dos trabalhos em questão.

Engenheiros da CNO nos enviaram e-mail afirmando que estariam fazendo “visitas” nas redes de drenagem e, posteriormente, foi constatado que, na realidade, trata-se de uma “obra” bem significativa, com concretagem de mais de 1,5m de altura, o que confirma a necessidade de regras a serem seguidas.

O Sport Club Corinthians Paulista, independente das pessoas que o dirijam, a qualquer época, deve ser preservado como instituição, assim como seu torcedor e público na Arena, sendo exatamente este o motivo da exigência de se cumprir as etapas que devem ser seguidas para tais intervenções. A ausência de respeito a isto, pode nos dar a entender que algo possa estar sendo omitido pela equipe da construtora e, que poderia vir a prejudicar os levantamentos da Auditoria da Obra e ao próprio conhecimento do Clube a respeito de fatos relevantes quanto ao estádio.

Roberto de Andrade

 


Em carta, Odebrecht responde questionamento de Corinthians sobre segurança
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Eduardo Ohata

A Odebrecht respondeu oficialmente ao presidente do Corinthians, Roberto de Andrade, questionamento feito pelo cartola à construtora sobre a segurança da Arena Corinthians.

“Do ponto de vista técnico, não existe qualquer motivo para interditar a Arena ou suspender sua utilização. Corrobora esse posicionamento o fato da Arena Corinthians ter renovado, em Julho/2016, o Alvará de Funcionamento. Além disso, todos os demais laudos de segurança, emitidos pelos órgãos que fiscalizam periodicamente as instalações, estão vigentes”, explica a carta da Odebrecht ao presidente corintiano, datada de 2 de novembro de 2016, à qual o blog teve acesso (confira reprodução da carta ao fim do post).

“[As matérias que falam sobre vazamentos e erosão da arena] baseiam-se em eventos extemporâneos, identificados ainda no ano de 2015 e solucionados imediatamente, sem qualquer custo para o Clube e nenhum comprometimento da integridade da estrutura do Estádio”, prossegue a carta.

O questionamento do presidente Roberto de Andrade foi provocado por matéria publicada na “Folha de S.Paulo”, assim como pelo Blog do Juca, intitulada “Corinthians encontra vazamento em Itaquera e teme deslizamento”.

Para assegurar a segurança da arena, técnicos da Odebrecht citam alvará emitido pela Prefeitura de São Paulo, em 21 de julho deste ano, laudos de engenharia, segurança e prevenção e combate a incêndios. Eles apontam que os laudos foram emitidos após o episódio de vazamento, identificado em fevereiro de 2015, e ao de erosão, que aconteceu entre o fim de 2015 e o início deste ano.

Leia abaixo a íntegra da carta da Odebrecht ao Corinthians:

 

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Carta da Odebrecht em resposta a questionamento do presidente corintiano Roberto de Andrade sobre a Arena

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“Loucura eu não faço, ou pode não haver amanhã”, diz presidente corintiano
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Eduardo Ohata

O presidente corintiano, Roberto de Andrade, reiterou diversas vezes em entrevista exclusiva ao blog, realizada na semana passada: “Nomes” para reforçar a equipe, loucura de contratar estrelas, apenas quando o caixa permitir. “É como você faz na sua casa: Se entram dez, gastamos dez; quando começar a entrar quinze, aí sim, começamos a gastar quinze”. A filosofia é refletida no atual momento do time no Brasileiro e explica a decisão de contratar um técnico de peso para assumir a equipe apenas no ano que vem.

O cartola discutiu ainda a Arena do clube, contou que não aceitou ligação de Marco Polo Del Nero, após a saída de Tite para a seleção, analisou o cenário para sua sucessão, a razão de as milionárias contratações dos “chineses” não ter revertido para o caixa do clube e quem, em sua opinião, foi a pior contratação, André ou Pato.

Blog do Ohata:  Quanto o Corinthians ganhou com a negociação de jogadores em 2016 e o que foi feito deste dinheiro?

Roberto de Andrade: Todas as negociações de jogadores no ano nos rendeu em torno de R$ 117 milhões. Gastamos R$ 65 milhões na recomposição do grupo, e o resto foi usado no dia-a-dia. Fechamos o balanço de 2015 com um passivo de, mais ou menos, R$ 490 milhões. No balancete que lançaremos agora, estamos com um passivo de R$ 350 milhões. Estou sendo muito contestado, principalmente pela torcida. Até entendo, também sou torcedor. Falando como torcedor, quero um time forte, quero que se f… as finanças do clube. Se eu tivesse pensando só no meu mandato, esse número estaria R$ 490 milhões, ou R$ 550 milhões, e eu teria 11 p… jogadores ganhando R$ 1 milhão por mês. Estaria sendo carregado por aí, seria lembrado como o presidente que ganhou isso, ganhou aquilo, levantariam um pedestal, e eu deixaria a bomba para depois quem chegasse. Não vou fazer isso. Prefiro ser criticado durante minha gestão do que depois que acabar meu mandato. Hoje a política é uma só: se tem, gasta, se não tem, não gasta. Ganho 10? Nós vamos viver com 10. Amanhã tem 15? Vamos viver com 15. Isso significa o quê? Um time melhor, tudo melhor. O que não pode é você ganhar 10, assumir compromisso de 15, e dizer, ‘esses 5 nós vamos empurrar’. Antigamente você falava para um jogador, vem trabalhar aqui [no Corinthians]. O cara queria tudo à vista, tudo adiantado, porque não tinha confiança que iria receber. Sempre foi assim no Corinthians. O que mais o nosso grupo de 2007 para cá resgatou foi a credibilidade. Hoje as pessoas ouvem falar em trabalhar no Corinthians e vêm correndo porque sabem que não tem problema. O mês aqui, agora, tem 30 dias.

O time, então, se tornou refém do orçamento?

O Corinthians não é refém, enquadramos as despesas dentro das receitas. Se você gasta mais do que tem, corre o risco de ter que vender o carro, a casa, para saldar suas dívidas.

Quando se falou nos valores dos jogadores negociados com os chineses, era uma chuva de dinheiro. Mas o clube não lucrou tanto. São Paulo e Palmeiras lucram mais do que Corinthians nas negociações. O clube pretende mudar a estrutura de seus contratos?

[Enfático] Desculpa, você está completamente enganado. Nossos contratos não são mal feitos, com multas baixas, o que tem são cláusulas contratuais. Vou dar um exemplo: O Renato Augusto estava no Bayer Leverkusen. Eles queriam vender 100% dele por 6, 7, 8 milhões. Não tínhamos isso para pagar. Demos metade para liberarem o jogador. Mas nos impuseram uma cláusula que se viesse uma oferta de 8 milhões, teríamos que vender. Não é questão de multa, mas de cláusula acordada entre as partes, senão não me cederiam o jogador. Quando veio a oferta de 8 [da China], ou eu pagava os 4, que eu não tinha, ou eu vendia o jogador. O Vágner Love veio de graça, nós só pagávamos o salário. ‘Só que coloca aí, Roberto, que se vier uma oferta de 1 milhão de euros, você o libera e ainda recebe uma multa de 1 milhão’. Vou falar não, se quero o jogador de graça? Não é que o jogador dos outros saem mais caro, é oportunidade. Especialmente se você não tem um caixa suficiente para mandar na negociação. Quando trouxeram o Elias, compramos 50%, também com cláusula de venda. Quando veio a oferta, ou você paga, ou você entrega para o cara para pegar a sua parte. O Gil, por exemplo, não tinha cláusula, éramos donos de 90%, vendeu por 9,7 milhões de euros e ficamos com quase tudo. Mas onde tem cláusula, você tem que cumprir.

Até que ponto o clube vai continuar vendendo 4 ou 5 jogadores para trazer apenas 2?

A vinda do jogador é por necessidade. Primeiro, que você não consegue trocar Renato Augusto por Renato Augusto. Se no grupo você tem um jogador com a característica [do que saiu], você tem que trazer um jogador com outra característica. Isso é a comissão técnica que me fala. Eles me dizem, preciso de um meia, me dão três nomes e dizem, qualquer um que você trouxer, eu tô feliz. Aí vamos atrás.

Mas isso não é uma deixa para aproveitar mais a base, que tem sido desperdiçada?

Criticaram quando a gente emprestou o Maycon para a Ponte Preta. Emprestamos porque ele queria jogar, mas no nosso grupo ele não ia ter chance porque tínhamos o Elias, seleção brasileira, dono da camisa. Se ele não vai ser usado, vai ficar aqui sentado no banco, é melhor por ele para jogar, mandamos ele para a Ponte para ser titular, ganhar rodagem. A saída do Elias foi uma coisa pontual, não tava programado, e em dezembro o Maycon volta. O Marciel, mesma coisa. Na época o Tite falou, o Maycon está mais pronto que o Marciel, pode emprestar para o Cruzeiro. Agora pedimos de volta, e o Marciel está de volta. Quero deixar claro que foi nós que pedimos, não o Cruzeiro que o dispensou.

Qual a maior crise de vestiário que você como presidente enfrentou e resolveu?

Nenhuma. Crise de vestiário? Zero. Posso falar de boca cheia que só trabalhei com grupo nota mil em quatro anos como diretor de futebol e agora como presidente. Nesses seis anos trabalhei com o Tite e, com ele, não tem confusão. Não tem o que falar de ninguém.

Você atacou a CBF após a saída de Tite. Como está a relação entre você e o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, agora?

Fiquei chateado e continuo achando que o presidente da CBF errou, não vou mudar minha opinião. Um erro não se apaga, ele pode pedir desculpa que a gente vai aceitar. Ele errou de não ter me contatado. Eu não tive mais contato com ele porque não fui mais à CBF. Se tiver, vou à CBF e falo para ele que ele errou. Ele tentou [pedir desculpas], me ligou no dia seguinte, eu que não atendi. Acho que era isso que ele queria falar, eu que não atendi. Mas não quero empurrar isso para o resto da vida. Ah, você abriu o CT para a seleção treinar. Queriam o quê, que montasse uma barricada? A seleção não é minha, não é dele, é do país. Não vou deixar de atender a seleção porque ele errou comigo. Mas desde que o Marin assumiu, está melhor do que a gestão anterior.

Ao substituir o Tite, por que optaram pelo Cristóvão, se havia “nomes” no mercado, como Fernando Diniz e Abel Braga? Fizeram essa opção por que o time era modesto?

A gente não entende isso. Quem montou o time foi o Tite e o Edu Gaspar. O Cristóvão tinha o perfil que a gente buscava: Perfil agregador, de relacionamento bom com o grupo, que foi o que a gente aprendeu com o Tite, com resultados bons dentro e fora de campo. Ah, mas ele não tem nenhum título. Mas o Tite, quando chegou no Corinthians, também não tinha. No caso de qualquer treinador que viesse trabalhar pós-Tite, as comparações seriam difíceis.

Ainda acredita em titulo ou o alvo é uma vaga na Libertadores?

Acredito, porquê não? Estamos vivos. Dois tropeços de alguém, nós chegamos.

Quando o time terá um grande jogador, como um Ronaldo, por exemplo, à sua frente? Quem será?

Quando a gente tiver condições financeiras de trazer um jogador. Um jogador nesse perfil que você falou, custa caro. Não precisa ter o nome do Ronaldo, mas a gente sempre sonha em trazer um grande jogador. O Corinthians precisa de qualidade, pode ser um, em quatro, em cinco, ou nos 11. O Corinthians não tinha ninguém de expressão e no ano passado e fomos campeões [do Brasileiro]. O objetivo é ser campeão, não ter um jogador de referência. Temos que ter um conjunto de qualidade, que era o que tínhamos no ano passado. Talvez não tenhamos o mesmo conjunto, mas ainda temos muita qualidade. Melhor do que muitos clubes.

Mas como se manter líder de público com o time caindo de produção?

Se você for ver nos últimos anos, mesmo nos anos em que a gente não ganhou título, o time era forte. O objetivo não é encher a arena, é ganhar. Não adianta encher estádio e não ganhar título. Lógico que jogar com a arena lotada é bacana, e para isso é preciso ter um time competitivo.

Pensa em estratégias de marketing como na época do Luis Paulo Rosenberg, que aproximava o clube à torcida?

Pelo contrário, nós temos hoje um recorde, 146 mil sócios-torcedores. Camisa, uma das mais valorizadas do país [R$ 60 milhões], mesmo nessa crise financeira.

Pretende rever para baixo os preços de ingressos?

Não tem como diminuir. Temos o lado oeste do estádio, que quanto mais rápido lotar aquele setor, mais rápido consigo viabilizar que [os preços dos ingressos de] outro setor sejam menores. Senão a conta não fecha.

Nos últimos tempos, todos os presidentes vieram do departamento de futebol. Há algum candidato da situação que preencha esse requisito?

Não é pré-requisito para ser presidente. Mas o futebol é o carro-chefe, o departamento mais preocupante, mais delicado, é legal que o presidente conheça vestiário, como funcionam as coisas, para na hora que tiver que decidir, ter uma decisão mais clara.

Na situação, qual é o nome que tem esse perfil [para concorrer à próxima eleição]?

Hoje não tem, mas vai ter que ter. Acho muito cedo. Pode ser que surjam [alguns cenários] um pouco mais para a frente.

O Andres já terá condições para concorrer à presidência na próxima eleição. É um bom nome?

Ele fala que não quer, não sei.

Fora ele, tem algum nome disponível que tenha essa experiência de departamento de futebol?

Aí [um eventual nome] vai ter que passar ainda, né? Que tenha passado, não tem. Eu não vejo. Mas não precisa ficar no departamento de futebol 3, 4 anos como eu fiquei, pode ficar um pouco para ter noção de como as coisas funcionam.

Qual a situaçã0 do estádio?

Estamos com os pagamentos rigorosamente em dia. Fizemos um pleito à Caixa Econômica Federal, pagamos a última prestação em abril. De abril para cá [pelo acordo], a gente só vem pagando os juros. Mas os juros são 87% do valor da prestação, é quase igual. Eles têm até outubro para decidir sobre nosso pleito.

E os naming rights?

Está andando. Não dá para afirmar que vai sair daqui a uma semana, um mês. Como é uma coisa longa, de 20 anos, quero ter todas as garantias para assinar um contrato longo. O valor que estamos trabalhando é em torno de US$ 100 milhões.

Aceita fazer show no estadio para diminuir a divida?

Dentro do estádio, não. Queremos fazer show na área externa.

Quanto o Corinthians deixou de ganhar por ter emprestado o estádio para a Rio-2016?

Não deixou de ganhar. Pagaram e ainda deram um [dinheiro] para o fundo da arena. A arena foi vista no mundo inteiro, o Corinthians participou da Olimpíada, entrou para a história, isso ajuda na venda do naming rights.

Qual, na sua opiniao, foi o pior negocio para o Corinthians? André ou Pato?
Não vejo o André como um negócio ruim. Se você for falar negócio financeiro, não foi ruim porque peguei o dinheiro de volta, até um pouco a mais. Acho que ele deu mais retorno técnico do que o Pato, até porque jogou um pouco mais. E, financeiramente, o Pato deu um prejuízo maior.

Acha que o São Paulo se tornou o Corinthians em termos de cenário político conturbado?

Acho que o Corinthians, na pior de suas crises, fosse política ou financeira, sempre foi maior do que o São Paulo. São crises diferentes, mas o Corinthians, no meio de um monte de crises, só cresceu. O Corinthians vem juntando títulos e patrimônio. Em 9 anos, criamos o CT, o estádio e conquistamos um monte de título que ninguém ganhou. A torcida não quer saber se tem conta para pagar, se o cara pediu 500 mil por mês… ‘Paga esse FDP e põe ele para jogar’, ela diz. Só que isso tem um limite, o dinheiro para de entrar. Aí você vai para o plano B, e a qualidade cai um pouco. E tem clube no plano C e plano D…

Que clubes são esses?

Prefiro não quero falar.

Pelo que quer que sua gestão seja lembrada? Pelo título do Brasileiro? Pelo trabalho do Tite? Pela transparência?

Primeiro, se eu puder ganhar mais um título, seria legal. Segundo, não quero ser criticado porque deixei contas, porque deixei isso ou aquilo. A gente está fazendo muita coisa aqui que não aparece, regularizando muita coisa. Nunca tivemos uma negativa de impostos, o Corinthians passou a gozar do dinheiro da CBC [Confederação Brasileira de Clubes] para ser investido em esportes olímpicos. Isso tudo é trabalho, que passa pelo Ministério do Esporte. No Profut [Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileira], ao qual aderimos, você tem obrigações a cumprir, ou pode cair da Série A para a B por uma questão administrativa. Cobram um dirigente que aja com responsabilidade, e aí você é criticado porque age com responsabilidade. Quem critica tem zero conhecimento, não sabe o que acontece. Loucura eu não faço, se eu não agir dessa forma, talvez [o Corinthians] não tenha um amanhã.


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